Capítulo 1

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POV Logan

-- Isso tudo é só por que meu pai morreu? -- Faço a pergunta que tanto estava a me sufocar durante os últimos dias.
Não estou em uma boa ocasião para se fazer perguntas, mas meu "foda-se" esta ligado e não me resta animo pra chegar encasa se sentar, colocar os braços diante de uma mesa é fazer esta pergunta diretamente a ela, de um jeito cauteloso.

-- Filho, Não é só por isso -- Dona Rose (minha mãe) suspira -- Não quero que fique andando com más influências -- Diz se referindo a uns colegas que conheci a pouco tempo.

-- Eu já disse que eles não são más influências -- Reviro os olhos -- Más influências são aqueles safados que você leva pra casa nos finais de semana, sabendo que tem uma filha menor.

-- Me respeita -- Altera a voz apressiva -- Pense antes de falar.

-- Estou sendo sincero! -- Bufo e encosto a cabeça no banco em que sento, mantendo o olhar fixo na imagem lá fora.

Realmente não me conformo em ter que mudar de cidade assim do nada, teoricamente minha mãe diz que isso me fará bem, que ajudará a enfrentar o luto, ao qual eu acho que ela nem está por que o meu pai mau morreu e ela já está levando homens lá pra casa. Não eles não viviam juntos, estavam divorciados mas parece que ela não tem um pingo de consideração.

(...)

-- Olha -- Vick minha irmã mais nova de 8 anos aponta o dedo pro lado de fora -- Chegamos!

Olho pela janela.
-- Por que entre tantas outras casas comprou logo esta? -- Pergunto ao perceber que a casa não é tão nova e moderna.

-- Era a mais barata! -- Da de ombros.

Pego minhas malas e vou rumo a porta, vou adentrando mas de um certo modo sinto um arrepio, algo diferente, além da má iluminação e do toque instrumental de suspense que minha irmã está ouvindo atrás de mim.

Em um breve momento ao observar este lugar me recordei da minha primeira, única e melhor amiga que já tive, nos fins de tarde gostavamos de ir até o fim da rua onde se encontrava uma casa velha, abandonada pelos donos, gostavamos de apredejar as janelas e adentrar na casa pra fazer bagunça, até alguns anos atrás a rotinas continuava a mesma, mas só que... Porra! Odeio me lembrar dela.
Balanço a cabeça tentando afastar as inúmeras recordações que estão a rondando.

-- O Deus, que papelada! -- Minha mãe passa na minha frente segurando diversos papéis -- Papéis das coisas da casa, documentos, coisas da matrícula, currículos -- Bufa de frustração e segue pra dentro da casa sumindo no corredor escuro, enquanto ainda da pra se ouvir os leves rangidos das madeiras velhas que tem de piso.

A sigo pelo corredor a procura de um quarto.
A casa não é totalmente feia, é sofisticada e simples, corredores de cores escuras, móveis antigos, madeiras rústicas, belas decorações, um belo lugar pra um tipo de família rígida ou até mesmo materialista.

Optei pela última porta do corredor.
Entro calorosamente no quarto
e dou um salto da porta até a cama, resultando em uma quantidade razoável de poeira emanando no ar.
Que estranho, faço isso em todas as camas que vejo desdos 5 anos e está é uma das únicas em que não quebrou.
Rolo pro lado e abaixo a cabeça na beirada da cama em uma posição em que minha cabeça fique de cabeça pra baixo é que meu corpo fique sobre a cama.
Olho prós lados procurando algo que me faça ter certeza de que meu salto eficiente tenha cumprindo sua meta.
Ops, missão falha.

Por alguns instantes eu jurava ter visto pelo olhar periférico os pés de alguém ao meu lado, pés pálidos e não em contato com o chão e sim a levitar.

Deve ser coisa da minha cabeça.

Começo a rir ao passar pela minha inútil cabeça as possíveis  possibilidades de poder ser um fantasma.

Fantasmas não existem.

Quando pequeno eu acreditava muito nestas coisas.
Sem nenhum motivo eu acordava automaticamente de madrugada, ou seja, lá estava eu de olhos arregalados no escuro olhando pro nada, até que um dia isso teve uma leve modificação. Comecei a acordar a noite com pessoas a me observar, pessoas pálidas, coisas que apareciam e sumiam do nada sem explicação, incontáveis vezes isso acontecia por diversas vezes, mas hoje creio que isso tudo tenha sido apenas coisas da minha cabeça, a imaginação boba de um garoto de 10 anos.

Volto pra realidade, frustante realidade.
Pego um cigarro, o acendo e o levo até a boca dando uma grande tragada.
Dizem que quem costuma fumar, morre 30 anos mais cedo, mas sabe de uma coisa foda-se.

Possíveis pensamentos que devem estar a rodar em sua cabeça "O ele é um viciado".
Não, eu não o sou um viciado, fumar é bom confesso, mas não fumo frequentemente, geralmente é quando estou nervoso ou algo do tipo. O cigarro me acalma, é como um tranquilizante prós meus nervos, algo que achei como refúgio dos meus próprios pensamentos excessivos...

Analiso todo o lugar ao meu redor, cada centímetro do meu novo quarto. Chego a constatar que este quarto era de uma garota pelos adesivos de coração colados na parede, o abaju com estampa de flores e as rosas que estão de enfeite na janela.
Mas o que eu achei mais estranho foi que as coisas desta tal garota ainda estão aqui no quarto, objetos, roupas, cadernos, sapatos e etc...

Expiro a fumaça do cigarro, mantendo o olhar fixado na parede, levanto-me e vou em sua direção, cujo lugar se encontra  alguns quadros, retratos.

Pego um na mão e o examino, nele há uma garota aparentando ter minha idade, cabelos longos de cores escuras, olhos negros, pele clara e um sorriso de orelha a orelha, em seu lado está um homem auto de postura ereta e cabelos grisalhos, ao seu outro lado tem um mulher de cabelos curtos também de cor escura e  olhos negros, ambos os rostos revelam ter os mesmos traços provavelmente uma família.

Apanho os retratos e os jogo no lixo.



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