Capítulo 4

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POV Logan

Estou em estado de choque.
Estou tenso.
Não sei se choro, se grito ou desmaio.
Saber que atrás de você tem uma pessoa ou pior um fantasma, não é bom.
Minhas mãos tremem.
Então é verdade. A suposta teoria de Vick estava certa, como sempre, eu estava errado.

Meus batimentos cardíacos estão acelerados numa potência surreal, Chega a doer.
Meu estômago está se revirando severamente, a fim de botar pra fora tudo o que consumi no almoço.

Preparo meu psicológico e meu físico pra me virar.
Com uma bela precisão de movimento, me viro ligeiramente e no impulso pego o abaju encima do criado, e o jogo com toda a força pro rumo da voz.
Sem piedade.
Meu corpo esta formigando de adrenalina.

O abaju atravessa o corpo da garota, como se ela fosse apenas uma miragem, um holograma.
Ela me olha assustada.
Arregalo os olhos, deixando nítido meu medo.

Tento não gritar -- AAAAAAA -- Grito, missão falha.

Merda, eu vou morrer.

-- Nossa -- Ela olha pro seu grande vestido branco, de fino tecido, pregado ao corpo e de maneira tolerante me olha com desdém.

É a mesma garota, só que seus olhos não estão tão verdes e brilhantes igual nas fotos.
Estão diferentes.
Um olhar penetrante e melancólico...

Minha garganta dói.
Nao consigo pronúncia nem sequer uma palavra.
Percorro meus olhos ao redor procurando uma rota de fuga.
Qualquer coisa.
Isso só pode ser um sonho.

-- Na...N..nn..na -- Balbucio, tento controlar a respiração.

-- Não precisa ficar com medo -- Diz com a voz suavemente e da um sorriso fraco -- Não irei te machucar, Logan.

-- Como sabe m.... me -- respiro fundo -- meu nome? -- Pergunto ainda com a voz fraca.

-- Eu sei de tudo -- Engulo em seco, minha coordenação motora trava e eu só sei pensar;
"uma psicopata"

O nervosismo fica nítido a flor da pele, automaticamente corro em direção a cama, abrindo minha mochila e pegando a bombinha de asma.
Encaixo ela na boca, a apertando forte e inalando o ar repetidas vezes.

A fantasma ao canto do quarto esta ainda a me fitar.
Isso encomoda bastante.
Me recomponho.
Ela se aproxima vagarosamente.

-- PARE -- Brando a voz -- Não se aproxime de mim -- Ela cessa os passos sem entender.

-- Não pode ser -- olho ao redor buscando uma explicação -- Eu sou ateu -- Ela não pode existir.

-- Não é mais -- Seu olhar muda, parece não gostar dessa palavra.

Eu sou ateu sim, e não vai ser um fantasma que irá mudar isso.
Fecho a cara.
Sou muito orgulhoso, não irei abaixar a cabeça.

-- Por que estava me seguindo? -- Semicerro os olhos, desconfiado, a pergunta não parece ter a pegado de surpresa.

-- Deveres a se fazer -- Comenta -- Ordens a se cumprir -- disfarçadamente ela se esquiva da resposta.

-- Essa não é uma resposta -- Digo, sentando na minha cama, fixando meus olhos pra algum canto -- Você não parece aquele tipo de pessoa que segue ordens -- Provoco.

-- Eu não sigo ordens de ninguém -- Diz séria, seu olhar fica indecifrável -- acontece que nesse caso é alguém muito superior a mim -- abaixa a cabeça.

-- Superior? Quem é esse? -- Arqueio a sobrancelha.

-- Deus -- Diz confiante.

-- Deus? -- Olho pro lado tentando disfarçar -- Que cômico -- Não aguento segurar e caiu na gargalhada.

Ela ao contrário se irrita.
Seu olhar fica insano.
Intencionalmente leva uma de suas mãos, até acima da madeira da escrivaninha e bate pacientemente em ordem e frequência uma por um dos seus dedos cuja madeira causa um estridente som se retinindo repetidas vezes, ecoando por todo quarto.

-- Não teve graça -- Exclama me olhando impacientemente.

Cesso os risos rapidamente meio sem graça com a situação.
-- Não conseguir segurar -- explico tentando parecer sério, mas minha boca cria vida própria e insiste em não manter a postura.

-- Deus não existe -- Digo ridicularizando sua fé.

-- Eu te provarei que ele existe -- Semicerra os olhos -- Até porque à toa é que eu não vou ficar -- Diz meio rude.

Sem nem mesmo eu retrucar uma fala épica.
Ela se afasta vagarosamente para trás e desaparece como fumaça

-- Eiii -- Tento a chamar.
As perguntas rodeiam minha cabeça.

(...)

Finalmente a coragem brota em mim.
Abro as malas e jogo as minhas roupas sobre a cama.
Vou até o guarda-roupa velho, que até agora nem tinha pensado em triscar e o abro, encontrando uma grande porcentagem de roupas coloridas, dela pra variar.
Faço um grande bolo das roupas e as pego sobre as mãos, levando rumo a janela.

-- Vai mesmo jogar minhas roupas fora? -- Pergunta.

-- Vou, o quarto agora é meu -- Anúncio abrindo a janela -- Você nem vai às usar -- Jogo as roupas janela a fora

-- Nossa -- Ela corre até a janela, olhando suas roupas triste -- Eu amava elas.

-- Desapega -- Exclamo, procurando um esqueiro em meu bolso.

Um velho homem, chama minha atenção, por seu físico, aparenta ter chegado aos seus 70 anos, roupas simples e boné claro sobre seus cacheados cabelos brancos.
Ao passar pela calçada em frente minha casa, sua dificuldade e fraqueza nas pernas são nítidas, aparenta estar cansado.
Olha prós lados parecendo procurar algo ou alguém.
Seus olhos param em mim, me fitando enquanto sua expressão se torna assustada.
Não o conheço mas ele me conhece de alguma maneira e quer me avisar algo, por sua grande pressa vindo em minha direção.

Ele para de frente a janela.
-- Garoto, tome muito cuidado -- Sua voz está fraca e sua respiração ofegante -- Você enquanto estiver dentro desta casa -- indaga -- estará correndo um grande perigo. -- Avisa me fitando e sai andando na direção contrária à que veio.

Fico quieto no lugar tentando assimilar o acontecimento.
Por que estou correndo perigo?
Me apavoro.

-- Que..Quem é ele? -- Balbucio.

-- Não entendi o por que dele falar que minha casa é perigosa -- Sua expressão parece confusa e com medo.

-- Quem é ele? -- Pergunto novamente -- O conhece?

-- Não é um humano -- conclui me assustando.

-- O QUE? -- Grito.

-- É um espírito, não faço a mínima idéia de como você conseguiu o ver -- Ela se afasta da janela, com o cenho franzido, com o olhar fixo no chão.

-- É um espírito, não faço a mínima idéia de como você conseguiu o ver -- Ela se afasta da janela, com o cenho franzido, com o olhar fixo no chão

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