POV Vick
Odeio quando mentem pra mim, principalmente quando tal ato é cometido pelo meu próprio irmão, sua falta de confiança em mim as vezes me estressa, em um caso de vida ou morte, do meu ponto de vista se papai ainda estivesse vivo, ele daria a vida dele por mim, pois tenho certeza que ele me ama, mas Logan não, eu não faço a mínima idéia do que se passa na cabeça dele em relação a minha existência, suponhamos que antes dele dar sua vida por mim, se viesse uma dia a dar, provavelmente hesitaria e com certeza repassaria mentalmente se aquele ato seria desnecessário.
Mas Esmeralda não, por Esmeralda Logan faria de tudo e mais um pouco, cuja sempre foi uma irmã para nos dois, tanto pra Logan como pra mim, não me recordo muito dela, pois não tive a chance de degustar sua presença.Abro a porta, tendo como resultado um alto rangido, implorando por manutenção.
E então a restante animação que ainda havia em mim, se esgota por enteiro ao ter a desagradável visão que tenho todos os dias, esta casa, seu ar tenso e este silêncio de enlouquecer qualquer um, a falta de vida que tem nas desbotadas cores que se localizam nestas monstruosas paredes e estes móveis rústicos e antigos sem cores vivas.
Reviro os olhos.Adentro o imenso corredor, tateando pacientemente a parede em busca de um interruptor.
Entre os grandes quadros abstratos, que em minha opinião são desgraciosos, aos quais mamãe obtêm e os esbanjam com admiração pelas paredes de casa, consigo encontrar o interruptor e o ligo, dando iluminação por enteiro ao longo corredor. Percorro todo o caminho necessário, até o banheiro principal da casa.
De encontro com a pia de cor clara, lavo a mão e levanto o olhar até o espelho...-- AAAAAAA -- levo rapidamente as mãos até a região da boca abafando o grito e em resultado me afasto, até sentir a gélida parede em minhas costas. Capitalizo o espelho por completo em meu campo de vista.
Os rangidos das madeiras localizadas em alguns lugares da casa, revelam os nítidos passos afobados de Logan ao meu encontro.-- O que houve? -- Me interroga atônito, após abrir bruscamente a porta.
Me desloco do lugar, elevando meu braço na altura do espelho e apontando diretamente nas nítidas palavras de pavor ali destacadas "Eu te observo" escritas em um tom avermelhado. Cujo ao meu lado, se encontra Logan com um olhar pasmo e mãos provavelmente suadas por esta situação árdua.
Logan segue o braço até uma das letras e passa o dedo, analisando o líquido escarlate que tem como requisito um cheiro quase imperceptível metálico.-- É sangue -- Comenta fazendo subir um arrepio sobre minhas pernas.
Mas diferente do que eu imaginei, Logan deixou seu comentário pairar no ar, como se estivesse tendo uma discussão psíquica ou montando um árduo quebra-cabeça. Seu olhar perdido por alguns segundos me causou insegurança, mas logo essa sensação densa se cessou, no momento em que Logan virou seu rosto pro lado, como se estivesse olhando pra alguém, com um semblante preocupado. Mas ali não tem nada, a não ser que a "fantasma" esteja neste local, o que me faz ficar ciente que minha presença no momento esteja sendo literalmente ignorada, como se eu fosse só mais um objeto fútil.
Me retiro do banheiro, esquivando pro lado e esbarrando em Logan de propósito, fazendo o mesmo acordar de seu estado de êxtase e lembrar que existo. Caminho pisando duro até o meu quarto, abro a porta e a bato contra o batente.
Pulo em minha cama e mergulho no meio do vasto edredom que nela se localiza, com um lindo tom de cor roxa e um recente aroma de amaciante.-- Por que fez aquilo? -- Pergunto com receio.
Uma alta risada insana e estridente se manifesta pelo meu quarto, cujo som é assustador, começo a me encolher no canto da cama, trazendo junto comigo o cobertor e o apertando fortemente entre meus braços.-- Você fez o que eu mandei? -- Instantaneamente devolve de maneira rude outra pergunta.
Percorro os olhos por cada milímetro existente neste quarto, mas não encontro o dono da voz, eu nunca o acho. Sua essência é similar a fumaça, cujo se localiza em qualquer lugar, porém necessita de requisitos...-- Ele negou, dizendo que sou doida e que ela não existe -- Suspiro frustrada. Destesto o verídico fato de que Logan, deposita mais confiança em uma fantasma do que em mim, sua própria irmã, e o pior é que ele está certo, pois estou ciente que foi uma péssima idéia me submeter a isso.
-- Se lembre que seu irmão está em uma corda bamba e um passo em falso que você der... -- Sibila vagarosamente, me lembrando do por que estou com uma sensação de ter virado sua marionete e suas poucas palavras me faz sentir repulsa.
-- PARA -- Grito atônita, ao sentir suas palavras repetirem freneticamente em minha cabeça, me escolho, esfregando os olhos tentando cessar uma grande enxaqueca que agora começa a se alastrar -- PARA -- imploro -- Eu faço que você mandar mas pare -- Sua risada se manifesta demostrando total satisfação.
-- Eu quero saber tudo sobre este dois -- Fico confusa, por que saber do Logan nosso tratado não era esse, desdo começo, meu único e planejado plano era acabar com aquela fantasma, afastando de vez ela de Logan, assim ele veria que eu existo e voltaríamos a ser uma família, pois quando ele está com ela, cujo esquecer de me levar a escola, se afasta dos mais próximos e sua ausência na mesa de jantar é frenética, contando com suas discussões com mamãe.
-- Mas eu não consigo vê-lá, não estou habituada a coisas sobrenaturais -- Explico em um sussurro, me esforçando ao máximo para conseguir achar pelo menos sua silhueta.
-- Você é fraca, fútil, já ouviu aquela frase, quando o medo entra pela porta a verdade sai pela janela? -- Sua voz ecoando por todo os cantos do quarto, me insulta e logo após me faz uma pergunta intimidadora, dando um leve tempo entre cada palavra pronunciada -- Sua mente fértil lhe engana, a escrota imaginação de uma simples criança, oculta o mal existente entre os dois mundos paralelos, o medo venda seus olhos.
-- O que eu preciso fazer para ver? -- Pergunto, sem entender literalmente suas palavras.
-- Abra os olhos, os mortos estão em todos os lugares -- Sibila, próxima a minha orelha, me fazendo eriçar com um hálito frio.
Me levanto com pressa, por sua aproximação, a palavra correr saindo rapidamente da boca do meu subconsciente me orienta, porém antes que eu consiga atravessar a porta, uma última frase junta a sua voz, colidi com muita força em minha cabeça.
-- Eu quero o livro.Atônita me encosto em uma porta qualquer no corredor escuro, que agora, está a falhar a única iluminação que nele resta.
Inclino meu corpo, agachando levemente, até que minhas mãos possam alcançar meu joelho e tento me concentrar em respirar fundo e tentar focar em um só objetivo -- isso tudo vai acabar -- Sussurro.
A quem eu tô tentando enganar? Tem um enorme ponto de interrogação imaginário, tatuado com tinta preta em minha testa. Qualquer um que me ver no momento, verá claramente minha alma perdida na nítida, íris dos meus arregalados olhos.Ouço perceptíveis sussurros vindos da porta, já que estou a usando de apoio, apenas aproximo mais a cabeça.
-- Você não sabe do que fala -- A voz de Logan se manifesta, meio alterada.-- Aff, claro que sei, isso até agora só nos trouxe problemas -- Responde uma voz feminina, é ela -- Abra os olhos Logan -- Extressada o responde, droga, não estou entendendo nada.
-- É se isso nos beneficiar futuramente, com ele podemos descobrir muito mais... -- Logan insiste.
-- Ta decidido eu vou queimar este livro -- Com convicção finaliza a conversa, pera....
"Eu quero o livro" as palavras dele encooam em minha cabeça simultaneamente, eu tenho que fazer alguma coisa em imediato.
Bato forte o braço contra a porta a abrindo bruscamente, assustando ambos no local.-- NÃOOO
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A Garota Fantasma
Paranormal• E se uma simples "Fantasma" mudasse sua vida drasticamente? Logan não sendo um filho da categoria dos melhores, tem uma vida um tanto tediosa. Com a falta de atenção da mãe e o recente falecimento do seu pai, Logan piora literalmente. Fazendo s...