Marcelo seguia Fernando por um longo corredor já se afastando do salão aonde acontecia o baile de máscaras, ele não entendia o porquê estava fazendo aquilo, obedecendo a ordem daquele homem misterioso que ainda estava de máscara. Pensou em voltar para a festa e continuar o seu trabalho, pois tinha certeza que quando Gilda ou os demais garçons não notassem sua presença, iria acabar tendo problemas pra trabalhar em outros evento e difícilmente iria ganhar o dinheiro desse evento.
A poucos centímetros de Fernando que andava de forma imponente rumo à um elevador, Marcelo finalmente mesmo suando frio e bastante nervoso, parou de caminhar e falou em voz alta:
— Eu não posso ir com o senhor! Tenho que voltar a trabalhar, senão vou ter problemas. Eu nem sei mesmo pra onde está me levando. — Marcelo falava com a voz levemente alterada e finalmente fez com que Fernando parasse e olhasse para trás em sua direção.
— Para de ser teimoso garoto! Você não está em condições de continuar trabalhando no meio desse tanto de gente. — Fernando dizia encarando Marcelo de forma séria.
— Agradeço muito o senhor ter me ajudado e não ter deixado eu cair na piscina, mas eu realmente tenho que trabalhar. Obrigado mesmo por tudo.
Ao terminar de falar Marcelo deu as costas para Fernando e começou a fazer o caminho de volta ao salão de festas, só que de repente sentiu suas pernas perderem as forças e sua visão apagou subitamente.
⏲️HORAS DEPOIS...
Marcelo abriu lentamente os olhos e tentou identificar em que lugar estava. Jamais tinha visto um ambiente tão luxuoso. Só deixou de admirar o enorme quarto, que era três vezes maior que o apartamento que dividia com Ana, quando percebeu que estava deitado em uma grande cama. De repente veio a lembrança de quem estava perto dele antes do desmaio no corredor do hotel. O homem de máscara. Marcelo tentou imaginar o porquê aquele homem ou outra pessoa poderia tê-lo levado até aquele luxuoso quarto. Porque não o levaram para um hospital. Sua mente estava bastante confusa. Ele então decidiu sair da cama e tentar encontrar alguém naquele enorme quarto. Ao se levantar da cama percebeu que já não estava mais com o seu uniforme completo de garçom, estava apenas com a calça e com uma camiseta branca e que tinha um perfume maravilhoso. Olhou para uma poltrona que havia próximo a uma escrivaninha no quarto e viu que lá estava as demais peças do seu uniforme. Quem quer que o tivesse levado até aquele quarto, havia tirado boa parte de suas roupas.
Marcelo observou calmamente o quarto aonde estava e percebeu que era ainda maior do que ele já havia percebido. Havia um corredor que seguia até um enorme banheiro. Ficou deslumbrado ao perceber que pela enorme porta de vidro dava pra se ver praticamente boa parte da cidade. Uma enorme varanda se seguia depois daquela porta de vidro. No lado oposto havia uma porta branca, Marcelo então caminhou até ela. Sabia que ali era a saída do quarto. Ele então decidi pegar suas roupas e sair dali. Não tinha noção do tanto de tempo que estava naquele quarto, mas talvez ainda desse tempo dele continuar trabalhando e não perder o dinheiro que ganharia naquela noite.
Ao abrir a porta do quarto, o coração de Marcelo acelerou ao se deparar de frente com a figura de um homem que mais parecia um deus grego. Trajando um elegante terno black tie preto. Aqueles olhos, Marcelo já os havia visto. Era o homem de máscara que o havia ajudado horas antes. A respiração de Marcelo parecia acelerar cada vez mais ao estar ali diante daquele monumento de homem, poucos centímetros separaram os seus corpos. O perfume dele inebriava novamente os sentidos de Marcelo.
— Aonde você pensa que vai garoto? — Fernando perguntava a Marcelo, enquanto permanecia parado na sua frente, o impedindo de sair do quarto. Marcelo percebeu que aquela porta não era pra sair do quarto, e sim para ir até a enorme sala que aquele lugar tinha.
— Olha senhor, eu...eu...não sei o que aconteceu comigo, mas já estou melhor, preciso ir. Tenho que avisar minha amiga aonde estou e tenho que voltar a trabalhar. Eu realmente preciso ir. Me deixe passar por favor. — A voz trêmula de Marcelo deixava evidente o quanto ele estava nervoso perante a presença de Fernando.
— Não se preocupe. Já pedi que Gregório, meu secretário, avisasse aos responsáveis pelo bufê, que você passou mal e que precisou sair da festa. Você não precisa se preocupar.— Fernando encarava o rosto angelical de Marcelo que parecia uma ovelha assustada diante de um lobo, enquanto ele ouvia suas palavras.
— Eu...eu...agradeço muito o que fez por mim, mas eu não posso ficar aqui. Eu não o conheço, nem sei o seu nome e o porquê está me ajudando assim.
— Você vai ficar aqui na minha suíte esta noite. Você não estar bem e não pode voltar pra trabalhar lá naquele salão lotado de pessoas. Pela manhã, quando estiver melhor, mando te deixar em sua casa. Agora volte para a cama.
As palavras firmes de Fernando fizeram com que Marcelo recusasse para dentro do quarto novamente e se sentasse na cama. Ainda sem entender o porquê que aquele homem estava o mantendo ali.
— Fernando!
— O quê? — Marcelo perguntou meio assustado ao ouvir a voz do belo homem que agora estava novamente parado em sua frente.
— Meu nome é Fernando. O seu você já me falou lá próximo a piscina. Você tá se sentindo melhor mesmo? — Por mais que fossem firmes, as palavras de Fernando, tinha um certo cuidado e isso deixava Marcelo ainda mais confuso em perceber que aquele homem que além de lindo, parecia ser também bastante rico, estava tendo tanto cuidado com ele.
— Eu estou bem sim, senhor.
— Não precisa me chamar de senhor. Não sou assim tão velho.
— Desculpe, é que não consigo entender o porquê me trouxe para seu quarto, se sou apenas um garçom da festa, e o senhor...desculpe...você é um convidado.
— Não tem porque se preocupar com isso. Aquela festa estava intediante pra mim. E estou ajudando você, como faria com qualquer pessoa.
As últimas palavras de Fernando, fizeram com que Marcelo sentisse uma pontada de tristeza. Ele então baixou a cabeça e permaneceu sentado na cama.
— Não vou fazer nenhum mal a você. Você só precisa ficar calmo e descansar. Pela manhã quando estiver melhor eu mando meu motorista te levar pra sua casa.
— Tudo bem, obrigado. Não sei como poderei pagá-lo por ter me ajudado.
— Você precisa tomar um banho pra poder dormir melhor. No banheiro tem toalha, roupão, escova...pedi algo pra você se alimentar. Vou deixar você a sós e volto daqui a pouco pra ver como você estar.
Ao olhar Fernando saindo do quarto, Marcelo tentava entender o que estava se passando com seus pensamentos. Uma parte de si dizia que ele devia sair daquele quarto, outra parte parecia estar hipnotizada com a presença de Fernando, como se não quisesse sair mais de perto daquele homem.
Marcelo foi até o enorme banheiro, jamais tinha visto tanto luxo. Todos os detalhes eram minuciosamente fino. Nem em novelas os quartos e banheiros eram tão lindos. Após tomar um banho um pouco demorado, Marcelo vestiu um roupão por cima da cueca, e sentiu seu corpo bem mais relaxado, talvez pela água morna. Ao voltar para o quarto, Marcelo se assustou ao notar a presença de Fernando que o observava com um olhar indecifrável.
Por quase dois minutos Marcelo e Fernando não trocaram nenhuma palavra, apenas os seus olhares já diziam que algo entre eles estava sem controle. A respiração ofegante e o coração acelerado era um sinal de que o destino havia planejado esse dia para que fosse o primeiro de suas vidas no qual eles estariam juntos...
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🎭Baile de Máscaras (Romance Gay)
Roman d'amour🎭 Em andamento... Bastou apenas um olhar para que o poderoso empresário Fernando Villareal e o jovem Marcelo descobrissem que um sentimento avassalador havia tomado conta dos dois. Durante um luxuoso Baile de Máscaras, Marcelo que fazia um bico co...