Há nela qualquer coisa de amador
De principiante
De criança descobrindo as letras
Com graça e cuidado
Como quem cata conchinhas na praia.Há nela um certo ar estrangeiro
De navegante
De pescador que perdeu-se nas ondas
De um mar no qual sempre habitou
Mas que súbito desconhece.Há nela uma inércia de árvore
De monge
Fechado em sua eterna contemplação
De tudo.Há nela o silêncio das aves
Que vivem seu paraíso azul
Indiferentes ao mundo
E à sua agitação.E há nela a finitude dos dias
Que se rompem como ondas
Em direção ao acabar
De todas as coisas.
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A mariposa na janela
Poetry"Do lado de fora, a mariposa Indiferente se despede Na quase escuridão da tarde Se perde - Tal como o verso do poeta Que num instante de descuido desprende- se do papel E livre escapa para a vida." Aqui estão alguns de meus primeiros poemas.