Nas tardes silenciosas
O céu se cala em azul
As aves se calam em distância
Eu me calo em poesia.Tem quem se cale em lembranças
Tem quem se negue a calar
Mas o silêncio em tudo está
Dentro das noites e dos dias.Na morte e na infância
Como a própria eternidade.
Não o silêncio das ausências
Das tristezas e das saudades
Mas o silêncio dos relógios
Das paredes e das lápides
Dos objetos imóveis
E das coisas sem vida.O silêncio dos úteros
Das cartas
Das folhas caídas
O silêncio dos instantes perdidos
Das palavras não ditas.
O silêncio que vem depois da morte...- E no começo de tudo,
Só havia o silêncio:
O silêncio que sempre antecede
A vida.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A mariposa na janela
Poetry"Do lado de fora, a mariposa Indiferente se despede Na quase escuridão da tarde Se perde - Tal como o verso do poeta Que num instante de descuido desprende- se do papel E livre escapa para a vida." Aqui estão alguns de meus primeiros poemas.