Tenho medo da ignorância e do arrependimento. Medo do próprio medo. Medo de inseto.
Medo da velhice, das pessoas e de gente - gente que mata, que fere, que mente e que não sabe ser outra coisa.
Medo da vida comum. Medo de morcego, barata, bode preto. Medo da sorte. Medo do final infeliz. Medo de não entender os mistérios do mundo, meu próprio mistério - medo de não haver mistério.
Tenho medo da dor. Medo do escuro. Medo dos adultos, de velocidade, da verdade, do aperto.
Medo do esquecimento; das perguntas sem respostas. Medo do nunca. Medo do sempre. Medo do silêncio que procuro e não encontro. Medo da saudade; do que é normal
- ou finge ser.Medo das coisas muito lindas
que um dia
se acabam.
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A mariposa na janela
Poetry"Do lado de fora, a mariposa Indiferente se despede Na quase escuridão da tarde Se perde - Tal como o verso do poeta Que num instante de descuido desprende- se do papel E livre escapa para a vida." Aqui estão alguns de meus primeiros poemas.