O tempo navega
Dentro de seu próprio tormento
Preso no relógio da sala
Tic-tac tic-tac...
No passo das formigas.Os poemas estão mudos
- Meu Deus! Eles não dizem nada!Na minha infância eu me recordo
De como era misterioso
E eterno
O tic-tac daquele relógio...E a marcha das formigas
Pequenas como grãos de açúcar
Sobre o chão recém encerado.Naquele vermelho todo,
Que para elas era sem fim,
As formigas se desesperavam
Corriam apressadas
Como se buscassem sair...A eternidade do tempo
Respingava nos instantes
Cada vez mais molhados
Os ponteiros pesavam...A eternidade das formigas
Era sua busca
Queriam escapar
Só não sabiam para onde
- E nós, sabemos?Talvez o mistério
De todas as coisas
Esteja no que não dizem
Os relógios
As formigas
Os poemas.
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A mariposa na janela
Poetry"Do lado de fora, a mariposa Indiferente se despede Na quase escuridão da tarde Se perde - Tal como o verso do poeta Que num instante de descuido desprende- se do papel E livre escapa para a vida." Aqui estão alguns de meus primeiros poemas.