Assim que o navio atracou no porto. Elisie se apressou em descer os degraus, todavia seus pés travaram a meio caminho. Perplexa diante do que seus olhos viam.
O porto de Senlin estava tomado por guardas de Darkeng. Não havia muita aglomeração de trabalhadores, e os poucos que circulavam por lá estavam rodeados pelo medo.
― O que passou aqui? ― Exclamou Elisie horrorizada, Briana fechou os olhos e ouviu atentamente as conversas entre eles.
― Por causa do inverno, não há comida.
― O inverno não mudou. Pelos deuses, então o inverno não foi causado por eles.
― Não, pelo visto é uma calamidade causada pelo próprio mundo. E agora? Vamos para o seu reino ou para o reino de seu príncipe?
― Briana, você consegue criar uma barreira como aquela no templo das sacerdotisas, que permitia que o inverno não afetasse a vida lá dentro do jardim?
― Eu sou a bruxa, majestade, posso fazer mais que isso. Mas não será perigoso, se descobrirem de minha existência?
― Não, protegeremos você. O que será perigoso é permitir que reinos entrem em guerra por falta de comida. ― Disse Alex surgindo ao lado delas. ― Devemos ir primeiro para Margoth, Elisie, sei que quer se separar de mim. Mas nessas circunstâncias, é impossível que eu permita que vocês sigam sem mim.
A situação ficava cada vez mais complicada, tiveram dificuldades para entrar no reino, pois Elisie tinha apenas o documento de rainha de Darkeng.
Precisaram aguardar nos portões até que um dos nobres reconhecesse Elisie como a princesa do reino. Veio um barão velho e desajeitado, se curvou quando se encontrou com Elisie, parecia ansioso e preocupado.
― Alteza, pelos deuses. A senhorita desapareceu por um ano inteiro. O reino está perdido em um completo caos. ― Ele analisou os bruxos com a farda do exército de Darkeng, porém guardou para si qualquer comentário. Coçou a garganta antes de continuar. ― A rainha foi para as ilhas de Olívis para se proteger de um possível ataque. Pensávamos que a senhorita tinha sido assassinada pelo reino de Darkeng. Fico feliz que a senhorita seja favorecida por eles.
― Por que Darkeng invadiria nosso reino? Explique-me tudo em detalhes. ― O barão curvou as sobrancelhas confuso, e Alex cutucou Elisie, para que ela mudasse seu comportamento. Não era mais uma rainha, e muito menos tinha poder como princesa. As princesas não possuíam poder. ― Se o senhor puder me dizer, eu ficaria imensamente grata.
― Alteza, esse assunto não é leviano, a senhorita como uma princesa não deve se envolver em assuntos dessa magnitude, por favor, aguarde, irei mandar uma carruagem para levá-la a ilha de Olívis, ficará segura lá junto de nossa rainha.
― Mas... ― Alex a interrompeu:
― Vamos para Darkeng. Você sabe que não adiantará nada insistir, ninguém aqui vai te dar ouvidos. ― Sussurrou Alex.
― E em Darkeng, quem me dará? Se Mercúrio for semelhante ao seu pai, Alexandre, com certeza é um homem intolerante.
― Elisie, por favor, só vamos logo. Eu ainda sou um príncipe, presumo. Use meu poder. Use-me.
Seguiram para Darkeng, foram mais três longos dias até chegar nos portões da cidade. Os três, assim como todos os servos que os acompanhavam estavam exaustos.
Do lado de dentro dos portões, havia muita, mas muita morte. Elisie precisou tapar o nariz pelo cheiro pobre de cadáveres empilhados nos becos entre as casas.
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Princesa Feroz (Livro II )
FantasyElisie Allen Leican tornou-se rainha, a rainha infértil que assassinou seu marido, tomou como seu, o filho de uma concubina e se tornou a pior das mulheres ao casar-se novamente. Era o que diziam os nobres, mas Elisie pouco se importou, sabia que er...