Capítulo 12

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― Pelos deuses, ainda bem que você conseguiu se livrar daquela garota. ― Exclamou Elisie olhando apreensiva através da cortina da carruagem.

― Não foi um trabalho fácil, confesso. Agora vamos, você tem certeza que a rainha já está dando à luz?

― Sim, foi o que Briana me contou, como desconfia de alguém que pode entrar em todos os lugares?

― Certo, o que faremos mesmo?

― Primeiro esperaremos no castelo até que a criança nasça. Se Beatrice fez o que pedimos e ele nasça louro, voltaremos para nosso tempo.

― Mas caso ela não tenha feito isso... mataremos a criança. ― Continuou Briana. Alex suspirou.

― Sou parente de Beatrice. ― Revelou.

― Sim, sei disso. Beatrice é a mãe de Alexandre. Mas por que está trazendo isso à tona agora?

― Se Beatrice não for querida pelo rei, talvez eu não seja mais quem eu sou.

― Está com medo de sumir?

― Não, tenho medo de esquecer. ― Elisie colocou sua mão em cima da dele.

― Mesmo que você se esqueça, eu te farei lembrar. ― Elisie percebeu, finalmente o olhar apaixonado que Alex lançou para ela, isso a fez se afastar, engolir em seco. Não podia deixa-lo nutrir amor por ela.

Entraram no castelo escoltados por um dos mordomos, esse os levou até o salão, no qual toda a corte esperava ansiosa pela revelação, seria o futuro rei de Darkeng? Ou a primeira princesa do reino?

Zen estava ao redor da multidão, quando seus olhos se focaram em Elisie, e deslizaram para o lado onde Alex estava, suas feições endureceram de ciúmes.

― Minha Laura, por que não me avisou que viria ao castelo? Eu teria ido buscá-la, é para essas coisas que um noivo serve também.

― Desculpe, eu estava com pressa e o senhor Macléia estava por perto.

Beatrice. ― Sussurrou Briana. Elisie puxou suas mãos do aperto de Zen, e olhou em varias direções até encontrar a bruxa.

― Zen, com licença, preciso conversar com a senhora Beatrice. ― Ela não esperou resposta, simplesmente seguiu a longas passadas até a bruxa.

― Beatrice. Você... você fez o que pedi?

― Sim, não quero ser forçada a usar aquela maldição nunca. Mas, não sei se a poção fez efeito na criança. Comecei a dar algumas semanas antes dele nascer, sinto que é pouco tempo para mudar o cabelo. ― Elisie suspirou.

― Obrigada, Beatrice, realmente muito obrigada.

Não houve tempo para aflição, o médico real surgiu no alto do segundo andar, ao seu lado duas parteiras sujas de sangue encararam a multidão no andar de baixo.

― Diga, no reino foi abençoado com um grandioso príncipe ou com uma delicada princesa? ― Gritou o general, pai de Zen. O médico limpou o suor da testa, Elisie rangeu os dentes, odiava como as pessoas adoravam um suspense.

O rei surgiu no alto carregando o embrulho nos braços, Elisie analisou ansiosa as feições do rei. Não parecia possesso de ódio, nem triste. Ele ergueu a criança, que chorava desesperadamente. A manta descobriu sua cabeça, era loiro como o rei. Elisie começou a chorar, correu para onde Alex observava a cena inexpressivo, ela o abraçou.

― Não haverá mais dor. Todos estão livres de suas maldições. Nem acredito que foi tão simples. ― Ele a ergueu do chão, e em um momento de pura excitação a beijou, mas foi tão breve que ninguém além deles se deu conta disso.

Princesa Feroz  (Livro II )Onde histórias criam vida. Descubra agora