capítulo 17

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― Meu pássaro.

― O que?

― Diga, como conseguiu segurar meu pássaro. Ele não deixa ninguém além de mim e quem eu permito toca-lo. ― Elisie suspirou, por que Dixon estava diante da sua porta na madrugada tirando satisfações?

Elisie abriu mais a porta e voltou para a cama.

― Você vai me ignorar? Não sabia que a princesa do reino de Margoth necessitava de bons modos. ― Elisie se enrolou no cobertor.

― Você não lembra, é impossível se lembrar.

― Então me conte. ― Ela bateu no lado vazio ao seu lado. Dixon relutante se sentou rígido na cama.

― Havia um príncipe...

― Não quero ouvir uma história infantil. ― Elisie, acariciou os cabelos dele, percorreu seus dedos pelas bochechas e deslizou até o ombro, ela o empurrou para que se deitasse.

― Apenas ouça.

― Eu não posso deitar na mesma cama que uma dama.

― Eu serei sua esposa. Enfim, quer que eu conte ou não?

― Sim.

― Pois bem, contarei, não pergunte, apenas escute, procure no seu coração a resposta. E se a resposta for que sim, tudo que eu disse aconteceu, então durma comigo essa noite. Porém, se depois que eu terminar, e seu coração não tiver reagido em absoluto. Vá, vá para bem longe de mim, pois eu já não te quererei. ― Dixon entreabriu os lábios, entretanto a pergunta se perdeu em sua garganta.

― Havia um príncipe cruel, cujo o nome ninguém lembrava. Era chamado de o Príncipe Cordial... ― Elisie recomeçou, sua voz era baixa e tranquila, e mesmo chegando na parte de sua morte, da morte da criança que carregava no ventre. Nas partes em que seu coração sofreu tanto, ela não mudou o tom de voz, continuou tranquila, como se não estivesse contando as memórias doídas de um passado que não queria mais ver.

***

Seus bruxos se desfizeram das fardas do reino de Darkeng, e agora usavam uma nova, preta com detalhes em prata, que Briana e Elisie desenharam empolgadas.

Elisie agradeceu cada um deles, por todo o árduo trabalho, em seguida agradeceu ao rei que desceu até a saída do castelo para despedir-se de Elisie.

― Pelo bem que você fez ao meu reino, não me sinto nenhum pouco indignado por entregar minha ilha e meu recém conquistado palácio para você. Sei que cuidará daquelas terras com a mesma determinação que nos mostrou aqui.

― Fico agradecida por seu reconhecimento, majestade. ― O rei encarou Jeremy observando pela janela da carruagem, então se voltou para Elisie novamente.

― Obrigado, por levar esse bastardo daqui.

― Meu rei... ― A língua de Elisie se contorceu na boca, contendo as maldições que queria lançar sobre Mercúrio. Porém, ela se controlou, não podia ganhar o ódio daquele desprezível homem. ― Tenha um bom reinado, devo ir agora.

― Mamãe, o papai não vem? ― Perguntou Jeremy pela janela. O sorriso tristonho de Elisie foi a resposta, Jeremy se levantou, e passou por entre Elisie, correndo até Alex, que tentou fingir que não o conhecia.

― Jeremy, volte para a carruagem. ― Ordenou a princesa.

― Não... quero que papai venha.

― Alex... ― Ela olhou para o rei e as demais pessoas atrás dele, em seguida murmurou para Alexyan:

Princesa Feroz  (Livro II )Onde histórias criam vida. Descubra agora