― Não lembro de ver o rei de Margoth tão vaidoso. ― Murmurou Elisie para si mesma, parada na entrada de seu castelo, ao lado de Alex, aguardando a chegada do rei e da rainha de Margoth, ao longe já podiam ver as seis suntuosas carruagens aproximando-se.
Olhando as carruagens de seu antigo reino, memórias ruins se apoderaram dela, que somente voltou a si, quando Alex de um passo à frente.
O rei desceu, em seguida a rainha. Sorriam como se tivessem sentido saudade de sua filha.
― Rei Hugo Allen, e rainha Elena Allen é um imenso prazer tê-los em meu reino.
― Não precisa de tanta formalidade, somos todos família, não é mesmo, minha querida filha? ― Hugo lançou um olhar tristonho para Elisie, que mantinha uma postura rígida.
― Bem-vindo, majestade, espero que me trate como rainha Elisie Leican. Não aprecio informalidades.
― Eli...
― Devem estar cansados, meu mordomo os guiará até seu quarto. Tenha um maravilhoso dia. ― Apressou-se em dizer, curvando-se e dando as costas para seus pais. Alex a alcançou.
― Pelos deuses, o que foi isso? Você não vê como seu pai parece adoecido? Converse com ele, espere pela resposta que deseja ouvir. Fugir nunca ajuda em nada.
― Poupe-me de seus sermões, majestade, não estou com paciência para ouvi-lo.
― Vá ao quarto deles, converse com ele e dê fim a suas dúvidas. De acordo? ― Percebendo que ela estava determinada a ignora-lo, ele completou relutante:
― Pois não sabemos quanto tempo ficaremos... procurando pelos filhos deformados.
― Ela parou, ele bateu seu corpo contra o dela. ― Um breve sorriso se abriu, junto com a esperança.
― Isso quer disser que é verdade? É verdade então?
― Se aquela feiticeira disse, não podemos duvidar. ― O abraço o pegou de surpresa, Alex demorou tanto para criar coragem e envolver seus braços ao redor dela, que quando tentou faze-lo, ela o soltou e seguiu apressada para o quarto dos pais.
― Marido, acha que Elisie sabe? ― a voz de Elena aflita e chorosa fez Elise parar no meio do caminho, eles sussurravam no corredor.
― Como poderia? Você sabe que matamos todos que sabiam desse segredo.
― Hugo, estou aflita, tenho sonhado com isso por várias noites. Devíamos ter contado, estou com um mal pressentimento.
Elisie, segurou suas lágrimas, o ódio queimou o peito girou nos calcanhares e seguiu para seu quarto.
***
A música alta chegava até o quarto de Elise, que se arrumava na quase escuridão.
― Você fez o que eu pedi? ― sussurrou mesmo estando em seu quarto sozinha com a serva.
― Sim, majestade, porém, se permite que eu diga, isso é algo perigoso e...
― Eu sei o que faço, agora pode ir, terminarei de me arrumar sozinha.
Os cabelos de Elisie estava em um coque simples, havia algumas joias entorno. Ela se observou no espelho, a maquiagem forte ressaltou seus olhos escuros, ela sorriu maldosamente, abriu a caixa de joias, iria por um colar que combinasse com o vestido verde de gola alta, como sempre usava. Seus dedos se enroscaram nos brincos de alma gêmeas.
Ela os colocou, levantou-se da cadeira, quando o silêncio foi roubado pela voz alta de alerta dos brincos, Elisie virou-se para porta a tempo de vislumbrar através da brecha uma silhueta correr para longe. Sua alma gêmea, sim, era isso que os brincos falavam, ela estava diante de sua alma gêmea.
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Princesa Feroz (Livro II )
FantasíaElisie Allen Leican tornou-se rainha, a rainha infértil que assassinou seu marido, tomou como seu, o filho de uma concubina e se tornou a pior das mulheres ao casar-se novamente. Era o que diziam os nobres, mas Elisie pouco se importou, sabia que er...