Capítulo 06

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― Não lembro de ver o rei de Margoth tão vaidoso. ― Murmurou Elisie para si mesma, parada na entrada de seu castelo, ao lado de Alex, aguardando a chegada do rei e da rainha de Margoth, ao longe já podiam ver as seis suntuosas carruagens aproximando-se.

Olhando as carruagens de seu antigo reino, memórias ruins se apoderaram dela, que somente voltou a si, quando Alex de um passo à frente.

O rei desceu, em seguida a rainha. Sorriam como se tivessem sentido saudade de sua filha.

― Rei Hugo Allen, e rainha Elena Allen é um imenso prazer tê-los em meu reino.

― Não precisa de tanta formalidade, somos todos família, não é mesmo, minha querida filha? ― Hugo lançou um olhar tristonho para Elisie, que mantinha uma postura rígida.

― Bem-vindo, majestade, espero que me trate como rainha Elisie Leican. Não aprecio informalidades.

― Eli...

― Devem estar cansados, meu mordomo os guiará até seu quarto. Tenha um maravilhoso dia. ― Apressou-se em dizer, curvando-se e dando as costas para seus pais. Alex a alcançou.

― Pelos deuses, o que foi isso? Você não vê como seu pai parece adoecido? Converse com ele, espere pela resposta que deseja ouvir. Fugir nunca ajuda em nada.

― Poupe-me de seus sermões, majestade, não estou com paciência para ouvi-lo.

― Vá ao quarto deles, converse com ele e dê fim a suas dúvidas. De acordo? ― Percebendo que ela estava determinada a ignora-lo, ele completou relutante:

― Pois não sabemos quanto tempo ficaremos... procurando pelos filhos deformados.

― Ela parou, ele bateu seu corpo contra o dela. ― Um breve sorriso se abriu, junto com a esperança.

― Isso quer disser que é verdade? É verdade então?

― Se aquela feiticeira disse, não podemos duvidar. ― O abraço o pegou de surpresa, Alex demorou tanto para criar coragem e envolver seus braços ao redor dela, que quando tentou faze-lo, ela o soltou e seguiu apressada para o quarto dos pais.

― Marido, acha que Elisie sabe? ― a voz de Elena aflita e chorosa fez Elise parar no meio do caminho, eles sussurravam no corredor.

― Como poderia? Você sabe que matamos todos que sabiam desse segredo.

― Hugo, estou aflita, tenho sonhado com isso por várias noites. Devíamos ter contado, estou com um mal pressentimento.

Elisie, segurou suas lágrimas, o ódio queimou o peito girou nos calcanhares e seguiu para seu quarto.

***

A música alta chegava até o quarto de Elise, que se arrumava na quase escuridão.

― Você fez o que eu pedi? ― sussurrou mesmo estando em seu quarto sozinha com a serva.

― Sim, majestade, porém, se permite que eu diga, isso é algo perigoso e...

― Eu sei o que faço, agora pode ir, terminarei de me arrumar sozinha.

Os cabelos de Elisie estava em um coque simples, havia algumas joias entorno. Ela se observou no espelho, a maquiagem forte ressaltou seus olhos escuros, ela sorriu maldosamente, abriu a caixa de joias, iria por um colar que combinasse com o vestido verde de gola alta, como sempre usava. Seus dedos se enroscaram nos brincos de alma gêmeas.

Ela os colocou, levantou-se da cadeira, quando o silêncio foi roubado pela voz alta de alerta dos brincos, Elisie virou-se para porta a tempo de vislumbrar através da brecha uma silhueta correr para longe. Sua alma gêmea, sim, era isso que os brincos falavam, ela estava diante de sua alma gêmea.

Princesa Feroz  (Livro II )Onde histórias criam vida. Descubra agora