Octavia.
- Não acredito que você tenha sido tão irresponsável, Octavia - vociferou Bellamy. Revirei os olhos. Após Steven ter solicitado uma reunião privada com Bellamy, decidi descobrir a verdade por conta própria. Despistando os funcionários, procurei o escritório de Steven e tentei entrar.
- Ele está certo, O - complementou Milo - Steven não é nosso amigo, não sabemos nada sobre ele ou de suas intenções. Se ele soubesse da sua tentativa, já imaginou o que ele poderia ter feito?
Fechei os olhos. Ele estava certo, claro.
- O que esperavam que eu fizesse? - resmunguei, andando em disparada - A minha origem é repleta de caminhos esquivos e infidelidade. Todos que a conhecem se recusam a contá-la pra mim, nada mais justo que eu tente descobrir por conta própria.
- Continuaremos essa conversa depois - afirmou Bell - Agora vamos ao encontro dos outros. Steven me contou algumas coisas, vocês não vão acreditar.
+++- Infectados? Todos nós? - disse Clarke, estupefata.
- Aparentemente - disse Bellamy - Ele quer que eu os convença a ficar aqui para nos testar. Digo, eu, Clarke, Octavia e Raven.
- E o que o resto de nós fará? - indagou Murphy.
- Vocês aproveitarão que os holofotes estarão sobre nós e investigarão se a história do meu... do Steven Price é verídica - disse ele.
- Se você acha prudente proceder desta forma, o faremos - disse Raven - Mas não vou negar que não confio em Steven. Essa história de achar uma cura para a humanidade é muito altruísta.
- Eu concordo com a Raven - disse Jasper - Monty e eu observamos os equipamentos, os painéis. Steven está numa caçada incessante.
- Ele não afirmou e nem negou estar infectado, certo? - perguntei.
Bellamy assentiu.
- Isso me leva a crer que talvez a busca incessante pela cura não seja por ele, tampouco pela humanidade - ponderou Milo - Então pra quem será que ele quer a cura?
- Parece que teremos que ficar para descobrir - finalizou Clarke.
+++
Nos corredores, tentei passar despercebida por todos. Não tentaria voltar ao escritório de Steven, pelo menos não agora. Escutei passos pesados atrás de mim, quem quer que estivesse vindo, estava com pressa.
- Não é sensato, Sr. Price - disse a voz de Delphine Sinclair.
Me escondi entre os corredores e atentei meus ouvidos para a conversa;
- Poupe-me de suas advertências, Sinclair - rosnou Steven - Eu sei o que estou fazendo. Os testes começam a ser preparados amanhã e tudo encaminhará da forma que planejamos.
- Não é disso que estou falando - disse ela, abaixando o tom de voz - O nosso hóspede da cobertura está inquieto, devido ao grupo.
- Eu irei vê-lo - Steven soava preocupado, quase com medo - Enquanto isso, mantenha os olhos abertos com o grupo. Não os quero andando pelos corredores sem supervisão
- Claro, senhor - disse ela, e então ele partiu.
Quando Steven se distanciou consideravelmente, revelei minha presença a ela.
- Octavia - disse ela, avaliando-me - Não é muito educado escutar a conversa alheia.
- Brincar com a vida dos outros também não, mas cá estamos nós - sorri, fitando-a.
- O que está insinuando? - ela riu - Que somos os mestres dos fantoches?
- Quase isso. A diferença é que duvido que você tenha essa capacidade - aproximei-me mais - Digo, sua irmã falhou ao tentar. Lana Labounair também. Mas a convido a tentar.
Ela disfarçou o ódio com outra faceta de deboche.
- Pobre garotinha. Steven tem muitos planos pro futuro e acredite quando digo que nenhum deles envolve você - concluiu ela - Agora, se me der licença, preciso voltar às minhas obrigações.
Ao sair do corredor, ela cruzou com Milo que parecia confuso ao me ver.
- O, o que faz aqui? - questionou ele.
- Milo, temos problemas. Grandes problemas.
- Que tipo de problemas?
- Ao que parece, não somos os únicos convidados de Steven.
+++
- Apesar de ainda achar uma péssima ideia, não vejo outra solução.
Foi o que Milo disse antes de me acompanhar em outra tentativa de entrar no escritório de Steven Price. Foi mais difícil despistar os guardas do que na primeira vez e estávamos nos arriscando três vezes mais. Delphine sabia que eu havia escutado a conversa e contaria a Steven assim que possível. Ou talvez preferisse usar isso para um momento mais oportuno.
- Quem você acha que está aqui? Um refém? - disse ele, interrogando-me.
- Não sei exatamente o que pensar. Da maneira que eles falavam, parece ser um experimento. Algo que não deve ser tocado ou perturbado - afirmei.
- Então não percamos mais tempo. Vamos entrar e descobrir o que for possível.
De forma rápida e cautelosa, adentramos no escritório. Com uma lanterna em postos, examinamos o espaço de forma sucinta; nas gavetas, abrimos uma pasta intitulada "Grace".
- Milo, veja isso.
Uma ficha mostrava uma foto de Steven, uma mulher e uma criança.
- É a sua mãe? - perguntou ele.
- Não, é outra mulher - disse, confusa. Aquela criança não era Bellamy, tampouco eu.
- Veja o que diz aqui: Steven, Grace e Jason Price - apontou ele.
- Steven tem outra família? - disse em voz alta - Mas onde eles estão e, por que ele não nos disse nada a respeito?
- Pode ser este o motivo para o qual Steven esteja tão desesperado para achar uma cura - disse Milo - Talvez seu filho e sua esposa estejam infectados e os estágios da doença podem estar avançados.
- Mas por que ele não disse ao Bellamy? - perguntei - Se Jason estiver vivo, ele é o meio irmão do Bell. Não negaria ajuda.
- É exatamente isso que temos que descobrir - prosseguiu ele - Mas amanhã. Não podemos arriscar ser pegos.
- De acordo.
Nos levantamos e seguimos para a saída. Senti o corpo dele se imobilizar.
- Octavia?
Virei para responder e senti sua boca na minha. Foi uma investida sublime, prazerosa e surpreendente. Milo era lindo e me amava. E eu...
- Milo, eu...
- O, apenas deixe que eu te ame.
Suspirei. Tirei sua camisa e deixei que ele me amasse.
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The 100 (#3)
Fanfic(- CONTINUAÇÃO DA FIC -) ESSA SINOPSE CONTÉM SPOILER, SE VOCÊ NÃO LEU A SEASON 1 E 2, NÃO PROSSIGA !! Na posse da Ômega, aqueles que restaram dos 100 se aproximam cada vez mais da verdade. Bellamy se reencontrou com o seu pai, até então dado com...