Capítulo 30

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Dakota narrando.

Acordo com uma música familiar na cabeça, meus olhos estão inchados e doloridos provavelmente pelas lágrimas, não quero nem pensar em Matthew nem em tudo o que ele me fez, mas preciso levantar da cama, coloco um pé e depois o outro no chão e uso todas as minhas forças para me erguer, sei que ele está atrás de mim me observando, mas não vou encará-lo, pelo menos não agora.

***

Piso na escola decida a fazer o que minha cabeça vem tramando desde a hora em que dormi, avanço pelo corredor dos armários e encontro Enzo, nem deixo ele  falar e o beijo, é meu primeiro beijo, deveria ser com alguém especial ou com alguém que eu quisesse realmente beijar, mas nada superou o que vi depois, a cara de Matthew quando terminei e olhei em seus olhos, havia raiva ali, eu poderia dizer que muita, e eu fiquei feliz pelos milésimos que seguiram, antes que uma onda de culpa e dor me invadissem e me arrastassem até o banheiro feminino, agora estou arrependida pela cena e por ter usado Enzo, mas posso garantir que ele gostou e não deve ter se sentindo nada usado.

- Senhor Davis?

O encontrei na porta do banheiro.

- Como sabia que eu estava aqui?

- Dakota não temos tempo, vamos você precisa ir embora do Colégio, eu lhe ajudarei.

- An? Como assim ir embora?

- A Polícia está vindo, e vão levar você.

- Me levar? Mas eu não fiz nada, e inclusive preciso dizer que sei um jeito de salvar o Matthew mas preciso de sua ajuda.

- Não podemos mais esperar, venha.

Ele pega em minha mão e sai me levando pelo corredor vazio, estão todos em sala uma hora dessas.

- Cadê o Matthew?

- Ele está bem, está em minha sala, agora precisamos nos preocupar com você.

- Mas eu não fiz nada, não tem motivos para a polícia me prender.

- Você é suspeita de querer matar Matthew.

Minha respiração para e um balde de água gelada é lançado em mim.

- Como assim eu sou suspeita?  Não fiz nada.

- Você precisa ir para casa, isso lhe dará mais tempo.

Entro no carro do senhor Davis e ele sai apressadamente, ainda tento digerir a notícia.

- Mas eu vi o vídeo, era a Priscila perto do carro.

- Que vídeo? - Ele olha enquanto avança pelos carros.

- O vídeo no computador da escola.

- Você invadiu a escola?

- E o Matthew como ele vai ficar, agora que tenho uma pista de como salvá-lo.

- Que pista?

- Meu pai, ele veio até a mim em um sonho muito real, e disse que Matt precisa de sua redenção.

- E o que você fez?

- Nada eu esperei para falar com o senhor.

- Isso é bom, vou pensar em algo, vá para sua casa e arrume suas coisas.

Salto do seu carro com um misto de sentimentos dentro de mim, como fui parar de beijar o Enzo a uma suspeita de assassinato, eu não fiz nada.

Ao abrir a porta da sala noto uma presença diferente no sofá, a mãe de Matthew está aqui, será que ela veio me levar presa?

- Chegou cedo filha, está tudo bem?

- NÃO - Minha mãe ergue uma sobrancelha, - Quer dizer, sim, só com um pouco de dor de cabeça por isso fui liberada mais cedo.

- Ah sim, mas isso foi bom, a mãe de seu amigo quer falar com você.

- Oi Dakota.

Ela está visivelmente abalada, meu coração erra uma batida.

- Precisamos conversar.

Vou até o sofá me segurando para não cair.

- Eu tenho uma notícia para te dar, você foi a única amiga que foi visitar meu filho nesses tempos, e queria que soubesse por mim, eu e o pai dele tomamos a decisão de desligar os aparelhos.

- Vocês o que?

a interrompo sem acreditar no que acabei de ouvir.

- Preciso que entenda, não aguentamos mais ver nosso filho sofrer e os médicos disseram que não há mais volta.

As lágrimas saltam pelo meu rosto.

- Claro que há, eu sei, ele vai voltar, preciso falar um coisa para a senhora, esse tempo todo eu vi o seu filho, ele esteva aqui comigo.

- Eu sei que sim, e dentro de nossos corações ele sempre irá viver.

- Não, não desse jeito, ele estava aqui, dormiu todas as noites desde o acidente aqui.

A mãe dele me olha confusa.

- Dakota. - Minha mãe adverte.

- O que está acontecendo?

- Perdoe minha filha, ela deve estar abalada.

- Não mãe, você sabe que eu posso ver, que eu sempre os vi.

- Vê o que? - A mãe de Matthew indaga.

- Espíritos.

O som da campainha corta o silêncio que ficou depois de minhas palavras.

- Aqui é a casa de Dakota aluna do Colégio North High, sim, pois não?

- Gostaria de avisar que ela será levada como principal suspeita de assinatanto do aluno Matthew Hentings.

É tudo que consigo ouvir quando chego na cozinha e me lanço porta a fora, corro pela porta dos fundos o máximo que posso.

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