Capítulo 2

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E eu pensando que esse ano seria diferente, deveria ganhar uma medalha se eu conseguir passar uma semana sem assassinar Matthew. O jeito dele marrento me irrita, aquelas  meninas suspirando por ele a aula inteira me irritam, sua voz me irrita, ou seja, tudo nele me estressa.

Olho fixamente para o quadro, quanto menos eu e Matthew nos falarmos melhor.

- Bom turma, agora que conheceram suas duplas, vamos trabalhar alguns livros nesse primeiro semestre, e o tema escolhido foi paranormalidade.

A turma inteira se volta para mim, ótimo. Matthew ri e me faz querer socar sua cara em mil pedaços.

- Esse assunto a Dakota domina professor.

- Cala sua boca seu idiota, você não tem mais o que fazer? Como tomar seus anabolizantes?

- Tudo natural, honey.

Ele pisca e manda um beijo debochado para mim, que ódio.

- Hey Hey,  se vocês não pararem terei que mandar os dois para a detenção.

O idiota se ajeita na cadeira e um sorriso de satisfação surge em seu rosto, ele se diverte as minhas custas.

- Voltando, hoje em dia se tem uma infinidade de livros sobre fenômenos paranormais, esse tipo de escrita parece atrair cada vez mais fãs.

- Que droga, ele não poderia apenas nos passar um livro qualquer da Jane Austen? 

Falo como em um sussurro e o professor se vira estranhamente para mim.

- Sim minha cara Dakota, eu poderia fazer com que decorassem cada palavra de orgulho e preconceito, mas qual graça isso teria? Aposto que já estão cansados de livros assim, vamos falar sobre outro estilo de literatura. E da próxima vez, é melhor pensar ao invés de falar.

Que diabos foi isso? Como esse velho conseguiu me ouvir?

- Viu Loukota pense ao invés de falar.

- Por que você não vai para casa do...

- Hey vocês dois detenção.

- Mas professor ele..

- Agora.

Pego meu material e jogo de qualquer jeito na mochila, vai ser ótimo quando minha mãe descobrir que no meu primeiro dia de aula fiquei em detenção, que bela bosta. Matthew sai logo atrás de mim e segue em direção oposta ao caminho de onde fica a sala da Detenção.

- Não que seja da minha conta, mas está indo para o caminho errado.

- Eu não fico de detenção honey.

Ele nem ao menos se virou para falar comigo, Matthew bem que poderia morrer e nos poupar de tanta insignificância no mundo.

***

Normalmente sinto falta da minha mãe quando chego em casa, mas estou feliz hoje por ela estar fazendo dois turnos, uma detenção causaria uma falação de horas e horas e meu humor não está nada bom.

Jogo minha mochila em algum canto do meu quarto e me lanço na cama, olho para o teto que está cheio de estrelas brilhantes, meu pai pintou antes de me abandonar e disse que esse seria meu céu particular, eu não sei o motivo dele ter nos deixado e até hoje sinto muita dor por isso.

Ouço um  barulho de algo caindo no chão, faltam mais de duas horas até o turno da minha mãe acabar. Desço a escada cuidadosamente, mas ao que parece a casa está vazia, vou até a sala e uma foto minha aos seis anos está caída, cacos de vidro estão espalhados pelo carpete, quando me abaixo para pega-los um vulto negro passa por mim, meu coração acelera.

Foi só minha imaginação, nada mais. Digo para mim mesma e engulo seco, continuo catando e a sombra passa  outra vez e some.

- Quem é você?  O que você quer?

Grito para o nada, minhas mãos ficam geladas e minhas pernas parecem não se aguentar, é quando uma voz tenebrosa fala em meu ouvido.

- Você.

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