Capítulo 38

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Matthew narrando:

- Merda.

Já é o terceiro saco de areia que estrago está semana, preciso me controlar, agora já são 3 da manhã e a raiva ainda está acumulada em mim, desde que o médico me liberou para treinar não parei, parece que é a única coisa que consegue me libertar, bom não a única, mas certamente a que tenho no momento. Não  consigo  dormir, tudo que penso é nela, tudo que quero é poder beijá-la, mas essa  bosta de Karma, não permite, então soco sacos de areia até chegar à exaustão e pegar no sono por 1 ou 2 horas. O suor toma conta do meu corpo, a dor que sinto nas mãos é pouca  considerando a dor no meu peito. Deito em minha cama e encaro o teto, este quarto tirando o saco de treino está exatamente igual a antes do acidente, então por quê parece faltar algo?

Dakota perdeu um mês inteiro no Colégio, por um lado é bom, olhar para ela seria bem pior, porém isso não ajuda na saudade que sinto, tem momentos que tudo que quero é poder olhar em seus olhos e dizer que a amo, tão profundamente que chega doer, nunca havia me sentindo assim e porra isso é tão frustrante, agora que tudo pode dar certo, eu posso mostrar que mudei, que consigo  fazer ela feliz, o destino brinca comigo e aquele maldito do Senhor Davis, ainda bem que ele está de licença e colocaram um professor substituto, aquele velho mentiroso, espero que ele não apareça mais no Colégio.

Aos poucos o cansaso extremo toma conta do meu corpo, meus olhos se fecham e caio em sono profundo.

***

Acordo com uma poça de suor de baixo do corpo, mais um dia, Puta merda, levanto coloco um moletom preto com capuz, pelo menos ele disfarça minhas olheiras, ainda não sei o que fazer se ela for hoje, todo dia é o mesmo pensamento, o medo e a agonia se misturam, as lembranças dos momentos bons são a única coisa que me salvam.

Um dia quando Dakota estava dormindo ela sorriu, e naquele momento eu desejei ser o motivo do seu sorriso, ela é tão adorável, não precisa de nada para ser bonita. Ela não faz ideia de que pode ser tão linda usando seu pijama de Batman, se ela soubesse de tudo que sinto, eu sou um merda, nem a procurei, mas não sei qual seriam as consequências e uma vida apenas a observando é melhor do que uma vida sem ela.

***

Ao chegar no Colégio ainda não a vejo, decepção e alívio é o que sinto, quando passo por seu armário vejo que algum filha da puta escreveu Assasina nele, se eu acho quem foi o merda que fez isso...

Continuo andando e ao ver Priscila sorrindo e acenando entro no banheiro masculino e me enfurno numa cabine, estou cansado desta garota, será que ela não percebe que não estou nem um pouco afim, ela pensa que tudo será como antes, o que ela não sabe é que vi a vadia que ela era/é, impressionante como todos aqui são vazios e superficiais, Dakota estava certa todo o tempo, aliás ela não se encaixa aqui, não por ser  inferior e sim porque ela é melhor do que todos deste lugar, sempre foi, pena que só percebi isso tarde demais.

Saio e vejo se a barra ta limpa, hoje a única aula que tenho com Dakota é a última, porém como ainda não vi sinais dela aqui, creio que não veio hoje de novo, Senhor Davis está indo em direção a sala do direitor, então ele voltou, será que ele pensa que esqueci tudo o que ele me fez?  Pelo visto o dia vai ser longo.

***

Na hora do almoço saio em direção ao refeitório, se tudo der certo como rápido e saio, até agora consegui evitar todos os meus amigos, melhor ex amigos, não é uma tarefa fácil, mas tenho habilidade em me esquivar das pessoas. Quando entro o lugar está lotado, Priscila está no meio em pé, falando algo alto, será que ela não cansa de aparecer? Que garota patética.

- Oh aí está ele, já era hora, vai Matt diz para todos o que você me disse, fala que tudo o que ela disse é mentira.

Do que ela está falando? Nunca falei nada para ela, é só quando ela aponta na direção de uma mesa que percebo, Dakota está aqui, em questão de segundos tudo ao redor some, ela está tão linda, a dor em meu peito dispara quando a vejo, se ela soubesse que.... Eu a amo... Mas não sei quais são as consequências se eu falar a verdade e não posso arriscar por ela em perigo, que merda.

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