Capítulo 37

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Dakota narrando:

Eu o odeio, e odeio de todas as formas humanamente possíveis, odeio o jeito que ele sorri e sua boca levanta só em um canto, odeio a forma como seus olhos me fazem viajar para outras galáxias, odeio como meu corpo reage a simples menção do seu nome, odeio como ele consegue me destruir e como uma simples frase pode me fazer estar aqui, sentada em um banheiro chorando e praguejando seu nome, eu odeio ter que odiá-lo.

É patético, triste e trágico, mas eu sabia, no momento que comecei a me deixar levar, quando acreditei  que caras como ele olham para meninas como eu, merda, mil vezes merda.

A dor só aumenta, como é possível eu sentir tanta dor em meu peito, se o coração é apenas um órgão? Como cada batida dele pode doer de forma miserável?

Ouço barulho de pessoas entrando no banheiro, ótimo o intervalo acabou, limpo meus olhos com a manga do meu casaco e respiro fundo, terei que enfrentá-lo justo na última aula do dia.

Ao chegar na sala todos me olham, essa é a aula do senhor Davis, o que significa que terei que sentar com o Senhor babaca, que aliás já está na cadeira e parece visivelmente desconfortável ao me ver entrar na sala, mas se ele pensa que irei me render está enganado, não irei pedir para mudar de lugar, se ele quiser que mude, sento na minha mesa e ele se encolhe, parece que descobri mais um sentimento dele por mim, a repulsa.

Encaro o quadro negro e o Senhor Davis entra na sala.

- Bem vindo de volta Senhor Hentings.

Matthew não diz nada, pelo menos é bom saber que eu não sou a única no clube dos ignorados.

- Bom turma, tenho uma tarefa para feira de literatura da escola que será realizada em dois meses, vocês terão que escrever um Conto sobrenatural com suas duplas, e a primeira parte começa hoje, vocês podem começar a pensar e discutir sobre enquanto escrevo sobre a estrutura de um conto no quadro.

Para minha surpresa Matthew se levanta.

- Senhor Hentings, gostaria de saber se posso fazer sozinho daqui em diante as tarefas de sua aula.

Parabéns Matthew, você conseguiu, além de destruir meu coração você o carbonizou.

- Creio que isso não será possível, o sentindo desta aula é fazer com que trabalhem em dupla, para aprenderem que o processo de escrita, não precisa ser algo solitário.

- Mas pensei que como...

Ele faz um sinal para mim, ok Matthew agora você acha que fui eu quem cortou os freios de seu carro? A dor sofre um processo de metamorfose e passa a virar fúria.

- Senhor Matthew acredito que se a senhorita Dakota está aqui é porque não descobriram nada contra ela, todos são inocentes até que se prove o contrário, portanto espero que se resolvam, a escola é a continuação do mundo, lá fora nem sempre irão trabalhar com quem vocês gostem, por isso precisam aprender desde já, agora sente-se e comece seu projeto.

Matthew cerra seus punhos sobre sua mesa e abaixa a cabeça, seu corpo está tensionado, ele parece estar mais forte que antes, fico em silêncio, não vou sair, isso seria me render, confesso que a vontade de chorar é imensa, mas o ódio que sinto impede cada lágrima de cair, serei um pedra, uma pedra fria, como uma construção de lego, estou sendo desmontada pecinha por pecinha.

Minha boca está ceca, ele se senta imóvel, pego meu caderno e começo a escrever qualquer coisa, se eu não falar com ele corre o risco de eu reprovar na matéria e não quero isso... Quem estou tentando enganar, eu quero falar com ele, preciso confrontá-lo, porque parte de mim quer acreditar que ele não me esqueceu. Reuno muita coragem para quebrar meu orgulho, meu coração está pesada e respirar não é a tarefa mais fácil, como é bom sentir o cheiro dele, queria poder abraça-lo e sentir sua pele, seu calor, tento tirar esses pensamentos da mente, mas é uma tarefa impossível, ainda mais com ele do meu lado.

- Precisamos fazer o trabalho. - Digo quase como um sussurro, finalmente a turma deixou de olhar para nós e estão envolvidos em seus projetos, tem até um pouco de falatório.

Ele fica mudo.

- Olha se vai me ignorar tudo bem, mas eu preciso disso, não quero reprovar mais um ano e ficar presa nesta merda de lugar.

- Por que você não cala a boca? Faz a merda do seu trabalho sozinha e se quiser não põe meu nome, não me importo, só me deixa em paz, antes de eu entrar em coma você nunca gostou de mim, por qual motivo isto mudaria agora?

Ele olha para mim pela segunda vez no dia, de perto assim percebo olheiras em seus olhos, Matthew parece cansado, não respondo sua pergunta, é engraçado ver que enquanto ele me humilha, tudo que consigo pensar é no motivo dele não estar dormindo bem, fica nítido que ele não se lembra de nada, seus olhos olham fixamente para mim, me encolho e volto a escrever, ele parece ficar assim por mais uns segundos e volta a olhar para frente.

Enquanto todas as duplas parecem estarem entretidas em seus projetos, eu ainda não pensei em nada, se Matthew alcançou sua redenção significa que algo mudou dentro dele, então por que ele ainda me trata assim? Ele pode até não se lembrar, mas não deveria ser uma pessoa melhor?

Tantas perguntas, nenhuma resposta.  Quando o sinal toca, consigo finalmente respirar melhor, o caminho de volta para casa parece mais longo sem Matt, todas as árvores estou sem folhas, assim como elas eu preciso deixar que minhas folhas caíam, para que novas surjam.

Desde que Matthew acordou nunca mais vi um espírito, talvez agora eu possa ter uma vida normal, porém depois dele creio que isso não será possível.

Oiiii, como fico feliz em voltar a escrever, espero que gostem de verdade, tantas coisas acontecendo em minha vida, mas tentarei ir postando todos os dias, para isso preciso do feedback de vocês?  O que estão achando?  💬💬💬 Comentem por favor e se puderem votem 🌟🌟🌟 Isto é importante para a estória ser divulgada cada vez mais, muito obrigada, algumas leitoras que são fiéis e que me incentivam a continuar, por isso mudei o final, ouço vocês, e para mim o que importa é se gostam ou não, vocês sabem quem são  <3 Muito, Muito obrigado 😍😍😍😍😚😚😘

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