Capitulo 3

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Bem... Um diário... O diário da minha avó! Nunca pensei que ela fosse destas coisas. Estou realmente surpreendida. O melhor é mesmo lê-lo.

"Para que tenhas sempre força para enfrentar todas as peripécias da vida,

∂iαทα " 

Parece que ela queria mesmo que eu ficasse com o diário. Estou entusiasmada com tudo isto, vou poder conhecer bem melhor a minha avó desta maneira. É melhor passar ao que intere...

-Charlotte! - A minha mãe grita.

Raios! Agora não... 

-Sim mãe?! 

-Vem cá rápido! 

Desci as escadas. 

-Preciso que vás lá fora regar as plantas. 

-Mas tem que ser agora mesmo? 

-Sim, agora. 

-Está bem...

Lá vou eu... Não há nada que mais goste de fazer do que regar as plantas. Raios... Principalmente com espectadores... Sim, porque o Wesley Tomlinson tinha mesmo que estar na sua piscina neste momento. Acalma-te. Ele é só o neto do famoso Louis Tomlinson da antiga banda One Direction. Sim, penso que seja esse o nome. És invisível, és invisível, és invisível és...

-Hey! 

O quê?! Ele viu-me. Relaxa, estás só a regar as plantas. Concentra-te apenas nisso. 

-O... O... Olá? Sim, olá! 

Sinto-me vermelha como um tomate. Ele não vai reparar. Pensar positivo.

-Sou o Wesley, mas trata-me por Wes, por favor. - ele diz rindo-se.

-Eu sou a Wes... Charlotte! Charlotte sim, Charlotte é o meu nome. - não acredito que disse isto.

-Charlotte - ele continuou a rir-se - estás a regar o teu cão. 

-O quê?! Ai meu Deus! Sai daí Wes!! 

-Wes? O teu cão chama-se Wes? - ele solta uma grande gargalhada.

Sou tão burra!!! Eu não acredito que isto está a acontecer. É só um pesadelo. Vais acordar daqui a nada.

-Mordisca-me por favor! 

Ele veio em direcção a mim. Estávamos agora apenas separados por um pequeno muro que separava as nossas casas. 

-Esse foi um dos pedidos mais estranhos que me fizeram até hoje... Mas tudo bem, pode é doer um pouco. - Wes ria-se freneticamente e enquanto isso mordisca-me.

-Aiiiiiiii! 

Eu não estou a sonhar. Que vergonha! 

-Eu avisei-te. Mas bem, parece que tenho aqui uma fã - ele dá-me uma palmadinha na cabeça e ri-se. 

-N...Não! O cão já vinha com nome! 

Ok. Eu minto muito mal. Mas muito mesmo.

-Não tens desculpa melhor? Não fiques nervosa, não te vou comer - ele riu-se de novo. 

-Ouviste? A minha mãe está a chamar-me, é melhor ir ver o que ela quer, adeus! 

-Adeus Charlotte, és realmente uma rapariga engraçada. 

Eu olhei para trás num breve instante e assenti, sorrindo. Fui para o meu quarto. O que se passou lá em baixo? Que desastre! "O cão já vinha com nome". Eu disse mesmo isso? Bem, o lado positivo é que eu falei com o Wesley Tomlinson! Nunca pensei que isto viesse a acontecer. Mas... Mas nada! Eu falei com ele! Com certeza para a próxima correrá melhor. Isto se houver próxima. É melhor regar o jardim mais vezes, a mãe tem toda a razão. 

Retomando a minha tarefa anterior. O diário. Não sei se estou preparada para isto já. Afinal as páginas contêm o íntimo da minha avó. Seria um bocado constrangedor. Mas podia ser que desta maneira descobrisse algo sobre o meu avô. Onde estará ele mesmo? Foi algo que nunca tive coragem de perguntar à minha mãe. Talvez hoje seja o dia certo. Sim, é agora.

Desci as escadas e fui até à cozinha. Adoro o cheiro da comida da minha mãe. É pena eu não ter paciência para aprender a cozinhar. Um dia eu vou superar esta preguiça, um dia. Comecei a descascar cebolas para o estrugido. 

-Tu aqui na cozinha Cher? - ela disse mostrando um grande sorriso. O seu cabelo loiro estava apanhado, realçando bem as bonitas formas da sua face. 

-Sabes como é mãe. Hoje estou num dia sim. - eu dei o meu maior sorriso. 

-É? Então conta-me o que se passou. Fizeste assim tão grande amizade com as plantinhas dos jardim? - ela fez um sorriso trocista.

-Bem, plantas do jardim não digo. Mas que é uma bonita flor, lá isso é. 

-Não estou a ver quem possa ser essa flor... Conta-me tu. 

Já não tínhamos uma conversa descontraída há anos. Era até estranho estar a falar com ela sobre estas coisas. O dia hoje está a correr bem. 

-É uma flor que tem o nome do nosso cão. - fiz um sorriso tímido. 

-Wes? Estiveste a falar com o Wesley? Ele não é pessoa para ti Cher! - ela diz com um tom sério.

-Mãe, não te preocupes. Foi só uma pequena conversa. E deu para o torto. - dei uma gargalhada. 

-Como assim deu para o torto? Ele fez-te alguma coisa? 

-Não mãe! Muito pelo contrário, eu fiz-lhe. Não foi bem a ele. Foi ao Wes. Não ao Wesley, mas sim ao nosso cão. Comecei a rega-lo. - não conseguia parar de me rir. 

-A regar o cão? Bem, o encontro correu às cinco maravilhas! - ela riu-se como já há muito tempo não fazia.

-É verdade mãe. Mas até estou contente. Correu mal, mas foi engraçado. 

-Também já fui da tua idade. Sei bem como isso é. - ela sorriu, parecendo lembrar-se de algo. 

Fez-se silêncio. Com tudo isto esqueci-me do verdadeiro propósito da minha vinda a cozinha. O meu avô. 

-Mãe... Tenho algo sério para falar contigo. - o meu rosto tornou-se sério. 

-O quê? Aconteceu mais alguma coisa com ele? - ela continuou a rir-se. 

-Não. - fiz uma pausa - é sobre o avô. 

Strange CoincidenceOnde histórias criam vida. Descubra agora