POV'S CHARLOTTE
Nunca sei para onde olhar quando tenho que ir ter com alguém. Se olhar para o lado parece estúpido, se olhar directamente nos olhos... Também parece estúpido. Mas acho que vou optar pela segunda hipótese. Ugh, já me estou a rir, não me consigo manter séria nestas alturas. Ai não te rias com essas covinhas Wes, o meu coração assim não aguenta. Meu Deus, ele está tão lindo... Tal como ele, tento ser convencida:
-Muito bem Wesley, estás um senhor, é tudo por minha causa?
-Não te esqueças que tenho uma reputação a manter. Se não estiver um garanhão as senhoras deixam de gostar de mim e consequentemente fico desconhecido. Depois quero voltar à banda e já ninguém se lembra quem somos. Ainda achas que é por tua causa? - ele diz, sério.
-N-não... Eu estava a brincar contigo. - digo também séria, ficando corada. Não estava à espera desta reacção por parte dele...
-Eu também estou a brincar contigo Cher. - ele sorri e passa a mão pelo meu cabelo, despenteando-o - estás ainda mais linda agora. - ri-se.
-Huum... Será que isso foi um elogio?
-Será? - ele encolhe os ombros com um sorriso e dirige-se ao carro, fazendo-me sinal para o seguir. Acho que vou levar aquilo como um sim.
Chegamos a Guimarães por volta das 18h. Estávamos em frente ao famoso castelo da cidade, onde se podiam ver imensas pessoas a sair do mesmo, maioritariamente turistas com as suas camaras fotográficas a disparar em tudo o que era sítio. Ele disse-me para o seguir e fomos a correr para o castelo.
-Boa tarde, o castelo vai fechar? - ele pergunta a um dos turistas que de lá saía.
-Sorry, English please.
Logo que se apercebeu de que o senhor não era português começou de imediato a falar-lhe em Inglês fluente. Sem me aperceber, comecei a sorrir ao ouvir o seu maravilhoso sotaque. Tão fofo. Menos Charlotte, comporta-te.
-Está a fechar? - perguntei.
-Parece que sim, mas não é problema.
Ao longe avistamos uma das responsáveis pelo castelo, na sua entrada e vejo-o a dirigir-se a ele.
-Boa tarde, o castelo fecha agora às 18:30h, correcto? - ele pergunta. A responsável ainda era relativamente nova, dar-lhe-ia, no máximo, 23 anos.
-Si... - hesita - Meu Deus, não posso crer. Wesley Tomlinson?
-O próprio. - ele ri-se para ela, apetecendo-me dar-lhe um estalo.
-Não acredito! Soube que estavas por cá, mas nunca pensei que te iria encontrar! O que posso fazer por ti? - a rapariga diz entusiasmada, como se fosse algo de extraordinário encontrar um famoso.
-Bem... Eu e a minha amiga queríamos visitar o castelo. Tivemos uma longa viagem até aqui e... - ela interrompe-o.
-À vontade! Quer dizer, desde que mais ninguém saiba. É assim, esperas aqui dentro. Aliás, tu e a tua amiga esperam aqui dentro enquanto que eu despejo aqui o resto das pessoas - faz um sinal de aspas na palavra "despejo".
-Muito obrigado, não sei como te agradecer. - ele sorri novamente, esperando que ela não lhe peça nada em troca.
-Não tens que agradecer, é o mínimo que posso fazer por ti! Adoro as tuas músicas, és fantástico! E ainda mais lindo ao vivo. - ela tenta fazer cara de envergonhada, mas sem sucesso. Quer dizer, para mim não teve sucesso. Sonsa.
Já toda a gente tinha saído, incluindo a rapariga, e preparávamo-nos agora para visitar o castelo.
-A rapariga ficou completamente caidinha.