Capítulo 32

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Era mais um dia calmo na loja,uma sexta feira pacata, Anna lia sua Bíblia, Samuel servia um chocolate quente a uma garotinha de vestido amarelo. O vento fazia o sininho que ficava sobre a porta soasse, os clientes estavam todos confortáveis e se deliciando com um bom livro.

Anna lia a respeito das bem-aventuranças que Jesus deixou em Mateus 5:

" Vendo as multidões, Jesus subiu ao monte e se assentou. Seus discípulos aproximaram-se dele,  e ele começou a ensiná-los, dizendo: Bem-aventurados os pobres em espírito, pois deles é o Reino dos céus. Bem-aventurados os que choram, pois serão consolados. Bem-aventurados os humildes, pois eles receberão a terra por herança. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos.Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia.Bem-aventurados os puros de coração, pois verão a Deus. Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus.Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, pois deles é o Reino dos céus.Bem-aventurados serão vocês quando, por minha causa os insultarem, perseguirem e levantarem todo tipo de calúnia contra vocês.Alegrem-se e regozijem-se, porque grande é a recompensa de vocês nos céus, pois da mesma forma perseguiram os profetas que viveram antes de vocês".

Anna fez daquilo a sua oração, ali mesmo pediu ao Mestre que fizesse dela um discípulo, pronto para se fosse preciso, entregar por completo e assim como Tiago e tantos outros apóstolos e seguidores de Cristo, oferecer​ o sacrifício máximo: sua vida.

★☆★


O tempo passou, Anna e Samuel haviam acabado de virar a placa para fechar a loja, mas algo aconteceu. Uma moça na calçada da loja, ensanguentada,as roupas sujas. Anna viu a cena e, correndo para a porta disse:

- Moça, você está bem? - Anna corre para a calçada para ajudar a mulher.

- Me esconda... Por favor...-  a voz da mulher estava fraca.

- Eu vou te ajudar - Anna não era tão forte mas conseguiu levar a mulher para dentro da loja. - Samy tranca a porta, agora.

- Meu Deus - exclamou ele - O que houve? - ele ajudou a colocar a moça no sofá embaixo da vitrine,trancou a porta e fechou as cortinas azuis, coisa que só acontecia quando a loja fechava.

- Traz a caixa de primeiros socorros e liga pra polícia e para a ambulância agora. - disse Anna - Moça, tente o mínimo de movimento possível, vamos cuidar de você.

- Não... deixe... ele... entrar...

- Não vamos, fique calma já chamamos a polícia.

- Aqui está Anna. - disse Samuel com a caixa branca.

- Isso vai arder...

Anna coloca uma fase com álcool na perna direita da mulher que urra de dor.A cena era angustiante, A ambulância demorou muito para chegar, o trânsito da enorme cidade de Nova York não ajudou,cada minuto era uma eternidade. Enquanto Anna limpava as feridas da moça, percebeu que a mulher estava grávida. Anna tentou falar com a mulher para entender o que aconteceu:

- Por favor moça, me diga o que houve? Por que está tão machucada?

- Meu... Ex... Marido ... Me ... Quer .... Morta... - A voz da mulher estava fraca, mas conseguia falar com mais clareza.

- Calma, a polícia está vindo para cá. Por favor tente se acalmar...

- Por... Favor... Salve... Meu... Filho... - a mulher segura a mão de Anna.

- Você vai viver, não tenha medo. Você crê?

- Eu... tenho... medo

- Por favor, creia em Cristo. Ele não deixou o pior acontecer a você e ao seu bebê. Confie nele.

Anna orava fervorosamente, colocando toda a sua fé nas mãos do Pai,Samuel também orava. Anna chorava implorando ao Senhor que salvasse aquela mulher e a criança​em seu ventre. Pedia que o Senhor deixasse aquela mãe ferida e aflita cuidar de seu filho e, que nascesse com saúde. Entregou aquelas vidas nas mãos de Deus e era necessário que Ele agisse.

Anna foi o interrompida por um grito da mulher dizendo que seu filho estava nascendo. Anna ligou mais uma vez para os médicos.

- Por favor, venham logo. Uma mulher está entrando em trabalho de parto.

- Você vai ter que fazer o parto, não vamos conseguir chegar a tempo. - disse o paramédico do outro lado da linha.

- Mas eu nunca fiz isso na vida. - ela estava apreensiva

- Vamos passar o que você deve fazer.

Os enfermeiros ajudavam pelo telefone, Samuel traia o que era necessário e Anna ajudava a mulher. Anna mentalmente pediu força não só para ela mas para a mãe também. O espírito de coragem a envolveu, Deus a fez forte e, depois de muita dor, um menino veio ao mundo.
Anna segura a criança em seus braços,a envolve na sua jaqueta e a entrega para a mãe.
Quem poderia imaginar que em meio a uma guerra, a luz viria a resplandecer. Ao ouvir o choro da criança, Anna sorri e uma lágrima teimosa caiu de seus olhos. Samuel se abaixa até Anna e sussurra:

- Deus vai cuidar disso.

Depois de alguns minutos, a mulher se acalmou e a ambulância e os policiais chegaram. Um dos paramédicos, enquanto levava a mulher para a ambulância disse a Anna que observava tudo com uma respiração pesada e descompassada:

- Obrigado por tratar dela, fique tranquila pois nos vamos levá-la ao hospital.

Anna observou os médicos levarem a mulher, seu coração estava doendo ao ver tal cena.
Mas Anna pode perceber que sei trabalho não era só cuidar de uma loja mas de salvar vidas.

"Obrigada por me dar coragem Senhor"





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