Capítulo 34

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Seria mais uma boa segunda feira de trabalho,Anna saiu de casa com um terno sorriso em seu rosto, Samuel a esperava na calçada para irem juntos. Parecia um dia normal e tranquilo como todas as segundas feiras de manhã.
Anna e Samuel iam brincando na rua, rindo e dividindo o guarda chuva amarelo de Anna. Mas a dor chega de surpresa, ao viraram a esquina, viu caminhões de bombeiros, policiais e várias pessoas.Achou tudo aquilo muito estranho, aquele bairro era muito tranquilo,nunca tinha acontecido nada de muito grave ali. Samuel sentia um aperto no peito, um pressentimento ruim do que estaria por vir, infelizmente ele estava cert.o
Curiosa, Anna chegou mais perto, e viu uma fumaça preta subindo e rasgando os céus, o barulho das sirenes era alto e forte. Mas infelizmente, ela percebeu que a fumaça negra vinha de sua loja.

Anna solta o guarda chuva, corre ultrapassando as barreiras e o que ela mais temia aconteceu. Sua querida loja destruída pelas chamas, os bombeiros tentavam controlar o fogo mas era uma tarefa difícil.
Samuel correu atrás dela, mas já era tarde demais. Anna foi barrada por um dos bombeiros​:

- Por favor moça, afaste-se é perigoso. - disse o homem.

- É A MINHA LOJA! - gritou ela

- Sinto muito mas não é seguro. - o homem se afasta dela e daí ajudar seus companheiros a controlar as chamas.

Anna perdeu a cor,o brilho em seu olhar se apagou e seu belo sorriso desapareceu,suas forças lhe faltavam, sua respiração se tornou pesada,seus batimentos cardíacos perderam o ritmo, estava trêmula. Seus olhos estagnaram na cena cruel, a chuva a encharcava por completo, as lágrimas desciam copiosamente por seu rosto,o mundo pareceu perder o som e só o que podia ver e sentir era as chamas consumindo tudo e o cheiro da fumaça,nem mesmo o barulho das sirenes se fazia ouvir por Anna. Um nó na garganta a fez perder as palavras. Um sentimento de tamanha dor que seus pés perderam o chão sob si e ela caiu de joelhos no asfalto molhado.

Com as mãos no gélido asfalto, as lágrimas caiam em direção ao chão onde se misturavam com as gotas de chuva,Anna mantinha os olhos fixos no chão,não conseguia mais ver aquela cena.

Seus muros desabaram.

Samuel à avistou ao longe e correu ao seu encontro, ultrapassando as pessoas que presenciavam aquilo. Os cabelos soltos de Anna cobriam seu rosto. Samuel se abaixa até Anna:

- Anna... - ela nada respondeu - seja forte...

- Tudo se foi Samy...

Sua dor era profunda e sua tristeza eminente,tudo consumido pelas chamas. Se sentia como Jesus no Getsêmani, tão amargurada que poderia ser fatal. O nó em sua garganta a impedia de gritar de pura tristeza.

O palco de belas histórias fora consumido pelo fogo,seus queridos livros se tornaram cinzas. Seu coração estava com um vazio, anos de trabalho jogados fora.

- Senhorita? - disse um bombeiro ao se aproximar. - Achamos isto, é seu?

Anna com dificuldade de levanta e recebe das mãos do oficial o objeto: O sininho de metal que ficava em cima da porta. Até então,a única coisa que restou do incêndio não levou.

Anna segura o sininho contra o peito e em um suspiro diz:

- Ele me deu,ele tirou de mim. Bendito seja o nome do Senhor...

"Adeus livraria dos sonhos..."


A Menina da Biblia AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora