Capítulo 30

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Prendeu os cabelos, tirou o pijama que usava e vestiu um macacão jeans azul,camiseta com estampa de super heróis e all star's preto. Era o momento certo para pintar.
Anna pegou a caixa e desceu as escadas, Bem ao perceber aquilo,seguiu sua dona. Ela deixa a caixa em cima do balanço que ficava na varanda e depois foi para o sótão buscar um velho cavalete de madeira.
Ela arrumou tudo e se sentou em frente à tela em branco,as ideias fugiam de sua mente mas uma boa música sempre ajuda.

Anna ao ter a idéia, toma o lápis na mão direita e começa. Faz cada traço calmamente e um sorriso singelo no rosto. Pintar era umas poucas coisas que a fazia relaxar.Mechas de seus cabelos castanhos caiman sobre os olhos mas ela não se importava, as mãos já estavam sujas de grafite, nada que a impedisse de continuar.Ao terminar o desenho, ela se afasta da tela e dá um sorriso ao ver o desenho que se formou.

Estava na hora, ela toma o pincel nas mãos e mergulha na tinta azul,as fibras tocam a tela em branco, cada traço feito com delicadeza e minuciosidade.
Ela, Benjamin e o Espírito Santo. Anna escrevia uma história, seu enredo consistia em uma palheta de cores, umas mais alegres,mas cores frias se faziam necessárias.
Anna aproxima o rosto da tela, deixando-se assim,sujar a ponta do nariz com azul. Os olhos brilhando e atentos a cada detalhe,as mãos firmes e cuidadosas, o coração batendo calmamente.

O Criador a observava com um sorriso, criara uma linda moça e tinha orgulho dela, era sua menina dos olhos.
Benjamin senta-se ao lado de sua dona que,ao perceber,faz um cafuné em seu cão. Ela volta ao quadro.

O Criador, tão sábio como só ele é, também é o melhor artista, Ele estava a pintar um belo quadro, onde havia contrastes com cores alegres e cores tristes, sem padrões os regras, simplesmente o inesperado aos olhos humanos, mas só o pintor sabe como a obra irá ficar.

Deus, em sua infinita graça, regia cada detalhe, cada mistura das cores, cada volta que as cerdas de seu pincel iria fazer, para onde cada traço chegaria.

Ela se afasta,o rosto,as mãos,os cabelos e a roupa cheios de manchas de tinta. Cá entre nós, Anna era um tanto desastrada,mas nada que a impedisse de continuar​.
Anna dá seu último toque e assim,se afasta, passa a mão sobre a testa ou perceber que o quadro não estava mais em branco.
A tela antes vazia, se transformara em um paisagem: dois jovens a beira de um penhasco, em um final de tarde, com um livro azul nas mãos.
Simples, mas com certeza, com muito carinho.

Mas Deus não terminou seu quadro, mas para Anna para onde cada traço iria chegar era incerto,mas confiava que Ele cuidaria de tudo. E sua esperança era que em um mundo cruel e mal, é que sua pátria não é aqui.




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