Capítulo 45

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Anna ficou um bom tempo lá,só ela, o Criador e seus fones de ouvido.O vento balançando os sininhos que enfeitavam a árvore que enfeitava o coreto, o sol tímido que brilhava por entre a neve reluzia na estrela prateada no topo da árvore,apesar do vento gelado,ele trazia um calor doce e aconchegante. O perfume das flores do jardim encantava os sentidos de Anna, a leitura da palavra fazia seu coração transbordar de paz e alegria, e esta, passava para os olhos e para os lábios. Não precisava ser nenhum gênio pra saber que Anna amava aquela época do ano. De repente, o calmo silêncio é quebrado pelo som de um sininho. Lucca andava de bicicleta e encontrou sua amiga no coreto,então para chamar a atenção dela tocou o sino, encostou sua bike e se aproximou,Anna levantou a cabeça e percebeu a presença de Lucca e, sorriu ao vê-lo:

- Posso saber o que faz aqui mocinha? - disse brincalhão,sentando ao lado de Anna.

- Lembrando da história mais linda do mundo inteiro.- ela fecha a bíblia- E você? Pensei que iria para Chicago junto com a sua família.

- Bom,eles vieram para Nova York esse ano.

- Que legal Lucca!

- Falando nisso, estou indo buscar minha priminha Sophie para encontrarmos a Sara e o Sam no parque. Quer vir junto? Você me deve uma revanche no tiro ao alvo. - ambos riram.

- Adoraria!

E lá foram eles, cada um com sua bicicleta, pedalando e rindo. Quando entraram na casa de Lucca, ele disse em alta voz:

- ANNA ESTÁ AQUI!

- OLÁ ANNA! -disseram os pais de Lucca , que estavam na cozinha.

- OLÁ  SENHOR E SENHORA BROWN!

Anna olha para a escada e vê uma bela menina de pele escura e cabelos cacheados com um laço de cetim amarelo e um lindo vestido azul,ela segurava uma boneca de bano. Anna  perguntou:

- Quem é ela Lucca?

- É minha prima Sophie. Ela veio nos visitar hoje com os meus tios.

- Ela é linda, posso falar com ela?

- Claro que sim. Só não assusta ela.

- Bobo. - ele se dirigiu chamou a menina,que se escondeu atrás dele.Ela era um tanto tímida.

- Sophie, quero que conheça a minha amiga Anna. Não precisa ter vergonha.

- Oi Sophie. - Anna se abaixou para que vê-la melhor. - Você é muito bonita sabia? - a menina se aproximou um pouco mais. - Posso ver sua boneca?

Sophie se aproximou mai um pouquinho, estendeu os barcinhos e deu a boneca. Era a deixa de Anna poder ouvir a voz de Sophie,então perguntou:

- Quantos anos você tem lindinha?

- 6.- respondeu Sophie.

- Eu e o Lucca vamos ao parque de diversões, quer ir com a gente?

- Posso mesmo ir? - os da garotinha 

- Eu acho uma ótima ideia. - Lucca disse. 

- OBA! - disse a menina sorridente.


  ★☆★ 


A lua cheia brilhava suave no céu,as estrelas cintilavam, as luzes e enfeites, os brinquedos e jogos, as crianças brincando, os casais sorrindo, os amigos dando gargalhadas, os pais com seus filhos jogando. Tudo aquilo encantou Sophie de uma maneira especial, aos poucos, foi perdendo a timidez e foi contagiada pela alegra que aquele parque emanava.

Depois de tanto brincarem, Sam e Lucca foram comprar algo para comerem. Enquanto Lucca pedia cachorro quente em um food truck, Samuel viu algo lindo: Anna e Sophie,andando de mãos dadas e sorrindo. Ele pensava:

" Essa menina não pode ser real... Ela é uma criança no corpo de mulher, não é possível que exista no mundo alguém como ela. "

Ele sorriu. Até ser interrompido pela voz Sophie o chamando na barraca de tiro ao alvo, ela correu em seu encontro e segurou sua mão:

- Vem jogar comigo tio Samy.

- Mas eu...

- Por favor tio Samy.

- Tá bom. - Ele era muito coração mole pra resistir à aqueles olhinhos castanhos tão inocentes e profundos de Sophie. Ambos correram até Anna na barraca, Anna tinha um olhar meio triste:

- O que foi Anna? - perguntou ele.

- Não consigo acertar o pinguim. - ela apontou para o grande pinguim de pelúcia no alto de um pedestal. Realmente era difícil de acertar.

- Posso tentar?  - disse ele.

- Tem Certeza? É quase impossível.

- Vamos tentar primeiro.

- Boa sorte tio Samy.

Samuel toma a arma nas mãos, mirando de forma precisa,com os olhos fixos no alvo, uma rápida olhada para Anna que observava tudo ansiosa e atira. Ao acertar, Anna pula de alegria. Samuel entrega o brinquedo nas mãos dela, que ao receber, o abraça subitamente:

- Obrigada Samy! Ele é tão fofo!

- Não precisa agradecer An, - ele ajeita os óculos, olhando para o chão com as bochechas rosadas. - Ei Sophie, vamos comer cachorro quente? A Sara e o Lucca estão chamando a gente.

- VAMOS!

Anna,Samuel,Lucca e Sara voltaram a ser crianças outra vez. Era lindo como os quatro amigos se divertiam. O próprio Criador quer que nós sejamos como crianças,mas nós somos tão teimosos não é? Corremos pra lá e pra cá procurando ser adultos mas nós nos esquecemos de que se permitir respirar um pouco e aproveitar as coisas simples da vida.

Coisas como: brincar,andar de bicicleta,correr, pular, se sujar de glacê,tomar um picolé na calçada num dia quente de verão, sentir o perfume das flores,deitar na grama, ver os desenhos das nuvens e tantas outras coisas podem até ser simples, mas são elas que nos fazem lembrar que nós somos finitos e, que nossa vida aqui é como a rosa, que nasce,cresce,desabrocha e seca. E que eterno, só existe o Senhor.

O filósofo Soren Kierkegaard diz que: "a felicidade é uma porta que sempre se abre para fora." A felicidade está fora do querer ou do ter, mas mora no ser e no viver.

Sorria com as pessoas que você ama e sinta a graça do Senhor te envolver.

Pois, assim como mesmo num dia nublado o sol não se apaga,Ele continua sem bom, ele continua sendo Deus.

A Menina da Biblia AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora