CAPÍTULO 9

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O pônei está correndo pela pista, pulando e dando coices e vivendo o momento mais feliz de sua vida.

Ele dá um pinote e salta pelo ar, marchando tão alto sobre as quatro patas que achei que fosse tentar um supersalto carpado invertido sobre três cascos.

Minha boca fica seca.

O cavalinho sai em debandada para uma das maiores rampas, os cascos pequeninos cavoucando a lama, e então fica de pé nas patas traseiras e relincha com a cabeça para trás, parecendo muito orgulhoso de si mesmo, enquanto marcha com força e cava a ponta da rampa, como se fosse o rei daquela pequena montanha.

Ou rainha, talvez. Afinal de contas, o pônei é cor-de-rosa.

Ele se empina todo, as perninhas atarracadas pulando e dançando, sem nem ligar para a destruição que está provocando no meu pobre coração, que já bate fraquinho.

Uma moto acelera alto, e tiro meus olhos do pônei. Um piloto, que com certeza não tem noção de que um cavalo em miniatura, e tão cor-de-rosa que dói, já está ocupando a rampa, acelera sua grande moto amarela, indo direto em direção a ele.

— PAAARA! — berro, descendo da arquibancada o mais rápido que posso.

Pulo da última fileira e corro para junto da cerca. Eu tropeço na grade pintada de branco, caio no chão com tudo e aterrisso em uma poça de lama bem melequenta, que imediatamente passa pelo tecido da minha calça e dos meus tênis.

Eca!!!

Consigo me levantar, com meu All Star atingindo o nível máximo de saturação e sentindo minhas meias ficarem molhadas.

Saio correndo para a rampa, abanando os braços, gritando com toda a força dos meus pulmões. Provavelmente, não adiantará nada: ele nunca me ouvirá com o barulho da moto, e atropelará o cavalinho.

Já posso ver pedaços cor-de-rosa voando por toda parte.

A essa altura, o piloto já está na base da rampa. Bem na hora em que acho que é melhor fechar os olhos e rezar para que um milagre aconteça quando eu não estiver olhando. O capacete dele vira, só um pouco, e sei que ele me enxerga. Ele freia a moto com tudo e segura o guidão, mandando a moto para a base da rampa de terra. Ele sai voando pelo lado da rampa, bem em direção a um grupo de pilotos sentados no meio da pista.

Ele consegue desviar da maioria deles, mas vai com tudo para a roda da última moto: a da Lauren.

O piloto acaba levando a moto toda com ele, e a Lauren junto, que cai num monte de terra.

Eu fico ali, no meio da pista, o silêncio me engolindo enquanto assisto a tudo com os olhos arregalados. A multidão na arquibancada ainda está de pé, de olho na cena ridícula.

Oops.

O pônei relincha de novo, em um tom grotesco de tão fininho e ardido. Depois desce o morro desajeitadamente pelo lado e galopa pela pista, com sua crina rosashocking e seu rabo azul voando alegremente ao sabor do vento.

Ele vem galopando em minha direção, como se eu fosse a melhor amiga que não vê há anos.

O arroz do feijão dele.

Não, não, não. Isso não é bom.

“Sai pra lá!”

Eu tento canalizar meus pensamentos para o pônei, esperando e rezando para que ele dê meia-volta e retorne para o lugar de onde é que tenha vindo. Mas ele se aproxima e trota até parar, empurrando o focinho contra mim e dando mordidinhas no meu moletom.

Make Your Wish - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora