CAPÍTULO 38

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Quando a campainha toca ao meio-dia, abro com tudo a porta e vejo Verô se inclinando para a frente, com uma caixa enorme nos braços.

Eu sorrio e pego a caixa dela, e ela vem comigo até o meu quarto.

Quando a porta se abre, vejo Hanna pulando em círculos com os braços no ar, metade da barriga perfeitamente retinha dela exposta enquanto ela dança ao som da Kiss 106.1, a rádio pop da cidade.

Eu acho que a música explodindo nos alto-falantes é a última da Britney.

Atravesso o quarto e desligo o rádio.

— Hanna, essa é a Verô. Verô, Hanna.

Hanna para de pular e dá um passo à frente, estendendo o braço.

— Prazer em conhecer.

Verô sorri.

— Igualmente. Eu ouvi dizer que você tem um encontro bem importante hoje à noite.

Os olhos da Hanna se arregalam e ela faz que sim com a cabeça, toda animada. Posso ver, pela batida impaciente do seu pé no chão, que ela está pronta para começar a pular pelo quarto de novo.

— Vamos montar lá no banheiro e ajudar você a se arrumar.

Levo a caixa, que, juro, deve pesar uns vinte quilos, para o banheiro do corredor.

Baixo a tampa do vaso sanitário e coloco-a sobre ele, dando uma olhadinha de leve lá dentro. Secadores, um monte de ferros de babyliss, bobes elétricos, escovas redondas, spray para cabelo e um montão de maquiagem.

— Vamos colocar uns bobes elétricos no seu cabelo e então a gente pode escolher a sua roupa — diz ela, tomando conta da situação. — Eles demoram um pouquinho para dar resultado. Estou pensando em um cabelo preso no alto, com um monte de cachos. E você simplesmente necessita vestir uma roupa verde.

Sorrio ao ver Verô fazendo o que faz melhor.

Eu sei que ela mudou, que nunca mais será a garota que era um ano atrás, mas não consigo deixar de achar que talvez isso não seja ruim, mas uma melhoria considerável.

Agora ela está feliz, pronta para encarar o mundo, e eu até me sinto inspirada. Verô liga os bobes elétricos na tomada, volta para o meu quarto e pega a cadeira da minha escrivaninha, que vem sobre rodinhas até o banheiro, para Hanna ter onde se sentar.

Fico na pontinha da banheira, com uma canela apoiada no joelho, enquanto vejo os dedos habilidosos da Verô começarem a trabalhar, escovando o cabelo da Hanna e dividindo-o em mechas, que ela enrola nos bobes.

De quando em quando, ela borrifa spray fixador o bastante para matar pelo menos uns dois metros da camada de ozônio.

— E como é a Alexa Ferrer, de verdade? — pergunto, olhando para o reflexo lindo e impecável da Verô no espelho.

Ela está megaconcentrada. Fico pensando se ela gostaria de ser cabeleireira de luxo algum dia.

— Você quer saber mesmo? — Ela olha para o meu reflexo. Faço que sim com a cabeça. — Ela é um doce. Com certeza, a mais legal da turminha dos vestidos da Old Navy.

Sorrio, e Verô percebe que caiu no velho hábito, ao se referir a essas meninas como o grupinho dos vestidos da Old Navy.

Ela sorri e dá de ombros.

— Mas ela é mesmo. A casa dela é, tipo, um quarto do tamanho da sua, sabia? Você ficaria boba ao ver o que ela encontra nas liquidações. O guarda-roupa inteiro dela provavelmente custou uns cem dólares e mesmo assim ela é a menina mais bem vestida da escola.

Make Your Wish - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora