Capitulo Sete

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Chegando em casa meu irmão não tirava o sorriso sacana do rosto, e quando eu olhava para ele, aí que ele ria mais, minha mãe estava em casa, ela viu o modo como o Nando estava agindo, ela sorriu e perguntou o motivo, nunca fiquei tão envergonhado na minha vida.

***

Passado a vergonha que tive de enfrentar, Laura me liga e me convida para sair, nunca fui do tipo de ficar saindo, sempre gostei de ficar em casa e ver um bom filme, ou uma boa série, ou ler um livro, mas sempre que Laura me convida para sair não consigo recusar, nos conhecemos a tão pouco tempo e já estou bobo desse jeito. Não demora muito para ela já está tocando a campainha do apartamento de casa. Parece que ela me ligou já na portaria do meu predo, ou no caminho para minha casa.

- Olá de novo – escuto a voz dela

- Oi amiga, namorada e o que quer que seja você para o meu irmão – responde Nando

Estava começando a me vestir depois do banho, para poder encontrar com ela, mas na hora que escutei ela falando com meu irmão, meus reflexos ficaram mais aguçados e me tornei tão agiu e rápido quanto um vampiro, e em poucos minutos já estava indo para sala

- Estamos indo de vagar, sabe como é – o tom de deboche na voz dela é tão evidente que já chego rindo na sala – não quero assustar o garoto

- Oi Laura, você chegou rápido

- Querido quando estou atrás de algo que quero, nada me impede

- Laura – diz minha mãe – onde vocês estão indo?

- Olha senhora, no momento estamos indo caminhar... – Laura chega mais perto de mim e segura meu braço, meu cabelo molhado respingo agua por todo o meu pescoço e faz cócegas e ela ri quando percebe – o que sair dessa caminhada vai ser consequência de uma boa caminhada, se você entende o que digo

- Não... Eu não entendo nada que você diz – retruca minha mãe

- Se serve de consolo eu também não entendo nada – digo

Saímos dali o mais rápido possível, acho que minha mãe não gosta muito da Laura, e ela aproveita disso e só fica provocando, no fundo eu acho divertido.

***

No calçadão ela apenas observa o mar, e eu a observava. Paramos e descemos para a areia, ela se senta e me puxa, eu a acompanho, mas ela ainda não fala nada. A praia hoje não está cheia, tem muita gente, mas não lotada como de costume.

- Eu não fui para sua casa por que eu achei ter visto uma pessoa e me assustei – diz ela

- Você pode falar comigo, você sabe disso

- Eu... pensei ter visto o meu ex-namorado perto da minha casa

- Eu pensei que você tinha acabado de chegar no Rio?

- Sim, eu cheguei essa semana, mas eu namorei um carioca em São Paulo, namoramos durante alguns meses – ela parou de olhar o mar e me olhou – mas terminamos e só de pensar nele, já estremeço toda, digamos que não foi um relacionamento muito saudável

Ela voltou a olhar para o mar, ela parecia tão pequena, tão vulnerável que me deu vontade de abraça-la e beija-la, mas fiquei imóvel.

- Ele... Eu tinha saído com algumas meninas, e chegando na minha rua eu pude jurar ter visto ele passando por ali, fiquei apavorada e peguei minhas coisas, talvez fosse coisa da minha imaginação – ela ri, mas sem emoção – fiquei com tanto medo que sai e fui andando, e acabei chegando no seu prédio.

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