Capitulo Quinze

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E nossas férias passou feito o The Flash na frente dos nossos olhos, e já é hora de volta para casa, por mais que eu sentisse vontade de voltar para casa, eu de fato não estava nem um pouquinho afim de realmente voltar. Essa foi de longe a melhor mês férias que já tive, curtimos muito e acho que por isso os dias passaram tão rápido.

Laura já estava pronta muito tempo, por mais que as pessoas (eu também) brinquem que as mulheres demoram horas para ficarem prontas, bom essa fala não se aplica a Laura, que é de longe a mais organizada do grupo, nosso voo está marcado para meio dia, ela está de pé desde as oito da manhã, sei disso por que ela veio ao meu quarto para me acordar e mandar eu arrumar as minhas coisas, eu deveria ter ouvido, por que já são dez e meia e eu ainda estou tentando achar meu tênis.

Por mais que as coisas do Caio estivessem no lugar arrumadas e prontas, ele estava dormindo no corredor em cima da mala, sim, só falta eu para a gente seguir para o aeroporto, e Laura não gosta muito de chegar atrasada aos lugares, então sofri várias ameaças. Quando finalmente achei meu tênis foi em um lugar inusitado, dentro do frigobar, honestamente não faço a menor ideia de como ele foi parar lá dentro, só sei que tive que sair do quarto as presas tendo que calcar o tênis no elevador, e o tênis estava muito gelado.

Caio foi dormindo no carro, eu até tentei, mas Laura de minuto a minuto chamava minha atenção para alguma coisa que ela via do lado de fora da janela, primeiro foi o grupo que disputava uma maratona, que me fez lembrar da minha mãe, ela costumava correr nessas maratonas, por mais que ela não ficasse em primeiro lugar ela se divertia, e ficava orgulhosa por participar e eu ficava orgulhoso dela também, mas eu nunca tive vontade de participar, sou uma pessoa bastante sedentária, por mais que eu não queira ser, eu sou.

Depois de alguns minutos Laura me chama outra vez para ver a cidade administrativa, acho que ela se esquece que sou mineiro e que já vi tudo isso que ela me chama para ver, e de novo ela me chama e dessa vez é para ver o Mineirão, não me incomodo em responder toda vez que ela chama, ela fica tão empolgada em ver tudo aquilo que me empolga também, e graças a minha pessoa, chegamos no aeroporto atrasados, e foi uma correria, se Laura não estivesse tão seria eu acharia graça, mas se eu ri agora é bem capaz que eu acabe apanhando, então apenas corro atrás dela e de Caio que ainda sonolento corre feito bêbado pelo aeroporto, sério está engraçado.

Já dentro do avião, fico de fora do grupo, Laura e Caio se sentam lado a lado e eu acabei ficando atrás dos dois ao lado de uma senhora que não parecia muito bem, ela segurava uma cruz nas mãos e olhava de um lado para o outro freneticamente e isso não me deixava muito tranquilo. Me levanto e sussurro entre os dois amigos que me abandonaram

— Essa senhora que sento do meu lado não está passando muita confiança – sussurro, até eu pude notar o medo na minha voz

— É só não olhar para ela – responde Laura que me faz perceber que claramente estou interrompendo a conversa dos dois

— Até por que ela não está aí para te deixar mais confiante – conclui Caio

— Me distraiam... – digo – o que vocês estão conversando?

— Eu estava falando para Laura que...

Mas nesse momento a aeromoça começou da dar os comandos de sentar, fechar o cinto. Meu coração começou a bater mais forte, e enquanto a moça falava eu tentava ficar mais tranquilo, relaxado e prestando atenção no que ela dizia, mas a senhora inquieta chamava a minha atenção, por mais que eu não quisesse ela conseguia fazer com que eu desviasse meus olhos da aeromoça para ela. Ela rezava o pai nosso com tanto medo que eu me pegava recitando junto com ela.

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