Capitulo Vinte E Seis

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Meus olhos ardem com a claridade, quando os abro, não consigo enxergar nada que não seja um clarão. Meus ouvidos ficam zunindo sem parar, o mundo a minha volta está silenciosamente quieto. Minhas pernas ardem, meus braços doem como se estivessem pendurados. Minha cabeça está uma bagunça. Ainda não consigo ver direito, mas aos poucos e bem lento vejo formas, silhuetas, a luz vai ficando menos intensa. Os sons vão chegando aos poucos.

Meu corpo dói. O teto é branco, as paredes são brancas com detalhes em madeira. Será que morri e estou no céu, ou algo do tipo. A dor que estava percorrendo meu corpo feito eletricidade vai aos poucos sumindo. Meus olhos estão pesados e difíceis de manter abertos, mas tento lutar ao máximo contra a vontade de fecha-los novamente.

Ouço um som vindo do meu lado esquerdo e olho para ver o que é, uma moça toda de branco, vem na minha direção cabisbaixa mexendo lendo alguns papeis, a encaro tentando reconhece-la, mas nunca a vi na minha vida. Ela me olha e grita surpresa, não sei o motivo, não sei se estou tão ruim assim, se tem algo no meu rosto, o que aconteceu, mas a mulher parece ficar branca.

— Oi... Oi... OI.... Cadê... – tento ao máximo, mas fica difícil falar, minha boca parece que ainda não acordou – Nando... Nando... Laura... Laura... Caio... Caio... – Continuo tentando, mas as palavras, as frases não se formam do jeito que tento – Morri... Carro... Ajuda... O que... O que...

Não consigo falar mais nada, mas não ia adiantar mesmo, a moça já tinha saído correndo, ela deve estar realmente assustada, correu tão depressa que meus olhos doeram só de tentar acompanhar. A moça retorna e junto dela chega mais dois homens, agora estou assustado. Ambos com roupas também brancas, mas com jalecos. O que é isso? Minha cabeça dói só de tentar entender. Vejo eles se aproximarem de mim. Meus olhos ficam mais pesados. Uma luz branca invade minha visão quando os homens chegam ao meu lado, a luz branca passa pelos meus olhos, depois disso a escuridão volta a dominar.

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