Capitulo Vinte E Dois

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Ultimamente me sinto estranho, sinto que tem algo errado, mas não faço ideia do que seja, tenho uma namorada maravilhosa, um amigo incrível, minhas notas na escola, não estão tão ruins assim, mas mesmo assim, sinto algo estranho, um vazio dentro de mim que não faço ideia de como preenche-lo, e já faz um tempo que tenho essa sensação de que algo está errado, mas deixando essa coisa estranha de lado, Laura me ligou hoje cedo querendo me encontrar na casa dela mais tarde, fico preocupado, sobre o assunto.

Caio passa na minha casa para me dar carona, na verdade quem vai me dar carona é o André, mas esse detalhe a gente releva, o importante é chegar na escola. O caminho até a escola não poderia ser mais constrangedor, Caio e André, e toda aquela melação, se os dois não estiverem se pegando, com toda certeza absoluta estão querendo.

Chegando no portão da escola, Laura já está a nossa espera conversando com o porteiro, que por sinal, é uma ótima pessoa, adoramos ele. André se despede e segue caminho junto dos amigos, Caio o acompanha com os olhos, o que Caio não vê é Lucca o observando claramente triste, ele se aproxima lentamente, de cabeça baixa, como um cãozinho. Laura e eu nos aproximamos de Caio, que percebe a aproximação de Lucca e range o maxilar.

— Obrigado por concordar conversar comigo

— A gente precisa conversar mesmo – afirma Caio desviando o olhar para a rua atrás do Lucca

Lucca acena com a cabeça na minha direção e faz o mesmo para Laura, logo depois segue seu caminho rumo a escola. Caio demora um pouco para recobrar a consciência, nos olha com um sorriso forçado e fazemos o mesmo. Rumo a escola. O primeiro horário é educação física e eu odeio, não fui feito para esportes, e já aceitei isso, mas a encrenca da minha professora, parece não entender. Honestamente acho perda de tempo ter esse tipo de aula, o máximo que os alunos fazem é jogar futebol, e mesmo assim não deixam as meninas entrar no jogo e elas ficam furiosas com essa discriminação, eu faço de tudo para correr para a arquibancada e me deitar.

Seguimos nosso ritual de todas as aulas de educação física, chegamos não por último, mas quase. Começo meus resmungos diários, a professora nos tortura um pouco com o lance de fazer aquecimento, (o meu serve para me deitar na arquibancada), na escola tem duas quadras, uma de vôlei e outra de futebol, o que é um ensino médio sem futebol? bom, para mim uma maravilha, mas para outros, ficar sem o jogo, isso sim seria uma tortura. Logo depois do aquecimento a professora manda os jogadores de vôlei descerem para a quadra dois, e os que vão jogar futebol ficam na quadra um, muitas meninas ficam querendo jogar, mas uma vez são descriminadas.

Mas para a infelicidade dos meninos, a professora manda dividir o time de forma mista, me misturo ao grupo que desce para a outra quadra, mas somente no intuito de passar despercebido, o que infelizmente não acontece, já que a primeira coisa que a professora faz depois de dividir os times de forma mista, tanto no vôlei, quanto no futebol, ela me grita a todo pulmão, o que me faz parar imediatamente.

O grupo de vôlei continua e dali do meio da galera aparece um magrelo parado e indefesso que sou eu, ela se aproxima, de mim joga o braço em meus ombros e me faz segui-la, eu adoro essa nova professora, mas sério qual o problema dela comigo? Qual o problema de um aluno ficar torcendo na arquibancada, sim, eu torço na horizontal, mas não deixa de ser uma torcida.

— Você vai me ajudar no jogo – ordena ela

— Isso é abuso de poder professora — sabe o que dizem sobre brincadeiras terem um fundo de verdade, pois é – eu não entendo nada de futebol, não sei nem porque a pessoa fica impedida, ou como que acontece um pênalti, eu só grito quando alguém faz gol, esse é meu papel

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