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Londres - 1867

O grande relógio marcava meia noite, e a jovem Elisabeth não voltara ainda para casa, pois estava com medo que seu pai não aceitasse seu namoro com o rapaz novo da escola. Tudo que ela queria era somente ficar ao seu lado e mostrar o quanto amava-o, mas um trovão corta sua linha de raciocínio e um raio atinge a ponta do Big Bang que mostrava as horas ali.

-Santo deus! - ela fala surpresa quando percebe que há um corpo caindo da ponta do relógio até que atinge o chão a sua frente.

A mulher estava com medo de se mexer, suas mãos tremiam, tinha receio de se aproximar, não sabia o que fazer e o pior é que estava sozinha, estava tudo escuro e não havia uma alma viva ali.

-O que faço? - ela repetia insistentemente para ela mesma tentando se acalmar.

Um resmungo vem do corpo que fizera uma cratera no chão, ela respira fundo, segura em seu vestido de saias e se aproxima com cuidado, quando se aproxima vê um homem jovem, ele vestia uma calça social, estava descalço, sem camisa, era loiro e estava dormindo, não tinha arranhão algum.

-Como pode não ter se machucado? - sua voz soa pela escuridão daquela noite.

O homem ali abre seus olhos e faz cara de dor, Elisabeth não ousa se mexer, mesmo que estivesse com medo, ela se sentia hipnotizada por aquele ser se ajeitando e olhando a sua volta.

-Quem é você? - sua voz chama a atenção do homem.

O corpo dele se arrepia por ouvir a voz de uma humana de perto, ele sorri e observa onde seu raio acertou, o grande relógio havia parado por alguns segundos até que deu as doze  badaladas. Ele se levanta rapidamente e vê que a humana o observa intrigada para saber que era ele.

-Quem é você? - ela se levanta ajeitando seu vestido.

-Sou Otton, o deus de Colobe! - a jovem de vinte e cinco ano levanta suas sobrancelhas e tampa a boca.

-Um deus? - ela fala assustada. -É impossível! - sua certeza estava sendo abalada.

-Talvez para você sim, mas existimos, e preciso de sua ajuda! - ela da um passo para trás e nega com a cabeça.

-Não, deuses não existem! - ela levanta seu olhar e fita a grande cratera ali formada a sua frente.

-Não posso deixar isso aqui! - o rapaz a sua frente com o dedo indicador desenha um círculo no ar em direção ao buraco ali e rapidamente está tudo em perfeito estado.

Elisabeth somente olha para os lados e começa a correr, seria impossível exigir seres de outros planetas, principalmente para ela que era uma mulher que não acreditava em Deus ou em algo mais que poderia talvez reger tudo que havia no universo.

Seu pulmão pedia por descanso e o peso de seu vestido a cansava ainda mais, então parou em uma rua ainda mais deserta que a outra, passa a mão no rosto e ajeita a trança feita por ela mesma antes de sair da casa do namorado.

-Deus não... - ela leva um susto quando uma mão tampa sua boca e a puxa até pararem em uma parede, ela tenta se debater, mas a pessoa é mil vezes mais forte que ela, parecia estar lutando contra cimento.

Então o clima se torna mais frio que antes, a luz da rua se apaga e tudo fica ainda mais sómbrio, a jovem tenta acalmar seu ânimo e sua ansiedade para se ver livre daquela pessoa que a segurava. Ela tenta grita e a pessoa abraça sua cintura colando em seu corpo e tapando ainda mais sua boca.

-Não queira morrer logo agora, garota! Fique quieta! - a voz faz Elisabeth lembrar do homem que se diz deus e ela se acalma, ele não parece ser uma pessoa que queira matá-la, mas ainda sim tem medo do que pode ser capaz de fazer com ela.

Um vulto passa por eles e o vestido dela é puxado fazendo-a escapar dos braços do homem e vai parar do outro lado deitada de costas e mais assustada que antes.

-Faz tempo que não tomo sangue humano! - uma voz surge bem perto do ouvido da mulher deitada no chão e algo frio toca seu pescoço, fazendo-a se encolher e ser emburrada contra a parede.

-DEIXE-A EM PAZ! - o deus grita fazendo um raio surgir no ar e a jovem ver com mais clareza o homem a sua frente, seu namorado não era quem pensava ser, ele era um vampiro que somente queria experimentar seu sangue quando tivesse a chance.

-Ela... - um outro raio surge acertando o topo da cabeça do vampiro, fazendo-o cair queimado e sem vida no chão.

A garota se levanta rapidamente vendo que o homem a quem pensava amar já não vivia mais, ela observou aquele corpo e fitou o homem que a salvou.

-Você disse que precisava de minha ajuda! - ele assente. -Como posso ajudá-lo? - e ali uma ligação foi feita por uma humana e um deus.

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Bjs

Uma Vampira por enganoOnde histórias criam vida. Descubra agora