Capítulo 7: O Deus da Trapaça

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        Estava lá, Kimi sentada sobre uma rocha, cercada por árvores e um riacho de águas cristalinas logo atrás dela. Era possível encontrar seus amigos, todos sentados à espera de que ela começasse seu conto, sobre o antigo lobo Higgrir.

— Como sabem, Fenrir com seu tamanho monstruosamente superior a de um deus, porém menor que um gigante, foi aprisionado pelos deuses duas vezes, pois Odin sabia que Fenrir seria um problema. O Lobo por sua vez, sabia que seria capturado novamente, então neste tempo de liberdade, conheceu as Lobas Grungjar, tão dourada e radiante quanto o próprio sol e Hasttrir, acinzentada mas tão brilhante quanto a outra. Fenrir ás apelidou de Sol, e Lua. Teve então dois filhos Skoll, tão dourado quanto Grungjar, e Hati, escuro como a noite. Fenrir sabia que seria um pai ausente e que necessitaria de seus filhos quando for novamente capturado, porém Sol e Lua nunca deixariam seus filhos partir, então as matou sem lhes causar dor. — Conta Kimi.

— Então Fenrir já tinha a intenção de ter filhos com elas e depois mata-las? — Questiona Yoru.

— Talvez, somente o próprio Fenrir saberia te responder, porém Hasttrir carregava em seu ventre um outro sobrevivente que se chamaria Higgrir, tão claro quanto a luz que é refletida na neve sob um luar. O pobre filhote então cresceu sozinho. Alguns anos mais tarde, já adulto, ele descobre que Fenrir era seu pai e partiu de imediato ao seu encontro. Chegando lá, se deparou com seu pai aprisionado, desesperado ele correu para liberta-lo. "Quem é você lobo da neve?" interroga Fenrir, "Sou seu filho Higgrir! Filho de Hasttrir." responde o pobre filho enquanto abocanha gleipnir, "Não adianta! Gleipnir foi forjada pelos anões, não será rompida tão facilmente." falou Fenrir, porém ele não desistiu e acabou ferindo sua presa direita e só após isso ele se dá por vencido.

— E a Nila? Ainda não chegou aqui? — Pergunta Jarl interrompendo a história no mesmo instante que reencontra o grupo.

— Ela já não estava aqui? — Fala Floki enquanto olha para os lados.

— Não, ela me seguiu, porém voltou antes de mim.

— Você não tinha ido ao "banheiro"? — Questiona Yoru de olhos esbugalhado.

— Sim, mas isso não importa agora, pois suspeito que ela esteja em perigo. — Responde Jarl.

Pouco contente enquanto inclina sua cabeça um pouco pra baixo e diz Yoru — Ah! Entendi...

— Precisamos nos dividir e vasculhar a área urgente! —Exclama Jarl sem entender e se importar com o que a pobre Yoru diz.

— Não é necessário! - Interrompe Nila saindo de um dos arbusto. —Na volta me deparei com este inglês que nos espreitava. —Estende o braço direito segurando a cabeça do pobre inglês. - Suspeito que exista outros por aqui.

— Ufh's! Você está bem. — Responde Jarl. — Se é assim, precisamos partir imediatamente!

"Tudo bem, depois eu termino minha história..." Pensa Kimi

— O que tem com seus olhos Nila? — Questiona Kany ao se aproximar dela. — Estava cho...

— Não, não foi nada. — Nila interrompe com calma a conclusão de Kany.

Então eles partem e caminham por cerca de cinco horas, quando a tarde cai, a caçula Kimi diz:

— Pessoal, sei que tenho que ser durona, mas minhas pernas não aguentam mais, não paramos nem pra beber água desde que saímos daquele córrego, até os lobos não nos seguem mais.

— Tudo bem se acalme, vamos descansar. — Diz Jarl, se sentando em uma pedra.

— Então Jarl, Saggi era mesmo seu irmão? — Questiona Kany.

— Sim. — Responde Jarl, enquanto fecha seu punho direito com uma força que foi capaz de estralar todas suas juntas.

— Ah sim, desculpe a pergunta.

— Sem problemas, ainda irei vingar meu irmão, porém o que é mais triste e que nunca irei vê-lo, nem mesmo em valhala.

Todos naquele momento inclinaram suas cabeças para baixo, todos puderam sentir a dor de Jarl naquele momento.

— Muitas vezes não notamos o que temos, até perde-las, só então nasce o arrependimento até mesmo em um coração frio como a neve. — Conclui Jarl, enquanto uma lágrima contendo o peso de um oceano escorre em seu rosto.

Floki então se aproxima de Jarl, coloca sua mão sobre seu ombro e diz:

— Desculpe atrapalhar o clima depressivo, mas o acampamento inglês dito pelos deuses, esta logo ali.

— Então vamos, tenho algo para mostrar para esses malditos ingleses! — Conclui Jarl enquanto se levanta e estufa seu peito.


Em um lugar não muito distante dali para deuses, porém infinitamente distante para humanos.

— Vocês escutaram isso? — Questiona Loki a seus companheiros enquanto corriam rumo à Inglaterra.

— O nanico tem algum problema? — Ignorando a pergunta de Loki, Thor questiona aos outros deuses.

— Grr, vão indo, preciso voltar para Asgard.

— Como assim? Nosso pai não vai gostar de te ver lá depois de mandar você para Midgard.

— Não se preocupe filhinho do papai, chego lá antes de vocês.

Loki então dá meia volta e graças ao grito divino dele, Heimdall desce a Bifrost, que diz:

— Heimdall meu chapa! Abre essa merda!

— Obrigado Heimdall. — Diz Loki após chegar em Asgard que não espera resposta, apenas corre.

"O Loki agradecendo alguém? Hoje é meu dia de sorte!" Pensa Heimdall com uma cara assustada, que ao final se transforma em um sorriso.

Após alguns minutos, o deus chega aos aposentos de Odin.

— O que faz aqui? Não lhe dei uma ordem? — Questiona Odin furioso.

— Se acalme pai! Pela primeira fez estou tentando fazer algo realmente certo! — Diz Loki, se curvando como todos os outros deuses fazem perante Odin.

"Loki nunca se curvou assim... O que será que esta acontecendo?" pensa Odin extremamente curioso.

— Chegou algum nórdico de Wintergard em valhala, nos últimos dias? — Questiona logo em seguida Loki.

— Não que eu saiba... É, quero dizer, não, não chegou, pois eu sei de tudo é claro. — Se atrapalha o deus ainda curioso.

— Então neste caso, queria pedir que me empreste meu filho por alguns dias.

— Insolente! Para que quer Sleipnir?

— Preciso que me empreste, vou devolver, juro pela vida de todos os deuses incluindo a minha!

— Onde precisa ir? — Questiona Odin aparentemente mais calmo.

— Vou fazer uma visitinha ao inferno gelado de Niflheim ou melhor, mais fundo ainda, em Helheim, em encontro com minha filha Hell, buscar um injustiçado antes que vire comida de serpente, se é que já não virou.

— Senhor! Já trouxe a garota que vossa divindade ordenou. — Interrompe a Valkiria Kiungni. - Ela os aguarda em valhalla.

— Não me interrompa serva de Odin! — Grita Loki irritado. — Como assim, 'os aguarda'? Eu também tenho que ir?

— Eu sei de tudo esqueceu? E já esperava que você viesse Loki. Vamos até a moça, se você conseguir me surpreender, lhe empresto Sleipnir. — Chantageia o deus superior.

~Fim do capitulo; Se gostou deste capítulo, não se esqueça de deixar seu voto. Obrigado!  

A Era Viking - O RAGNAROK (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora