Continuando o capítulo dez "A Batalha de Low [Parte 3/Final]"...
Os jovens vikings resolvem passar a noite naquele mesmo acampamento que invadiram após perceber que todos os aldeões haviam fugido ou pelo menos eram o que seus instintos cansados diziam. E naquela mesma noite, estavam eles sentados do lado de uma fogueira comendo o pouco que tem, exceto Jarl e Kany que se encontrava na barraca mais próxima. Em seguida, Nila deixa seu pedaço de carne, se levanta e entra na barraca mais próxima onde estava Jarl e Kany.
— E então, como ela está? — Pergunta Nila.
— Ainda inconsciente, mas acho que ela ficará bem. — Responde Jarl.
— Entendo... Ela é a melhor com essas coisas de salvar feridos.
— Sim...
Enquanto isso no lado de fora da barraca, aquela fogueira parecia mais viva que qualquer um deles naquele momento. Floki por sua vez, devorava o quanto de comida que coubesse em sua boca, e após Nila entrar naquela barraca sem pensar duas vezes, Floki agarra a carne de Nila como um lobo faminto.
O Acampamento se encontra em um completo caos silencioso, mas para eles a destruição verdadeira se encontrava em seu olhar e no peso de seu corpo. E na face de Kimi, manchada de sangue e terra, múltiplos caminhos eram formado por suas lágrimas, enquanto permanecia debruçada sobre o corpo de Yoru ao lado da fogueira.
Pouco tempo depois os três lobos chegam no acampamento famintos, e começam a devorar corpos ingleses que os vikings nem fizeram questão de amontoar. Kimi que se encontrava em um estado de profundo abalo emocional, permanecia sentada ao lado do corpo de sua amiga, até escutar o rasgar da carne poucos metros dali, ela olha e vê os lobos que se saciavam, e com um olhar vazio estende uma pequena vírgula de sorriso.
E para Floki, algo interrompe sua janta, mas não era algo exterior e sim interior, pois ele não se deixaria abalar pelas coisas que o cercavam naquele momento tão importante como a hora de comer, e esse sentimento se repete, até que ele se levanta e se senta próximo de Kimi, sem entender o motivo de fazer aquilo, ele estende a mão até o rosto de Kimi, puxando-a levemente para seu ombro e sem nenhuma resistência Kimi apoia sua cabeça em Floki.
"E agora? Nunca passei dessa parte!? Hi!" Pensa Floki.
— Desculpe... Eu não me comover nessas horas, talvez um tolo como eu saberia o que fazer em um momento como este se pudesse entender mais o que as outras pessoas estão sentindo. — Diz Floki.
"Nunca vi ele falando tanto, e o mais assustador é que ele não riu..." Pensa Kimi impressionada.
— Ei... não precisa deste esforço todo, ficarei bem. — Fala Kimi como num sussurro.
Floki de forma sutil, deita sua cabeça sobre a de Kimi e diz: — Obrigado por aquela hora do garoto inglês na batalha, pensei que minha cabeça iria explodir de indecisão.
— Não foi nada, tenho certeza que você teria feito a mesma coisa se eu não tivesse gritado. — Diz Kimi.
— Eu não tenho tanta certeza.
Kimi levanta sua cabeça e olha pra Floki com um olhar afeiçoado que parece mergulhar em um oceano de pensamentos e ele por algum motivo também trava seu olhar nela e pouco a pouco eles vão se aproximando, até tocar seus lábios, porém Kany sai da barraca recebendo apoio de Jarl e Nila interrompendo o momento.
— Olha que graça os dois. — Fala Kany que mal consegue ficar em pé por si mesma. Floki e Kimi saltam para lados opostos imediatamente, naquele momento ambos queriam um buraco para se esconder.
— N-não é nada do que você está pensando! — Fala Kimi desconcertante.
— É exatamente o que estou pensando, olhe. — Diz Kany que mostra dois dos três lobos praticando o coito.
— Ah sim é claro! Disso mesmo que estava falando, mas... mas estava enganada. — Diz Kimi sem jeito, porém continua. — O que você está fazendo aqui? Precisa descansar.
— Já descansei bastante, preciso comer e prefiro comer aqui com vocês. — Diz Kany que dá um sorriso que foi difícil de ser interpretado, devido aos hematomas em seu rosto. Todos se sentam ao lado da fogueira e Nila olha pra Kimi e pergunta:
— E então o que vocês conversavam antes de nós chegarmos?
— Conversar? Ah sim claro, bom... conversávamos sobre... — Responde Kimi até ser interrompida.
— Sobre o passado. Hi! — Diz Floki.
"Nesses últimos 16 anos eu nunca vi o Floki interrompendo alguém, tem alguma coisa errada." Pensa Jarl.
— Então por favor, continue. — Fala Nila.
"Preciso pensar em algo, rápido!" Pensa Floki e diz:
— Bom, eu tenho um irmão mais velho. Hi.
"Um irmão? Essa é nova pra mim." Pensa Jarl. Todos ficam surpreso, no entanto Kany pergunta:
— E você sabe onde ele está ou se ainda caminha entre os vivos?
— Não sei. Hi! Ele fugiu com a mãe para uma vila pequena quando eu ainda era novo. Hi! — Diz Floki.
— Mas porque sua mãe cometeu tal ignorância? — Questiona Kimi e logo em seguida conclui dizendo. — A vida em Wintergard é bem mais favorável que numa vila pacata.
— O pai não fala muito sobre isso, mas o pouco que ele falou foi sobre um outro cara que ela encontrava às escondidas. Hi! — Responde Floki e continua. — Porém sinto que ela não está tão errada quanto meu pai descreve.
— Você sentindo alguma coisa Floki? — Diz Kany enquanto todos caem em gargalhada, após os risos ela conclui. — É normal para qualquer pessoa querer defender a mãe.
— Hi!
— Mas mudando de assunto. E agora, o que faremos? — Questiona Kany.
— Vai devagar Kany, você mal pode ficar em pé. — Diz Nila.
— Ela está certa Nila, precisamos começar a pensar no que faremos. — Fala Kimi.
"Saggi com certeza saberia o que fazer..." Pensa Jarl, que diz:
— É certo que devemos primeiro nos curar e depois voltar nossa procura pelo maldito que matou meu irmão.
— Sim, mas isso levará alguns dias, e se voltarmos para Wintergard podemos ir num curandeiro e ganhar tempo. — Diz Kimi.
— Pode ser, é o melhor que podemos fazer no momento. — Concorda Jarl.
~Fim do capítulo; Se gostou deste capítulo,não se esqueça de deixar seu voto. Obrigado!
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A Era Viking - O RAGNAROK (PAUSADO)
FantasyEsta e uma história que conta a jornada de um grupo de vikings, dentre eles, alguns já se conhecem a bastante tempo e outros não. E com a ajuda dos deuses nórdicos eles tentaram reacender a era das riquezas de seu povo, uma era em que ninguém morria...