Capítulo 12: Eu sou seu Pai!

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        Após alguns dias de viagem, Loki chega em Helheim, o reino mais frio e baixo do imenso universo da Yggdrasil. Este mundo amontoado com todos os aspectos opacos daqueles que morreram sem glória que evoca tensão até mesmo em Aesires e Vanires. Mesmo sabendo ter o mesmo pai de Hella, o cavalo mais veloz do mundo estava decidido que não iria mais a fundo de Helheim.

— Tudo bem amigão, eu continuo daqui, espere aqui e tome cuidado. — Diz Loki enquanto acaricia seu filho.

Continuando o restante da viagem sozinho, logo se arrepende. Múltiplos arrepios subiam sua espinha enquanto caminhava sobre uma névoa tão densa e congelante que não era capaz de enxergar um palmo a frente, pisando em ossos que se moviam de baixo de seus pés.

Para evitar que congelasse, Loki se transforma em um Urso e percebe que estava sendo acompanhado por esqueletos desde quando entrou em Helheim, e devido a isso concluiu que sua filha já sabia de sua visita inesperada e então continua seu caminho, após alguns minutos de tensão ele chega em um castelo de ossos, era o castelo de sua filha Hella.

Toda aquela neblina que cegava sua vista sumiu repentinamente, quando o deus entra no castelo de ossos, voltando a sua forma humana ele escuta uma doce e temível voz, que diz:

— Olá transmorfo, o que o traz para um lugar tão desprezível?

— Hella?

— Eu mesma, sua querida filha esquecida. — Diz Hell que aparece em meio a uma névoa esbranquiçada.

"Tão linda, porém se elogiá-la todo meu plano estará perdido, ela abomina esse tipo de elogio. Preciso elogiá-la da maneira certa."

— Você continua desprezível como sempre. — Diz o deus da mentira.

— E você continua sendo o vil deus da mentira. — Completa Hella.

— Não importa. Seu pai não veio resolver assuntos familiares. — Fala Loki.

— O que, meu ardiloso pai vem "resolver" em meu lar? Até onde sei continuo fazendo o que nasci para fazer, colecionar um povaréu de corpos e esqueletos, até o dia de matar todos os malditos Aesires, ao contrário de você que nasceu deus mas agora não passa de um servo celestial dos desprezíveis Aesires.

— Como ousa falar assim de seu pai! Nasci Jotun e me tornei deus, algo que um mero gigante nunca alcançará, não sirvo a ninguém.

— Você me enoja! Diga logo o que quer e vá embora.

— O seu pai veio buscar um pobre injustiçado, irmão de Jarl que não foi morto em batalha.

— O que lhe faz pensar que irei te dar um de meus servos?

— Ele não é um servo. E eu sou seu pai, você me deve respeito!

— Desde quando eu devo respeito a um servo celeste?

"Ousada como sempre." Pensa Loki rangendo os dentes.

— O que lhe faria mudar de ideia? — Pergunta Loki.

— Hmm... Não sei, seria interessante se você viesse morar comigo ou voltar para Jotunheim.

— Hella... Você sabe que não posso.

— Não pode, porque está muito ocupado sendo amigo dos Aesires e salvando humanos em vez de matá-los para o meu exército.

— Se eu descer para Midgard e começar a matar os humanos, serei parado pelos Aesires em pouco tempo e no final, nenhum morto seria acrescentado em seu exército, pois não há dúvidas de que os mortais lutariam mesmo sabendo que morreriam.

Hell não responde nada, apenas olha para seu pai de cima para baixo e Loki percebe que, o que falou fez sentido na cabeça de sua filha. Mais calmo, Loki caminha até algumas taças que havia próximo ao trono de sua filha, pega uma e estende sua mão para um servo, pedindo alguma bebida. O servo então olha para Hell esperando a permissão para atender tal pedido, Hella ergue apenas seu indicador, e rapidamente ele serve a taça de Loki.

Logo em seguida, Loki degusta o Vinho de Sangue do Reino dos Mortos. "Este sabor... Sinto o desespero de centenas de corpos que morreram sem honra, por traição, injustiça ou velhice em cada gota que bebo. Confesso que já havia me esquecido de como isso me torna rico no prazer da maldade..." Pensa Loki com uma espontânea reação de prazer em seus olhos. "...Mas preciso me concentrar, no que vim fazer aqui." Conclui Loki seu pensamento e diz para sua filha que se sentia maravilhada com aquele momento de despertar de seu pai.

— E então, onde está o corpo que vim buscar?

— Ainda insiste nesse assunto? Apenas se sente e beba mais. — Responde Hella.

— No momento não tenho tempo para perder com você, apenas obedeça seu pai e me traga o maldito humano!

— Como ousa falar assim comigo dentro de minha casa? Dentro de meu mundo! — Diz Hella possessa em íra inclinando seu corpo para Loki olhando de cima para baixo com um olhar que parecia ferver.

"Merda, falei demais..." Pensa Loki em um raio de segundo. Hella que de imediato estende seu braço esquerdo com o dedo indicador apontado, começa a tirar Loki do chão sem nem mesmo tocar nele.

— Você pode ser meu pai, mas em meu mundo, NINGUÉM me dá ordens! — Grita Hella que emanava uma aura capaz de fritar a pele de um mortal apenas com o toque.

"Agora não tem volta, terei que voltar para minha forma verdadeira..." Pensa Loki sentindo toda aquela pressão. Ele fecha os olhos e raios emergia de seu corpo e seguia pelo ar até tocar o chão, parede ou teto do salão onde se encontrava. Naquele momento Hell percebeu o que estava por vir. Aquela intensidade elétrica foi se multiplicando até que em poucos segundos uma enorme explosão acontece, e dessa explosão surge um gigante, e aqueles duzentos metros de altura que o teto do castelo de ossos tinha foram facilmente ultrapassados.

Loki agora estava em sua forma verdadeira, um gigante que era capaz de enxergar os nove mundos e talvez até mesmo a própria Yggdrasil, mas o que chamou sua atenção foi outra coisa, algo que ele nunca havia visto ou ouvido falar. Ele se agacha para conversar melhor com Hell e pergunta:

— O que são aqueles outros nove mundos que vi mais abaixo de seu mundo?

"Ele viu meu Universo Negativo?" Pensa Hella.

— E qual é mesmo o nome do maldito humano que você queria? — Interroga Hell torcendo para Loki mudar de assunto.

~Fim do capítulo; Se gostou deste capítulo,não se esqueça de deixar seu voto. Obrigado!

A Era Viking - O RAGNAROK (PAUSADO)Onde histórias criam vida. Descubra agora