E finalmente chegamos à fita mais esperada! Desde o primeiro episódio estávamos nos corroendo por dentro para descobrir o que Clay Jensen, esse garoto aparentemente tão doce, poderia ter feito para estar naquelas fitas. De que forma o rapaz teria contribuído para o suicídio de Hannah Baker? Bom, a resposta é que não contribuiu. Clay amava Hannah. Hannah amava Clay. Nenhum dos dois teve a coragem necessária para expressar o que sentia. Ainda assim, compartilharam um breve momento de afeto na festa de Jessica – bem antes da sucessão de desastres que faria tudo se transformar em um inferno – e, por meio minuto, Hannah se sentiu bem e conseguiu imaginar um futuro em que era feliz.
Essa esperança durou menos que um suspiro, afinal era impossível para a menina esquecer todas as violências que havia sofrido e confiar plenamente em alguém novamente, especialmente em um garoto. Garotos haviam divulgados fotos dela, mentido com seu nome, a assediado física e moralmente, lhe tocado sem seu consentimento mais de uma vez. Garotos a haviam usado como um objeto e as marcas disso não desapareceriam facilmente, na verdade, não desapareceriam nunca. Algo havia se quebrado dentro dela e era difícil demais lidar com essa constatação e com todos os seus traumas. Clay não sabia de nada disso, não poderia sequer imaginar, então, quando Hannah o mandou sair e a deixar sozinha, ele saiu.
Não fez nada errado, no entanto, a culpa por não ter feito nada foi o que o abalou profundamente. Se tivesse se manifestado nas vezes que viu algo errado acontecendo, se tivesse mostrado à garota como se importava com ela, se tivesse dito que a amava, se tivesse ficado, se, se, se... Uma mudança de atitude e tudo poderia ser diferente. Ainda assim, Clay era apenas um adolescente, aprendendo a lidar com seus próprios conflitos e emoções, e não pode ser responsabilizado por isso. Hannah não o culpa, mas para ele é impossível não sentir que poderia e deveria ter feito mais.
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Os 13 Porquês, As 13 emoções
Non-Fictionisso não é uma fanfic é só tudo o que eu pensei quando vi e escutei cada fita da Hanna Baker.