12. Job

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Canadá - Toronto - Abril - 2017
Point Of View Bridget Campbell

Ainda anestesiada com o que acabou de acontecer, eu sentia as lágrimas descerem por meu rosto, e as batidas do meu coração acelerarem a cada passo meu.

Como se a ficha não tivesse caído

E não cairia tão cedo, principalmente amanhã, quando fosse 8 da manhã e eu não tiver mais que colocar meu uniforme preto. Chaz me despediu, isso resume tudo. Com a desculpa de que se mudaria e não precisaria de meus serviços por um tempo, ele me mandou embora e eu estava sem rumo.

A grana que eu recebia não era grande, mas era o suficiente para me manter. Porém, agora tudo mudou, e numa cidade grande e concorrida como a que eu vivo, vai ser difícil achar rápido um emprego.

Cheguei em casa e subi correndo para o meu quarto, que tem sido uma tarefa difícil desde o final de semana passado, quando Justin ainda estava deitado na minha cama. Ele simplesmente sumiu.

Eu estava indo lavar meu rosto borrado por maquiagem, mas tive que deixar isso em segundo plano pois o telefone tocou.

- Filha?

- Mãe? - Um sorriso cheio de amor surgiu em meu rosto ao escutar sua voz doce.

- Como você está, meu bem? Nós já estamos com saudades.

- Estou bem, mãe. - Menti. - Também estou com muita saudade, como vocês estão?

Ela não respondeu de imediato, apenas suspirou alto e fundo, fiquei nervosa.

- O que foi, mãe? Algo está acontecendo por aí?

- Eu adoraria dizer que não, meu bem, mas eu detesto mentir para você. Algo está acontecendo sim, e grave. Seu pai está com câncer no estômago, Bridget. Nós não contamos a você pois não achamos necessário, pensávamos que seria algo passageiro, mas agravou-se.

- Você está falando sério? Porque escondeu? Não acredito...

- Me perdoe, filha, eu não queria preocupa-la. Liguei pois precisamos de você, é uma urgência.

Pensei que fosse impossível piorar tudo, mas aconteceu. Eu estava ferrada de todos os jeitos. Sem apoio, sem amigos, sem dinheiro, sem ter como ajudar meus pais.

Não consegui evitar, falei para minha mãe que conseguiria a grana para pagar os remédios do tratamento do meu pai, e eu venceria no final dessa batalha, mesmo sozinha.

Uma semana depois...

- Tem certeza, Bridget?

- Claro que sim, Evan. Eu vou ficar bem, vocês se amam e como amiga eu devo apoiar suas decisões quando elas te fazem bem.

Evan estava terminando de arrumar a segunda mala, pois iria passar um tempo morando com o namorado.

- Eu sempre vou aparecer por aqui e te ligar, vê se não some também. Qualquer coisa me avisa, ouviu?

- Sim senhor.

- Te amo, flor.

- Também amo você. - Ele beijou minha testa e depois nos abraçamos, mas no momento seguinte Evan passou pela porta.

Agora, eu devo tirar tudo que está acontecendo comigo como fonte de força.

Passando o marca texto pela 19ª vaga que eu encontrava no jornal, peguei o telefone pronta para repetir a mesma fala que tive com as outras pessoas que atenderam o telefone, e que infelizmente não deram sinal de vida até agora.

Chained SoulOnde histórias criam vida. Descubra agora