Canadá - Toronto - Junho - 2013
Point Of View Bridget Campbell
Por mais que eu recebesse todo amor e carinho dos meus pais quando pequena, não tive a dedicação que uma criança merece, mas não os culpo por isso, eles eram ausentes porque tinham que trabalhar duro para que tivéssemos o que comer todos os dias. Acabei virando uma garota de 19 anos carente e certamente inocente para muitas coisas. Entreguei então todo meu carinho a Jasmin, ser assistente deixou de ser um trabalho pois passou a ser feito com amor. Infelizmente esse amor não está falando mais alto que a dor gritando no meu peito."Jasmine Lee Bieber
06/03/2008 - 24/06/2013
A eterna estrela de nossas vidas."Ela se foi. Esse é o único pensamento que eu evitava ter e acreditar, até estar em frente a sua lápide.
O estado de saúde de Jasmine sempre foi complicado, apesar de seu pai e seus avós viverem em função do seu bem estar, isso não foi o suficiente. Ela piorava a cada dia, como se a todo instante uma pequena parte parte dela fosse embora para formar a sua estrela no céu.
- Eu nunca vou esquecer de você, princesinha. Obrigada por seu amor. - Beijei a rosa em minha mão a deixando logo em seguida junto das outras que se encontravam na lápide.
Passei minhas mãos pelo meu rosto molhado pelas lágrimas e vasculhei o cemitério vazio com o olhar. Justin jamais me deixaria vir aqui no dia do enterro dela, ele fez com que tudo fosse extremamente exclusivo.
Com minha bicicleta voltei para o apartamento no subúrbio que eu dividia com Evan, um amigo gay de infância que saiu de Montreal comigo para tentar a vida em Toronto.
- Já disse hoje que odeio essa nova Bridget? - Ele disse quando percebeu minha chegada. Corri para o sofá e me joguei em seus braços - Você pelo menos tomou banho hoje? Porca, nem um batom da Kylie te salva com essa cara.
- Sim, e aliás, tentei me matar na banheira, seu ridículo. - Afundei meu rosto entre as mãos.
- Deve doer muito, eu sei, assim como dói em mim te ver assim.E lá estava ele novamente me envolvendo com o seu famoso abraço de urso.
Afastei-me dos seus braços e assoei o nariz. Na estante ao lado do lenço continha a foto dos meus pais no porta-retrato, respirei fundo mas de nada adiantou, chorei mais.
- Ah não! Estou indo comprar agora nossas passagens pra Montreal. Ou você passa um tempo com seus pais, ou morre de depressão.
- Eu preciso trabalhar, Evan
- Você não consegue dar dois passos sem chorar, quem dera conseguisse trabalhar.
- Não concordo com isso, meus pais nem sabem que vou.- Já está na hora de visita-los, não insista. Você sabe que eles sentem sua falta.
- Isso é para o meu bem ou pra você se livrar de mim?
- Os dois. - Ele definitivamente não deveria ter dito isso, as lágrimas não precisavam de muito esforço para sair. - Eu estava brincando minha florzinha murcha, eu vou com você também, jamais te deixaria sozinha.
Senti seus braços em volta de mim e permiti-me afundar mais naquela buraco aberto em meu peito.
Point Of View Justin Bieber
Eu pensei que perder Diana fosse o sentimento mais doloroso da minha vida, eu estava enganado, pois perdi Jasmine.
Diana foi a protagonista do meu primeiro beijo, primeira transa, primeira paixão. Com a intensidade que tudo aconteceu, Jasmine surgiu sem planejamento no meio da nossa adolescência. Tudo virou uma confusão. Diana foi expulsa da casa dos seus pais, eu era um moleque sem noção, e tive que amadurecer precocemente com toda pressão que recebíamos, mas não iria deixar minha garota sozinha.Tive que ser forte quando minha filha nasceu e mais forte ainda quando ela se foi.
Elas se foram. Mas e eu? Fico sozinho nessa ou devo ir também?
Depois de jogar a garrafa de vodka vazia pela janela do 30º andar, fechei meus olhos sentindo a brisa do vento empurrar meu corpo pra frente.
Nada poderia me impedir
Se não fosse por minha mãe...
- O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO, IDIOTA? - Meu corpo mole foi arremessado para o chão da sala do meu apartamento.
- Sai daqui, mãe.
- VOCÊ FEZ DIANA E JASMIN IREM EMBORA! O PRÓXIMO VAI SER QUEM JUSTIN? EU OU VOCÊ?
Meus olhos pesados por carregar noites sem sono levantaram até chegar no rosto vermelho e molhado da minha mãe. Eu me sentia anestesiado, sem conseguir raciocinar, estava morto.- Eu sempre dei todo amor e suporte à você, toda dedicação que uma mãe dá ao filho que ama eu nunca medi esforços. Mas de que serviu? Não adianta tentar carregar o mundo com as mãos, Justin, se você não consegue cuidar de si mesmo, tratar essa obsessão doentia que levou Diana a MORTE! - Ela gritou com vontade, e aquilo estava me deixando tonto.
- O que você está querendo dizer?
- Veja você com seus próprios olhos o que estou querendo dizer
Pattie arremessou um papel na minha camisa branca, que ganhou tons avermelhados devido a briga de bar que arrumei a uns dias atrás.
Do que ela estava falando, afinal?
- Agora cale sua boca e saia da minha casa! - apontei para a porta e ela sorriu debochada.
- Essa é a sua vontade então, não é? Ficar sozinho, morrer sozinho. Afastar todos que já tiveram a vontade de te dar amor. - Suas lágrimas intensificaram-se. - Não sei de onde você nutriu essa obsessão doentia, essa droga de doença que prende, sufoca, amarra as pessoas. Não sei onde errei quando te criei. Não precisa criar situações, fantasias ou qualquer outra merda que só existe na sua imaginação, por que eu te garanto, quem te amar não vai te deixar. - As informações vinham com a velocidade de um carro de formula 1 na minha mente, mas não estava sendo difícil entender o que ela queria dizer. - Você não deixou Diana viver e nem Jasmin. Espero que consiga evitar isso acontecer com si mesmo, pois eu vou sair desse barco furado antes de me afogar junto. - Ela então, saiu pela porta do meu apartamento
Eu havia perdido mais uma.
Desde que descobri que Diana estava grávida, sempre achei que deveria protege-la de toda guerra que ocorria em volta de nós. Admito que sempre fui um cara ciumento, mas isso é normal, todo nós temos ciúmes, não é? O amor não provoca isso?
Pattie é dona de uma imaginação fértil, nutriu essa ideia de que tenho ciúmes patológico, ou melhor, neurose obsessiva. Por estar cansado de rebater contra esse assunto, deixo ela acreditar que tenho, só que culpar-me pela morte das pessoas que eu amo é o meu limite. Eu sabia que Jasmine não duraria muito, só não pensei que fosse em tão pouco tempo e nem que seria tão doloroso. Não vou buscar tratamento porque sei que não preciso, mas alguém pode me dar um manual de como lidar com isso?
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Chained Soul
Hayran Kurgu"Justin, durante a vida, todos nós passamos por dificuldades até tomarmos o controle das coisas, mas você não se encaixa a essa teoria. Seus sentimentos balançam como uma montanha russa! Eu estou ficando tão louca quanto você. Entenda de uma vez por...