18. Plan

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Canadá - Toronto - Agosto - 2017
Point Of View Bridget Campbell

Caminhava em passos lentos, analisando o amplo lugar que estava, e para todos os cantos que eu direcionava o olhar só havia um destino, uma direção: Justin. As cortinas estavam abertas, o sol das 7:00 am entrava forte ali, e a bagunça de sua sala ficava cada vez mais chamativa para mim, que sentia que deveria arrumar aquilo tudo para ele. Porque era assim que eu me sentia muitas vezes quanto à Justin, como se precisasse dos meus cuidados desde as mínimas coisas.

— Bom dia. - Disse ele quebrando o silêncio daquele lugar, jogando-se no sofá logo em seguida. — Estou delirando ou você está mesmo aqui? - Perguntou me lançando um sorriso sapeca, que valorizava ainda mais a sua carinha de sono.

— Não sabia que tinha acordado. - Respondi me aproximando do mesmo e ficando em pé próxima ao sofá. — Venha, vou preparar algo para você comer enquanto explico tudo.

Ele não recusou, então logo chegamos a cozinha, que eu confesso ter sentido falta também. Assim como de cada pedacinho daqui, e dele.

— Eu pensei que estivesse chateada comigo. - Confessou, enquanto apoiava seu corpo na bancada e colocava suas mãos no bolso da calça de moletom estampada.

— E isso prevalece, não é como se eu quisesse estar aqui. - Menti. — Chaz me obrigou.

— Chaz é um cara sábio. - Virei-me para ele com uma sobrancelha arqueada, e me deparei com sua expressão risonha.

— Ao contrário de você, não é? - Rebati. — Ontem, poucas horas depois de me deixar em casa, você apareceu na porta de Chaz. Estava bêbado, extremamente bêbado, e nós ainda não sabemos como você conseguiu dirigir até lá.

— Não lembro de muita coisa, só alguns flashes. Mas isso não importa, quero saber como você veio parar aqui. - Ele enfatizou o "você" e eu soltei uma risada em troca.

— Isso também não importa, Justin. - Falei enquanto pegava seu prato já pronto e o entregava. — Mas vou contar só porque sei que invasão de domicilio é crime.

Ele soltou uma risada rouca antes de dar a primeira colherada na sua salada de frutas.

— Então, o que te trouxe até aqui?

Saudade, Justin.

— Pedi para Chaz me levar à faculdade hoje cedo, mas tivemos que deixar você aqui antes, e acabei ficando porque ele teve algo urgente para resolver. - Ele arqueou uma sobrancelha e eu o olhei confusa.

— Faculdade?

— É, eu consegui. - Respondi, sem conseguir conter um sorriso orgulhoso nos meus lábios. Lavei minhas mãos e juntei-me à ele, apoiando meu corpo na bancada atrás de nós. Não me segurei para tentar ver aqueles olhos tão bonitos mais de perto. Era realmente difícil controlar.

— Contabilidade, certo? Eu estou feliz por você.

Eu sorri mais uma vez para ele, que retribuiu da mesma maneira. Talvez não fosse pelo assunto de nossa conversa, mas por estarmos ali, juntos, mesmo com toda bagunça que acontecia ao nosso redor. O silêncio havia dominado o ambiente, e nosso diálogo teve um fim, dando lugar àquela troca de olhares.

Quando dei por mim, Justin havia soltado seu prato e sua mão agora estava em meu pescoço. Ele olhava diretamente para os meus lábios. Meu coração acelerou. E confesso que não queria interromper seja lá o que ele estivesse fazendo.

Seu toque era leve, talvez receoso, mas ele não parou.

— Ficar perto de você me deixa louco, e longe, mais ainda. - Sussurrou. — Eu preciso de você.

Chained SoulOnde histórias criam vida. Descubra agora