Meu refúgio da alegria

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 Capitulo 4-Meu refúgio da Alegria

Eu vivo em um inferno. E nada do que eu sou pode mudar minha situação. Chego a conclusão que sou apenas um brinquedo para satisfazer os desejos sexuais dos Lollicon da minha família. É estranho pensar que não passo de uma simples casca vazia? Da qual não nutre algum sentimento de paz, paz para mim mesma?!

Eu sei que sou uma adolescente problemática de 17 Anos que precisa de um psicólogo pra poder entender o que eu sinto. Mas, nada vai mudar.

O passado que eu tive define a pessoa que eu sou hoje.

Ninguém pode me mudar. Foi a minha criação, as pessoas que conheci que me fizeram ser o que sou hoje.

Eu praticamente estive sempre sozinha. Eu não passo de uma simples mentirosa pra minha família. Por isso, tudo que eu passei, ou passo, não interessa a ninguém, muito menos a minha família. Quem cuida dos meus próprios problema, sou eu. Quem limpa minha própria sujeira, sou eu. Quem dá um chute nos zovo do meu padrasto quando ele quer abusar de mim, sou eu.

Eu não sou mais uma menininha chorona que fazia o que todos pediam. A vida nos faz mudar. Eu aprendi isso de uma das piores maneiras possivéis que existe.

Eu não sou flor que se cheire. A única pessoa que viu a minha outra personalidade foi minha mãe. E garanto que ela nunca mais vai querer bater de frente comigo.

Sim... ainda moro com minha mãe. Por enquanto. Eu só preciso juntar mais dinheiro para poder alugar uma casa para eu e minha irmã morar.

E sim, tenho uma irmã. Ela precisa de certos cuidados e carinhos. Eu mesma irei cuidar dela. (Na verdade eu já cuido dela). A Minha querida irmã mais nova, tem 5 Anos. Ela é paraplégica. É a coisa mais linda do meu mundo.

Ela é, e sempre vai ser o meu refúgio da alegria. O meu porto seguro.

Não posso deixa-la ao lado dessas pessoas que se dizem ser minha família. Não posso deixar minha irmã Sofia na presença dessas pessoas de péssima personalidade. Não deixarei passar pelas mesmas coisas das quais eu tive que passar. E hoje eu carrego a culpa por várias coisas, mas nada se compara ao meu maior erro.

Eu irei fazer o possível e o impossível para poder tirar minha irmã dessa família mal assombrada.

Nessa casa mora, eu, minha irmã Sofi de 5 Anos, meu irmão Zayn homo de 22 Anos que vive na depressão, minha mãe Sinuhe e o traste que casou com ela e me abusa desde os meus 8 Anos, que se chama Wesley. Eu nunca, jamais, me dei bem com a minha mãe. É outra que se dizia ser "minha amiga", mas na verdade, nunca foi e nunca será. E meu irmão Zayn? É uma bixa completamente revoltada com a vida dos outros e com sua própria vida, sempre reclamando de tudo e de todos, se acha o sábio dos sábios. E meu padrasto? Prefiro nem comentar.

São nessas horas em que eu concordo com a minha vó. Ela sempre dizia: "Ninguém é amigo de ninguém"

Hoje eu vejo que é a mais pura verdade. Quem são meus verdadeiros amigos? Ninguém.

Mas não vamos chamar isso aqui de casa... Vamos chamar de inferno.

Quase todos os dias é uma loucura atrás da outra. Os dois pombinhos de merda brigam quase todas as noites. Isso, definitivamente, não faz bem pra Sofi. Ela é só uma criança! E eu juro que se eu souber que o Wesley tá triscando na minha amada irmãzinha, eu mato ele, e dou pras carniça comer.

Finalmente aquele traste parou de bater loucamente na porta.

Comigo você não vai ter porra nenhuma. Nunca mais.

Passou quase 1 hora batendo freneticamente na porra dessa porta. Saí das cobertas e fitei o meu braço dolorido. Ficou roxo na região que ele segurou com brutalidade.

Era só o que me faltava. Ficar manchada por causa desse brutamontes.

Cadê a Dona Sinu com a minha irmã?

Só vou deixar os meus aposentos depois que eu souber que as duas chegaram. Se eu sair daqui antes delas chegarem vai ser pra matar meu padrasto.

Ouço um barulho de carro e corro pra fora, torcendo para que seja a Sinu com a minha irmã.

E para a minha sorte eram elas mesmo. Assim que a sra. Sinu saiu do carro, eu corro pra pegar a cadeira de rodas da minha irmã e no outro segundo eu já abro a porta pra colocá-la na cadeira. Foi tão rápido que minha irmã levou um susto. E eu nem fiz questão de olhar pra cara da minha mãe.

- Como foi o Colégio, minha indomável princesa? - Perguntei serenamente á Sofi, enquanto eu à colocava na cadeira de rodas.

Sem tirar os olhos dos dela. Minha expressão já não estava tomada pela raiva. Pelo contrário. A minha única razão de viver estava bem na minha frente, rindo como se não houvesse o amanhã. Como eu poderia estar com raiva?

Mas nem que fosse o pior dia da minha vida. Eu nunca mostraria uma expressão de desgosto raiva, solidão, tristeza, ou qualquer coisa do gênero pra minha irmã. Só de receber o lindo sorriso dela me fazia rir por horas e horas.

- Você me deu um susto! - Ela disse rindo.

- Desde quando a minha beleza rara assusta alguém? - Eu disse com o sorriso mais bobo e engraçado do mundo.

Eu não preciso mais de nada nesse mundo. Só quero que essa pequena boneca de porcelana fique comigo para alegrar o meu dia e minha vida.

Ao contrário de mim ... Sofi é perfeita. Muito, muito mais bonita que eu. Ela parece uma bonequinha. Uma bonequinha mais fofa e linda que eu já vi.

- Vamos entrar meninas? - Indagou a minha mãe.

- Vamos dar um passeio? - Perguntei a Sofia. E em nenhum momento tirei os meus olhos dela.

E ignorei totalmente a minha mãe.

- Sério? Siiim ... eu adoraria! - Disse com os olhos brilhando. Dava pra sentir a emoção em sua voz.

- Vocês está escutando, Camila? - Exclamou minha mãe elevando um pouco a voz.

Eu deixei Sofi confortável na cadeira e saí guiando ela na cadeira de rodas.

Em nenhum momento olhei pra minha mãe.

- Onde quer ir? - Perguntei á Sofi quando já estávamos afastadas de casa.

- Naquele parque que você me levou uma vez. Você fez até um pic-nic lá.

- Ah, me lembro. E você ainda não me disse como foi na escola.

- N-Não aconteceu nada de m-mais. - Gaguejou cabisbaixa.

Nani só tinha expressões assim quando algo acontecia.

- Quer me contar alguma coisa? - Perguntei o mais calma possível. Eu não gostava quando algo acontecia á ela. Se eu sonhasse que algo ruim acontecesse á ela eu não me entenderia por mim mesma. Eu virava logo o demônio.

- N-Não.

- Eu já mencionei que você não sabe mentir?

- Uhum... Uma vez! - Sussurrou. - É que tem alguns alunos que ficam me chamando de alejada. - Sussurou mais baixa ainda.

Palavras não descrevem a minha reação. Eu fiquei com tanta raiva que chegava à me corroer por completo.

- Mila... Você está bem? Você tá branca... - Ela disse com a voz de preocupação. O que me fez acalmar.

Eu estava a ponto de ter um colapso ali mesmo... Vou ter que dar um jeito nesse colégio mixuruca de Sofi. Isso não pode se repetir. Sofi não merece esse tipo de tratamento. E a culpa é toda minha. Eu que deveria ser chamada de alejada...

- E-Estou bem. - Falei, forçando um sorriso. Ela voltou á baixar sua cabeça.

Um tempo depois ela levantou a cabeça pra cima novamente, para me fitar e deu um sorriso mais gentil que eu já vi. Capaz de derreter a alma mais obscura que existe dentro de mim.

Logo havíamos chegado no parque que Sofia adorava ir. Vou aproveitar o momento no máximo com ela. Vou esquecer tudo. Colégio, família, Colegas, problemas, tudo, irei esquecer tudo.

Só vou gastar as minhas forças só pra ver o lindo sorriso dela.

Notre Got SucréOnde histórias criam vida. Descubra agora