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-Aqui tem regras que você deve seguir, que nós devemos seguir. -Eunha falou, eu realmente gostei Dela, ela tem uma aparência fofa com seus cabelos curtos e boca rosada.

-E quais são? -me balanço na cama.

-Não deve estar acordada após a meia noite. Às vezes eu tenho insônia e não consigo dormir, sinto ele passar pelos corredores. Outra regra, não deve desrespeita-lo, e apenas falar formalmente. Ele é rígido com isso. Terceira regra, abra seu guarda-roupa. -ela falou e eu fiz o que foi pedido, abri o guarda-roupa branco e pequeno. Roupas vermelhas, apenas roupas vermelhas.

-O que ele tem com vermelho? -perguntei para mim.
Fecho o guarda-roupa e volto pra cama.

-quarta. -ela levanta quatro dedos. -ele é o primeiro a levantar da mesa. O café é as 8:00, o almoço as 12:00, e o jantar as 20:00. Podemos ir fazer algum lanche a tarde. Quinta, podemos sair pela propriedade uma vez na semana, no sábado das 14:00 às 16:00. Acho que é só. -achei que era muito, são regras simples mas são chatas.

-Me conte sobre ele, Qual o seu nome. -perguntei agora realmente curiosa. Ela suspira apaixonada. Ele fazia algum feitiço para que elas ficassem assim?

-Ele não é animado ou sorridente, mas é de uma certa forma simpático, ele se preocupa com a gente. É sério mas não muito, decidido. O nome dele. Não sabemos todo. Sei que Tem Byun.

Pelas palavras Dela tive vontade de conhecê-lo. Ele parece ser fechado, diria até infeliz, mas estava lá a apenas um dia, como podia já criar teorias?

Estava de manhã e eu faltei o café. Eu não estava com fome e tinha perdido a hora. Tomei um banho no pequeno banheiro de meu quarto, lavei a blusa que eu usava e coloquei uma das roupas. Um vestido vermelho aberto apenas nas costas, que ia até pouco acima do joelhos. Apesar de ser justo da cintura pra cima é confortável. Abro uma gaveta dentro do guarda-roupa.

-São... calcinhas. -levantei uma das calcinhas de renda preta. -pervertido.
Balancei a cabeça e coloquei uma delas pois eu obviamente não estava com as minhas. Achei alguns grampos que usei para fazer um coque arrumado na cabeça, deixando duas mechas soltas.
Me olho no espelho. Eu poderia ser feliz aqui? Eu era feliz lá? Fazendo atitudes forcadas para agradar os outros? Eu poderia tentar ser eu mesma nesse lugar, mas e se ele não gostar e eu acabar indo para não sei onde? Fico estressada com esses pensamentos.

Saio do quarto indo em direção a cozinha, um dos únicos cômodos que eu sei onde fica. Passo por uma porta branca pouco velha. A curiosidade foi maior, deve ser cedo não é? Ainda deve ser 11:00. Meus pensamentos me motivavam a entrar na sala.

Girei a maçaneta. Não abriu. Tentei de novo mas não funcionou.
Bati repetidas vezes o pé no chão. Tirei o grampo de meu cabelo, estava prestes a encaixar na fechadura mas ele sumiu.

-Cadê? Merda. -sussurrei baixo e me abaixei para procurar o grampo. Eu tinha certeza dele ter sumido, simplesmente puff e ele não estar mais em meus dedos.

Desconfiada tiro o último grampo de meu cabelo, e ele cai em minhas costas.
Olho fixamente para o grampo e coloco minha mão em baixo caso caia.

Posiciono na fechadura. E eu vi ele sumir, novamente.

-Que... desgraça. -bufo irritada.

-Se algo está fechado é porque não deve ser aberto. -a voz masculina me assustou.
Devagar olho para trás. Ele está com uma blusa social branca e uma calça social preta. Em suas mãos tem os dois grampos.
Abri a boca para falar mas de lá não saiu nada.- alguma desculpa?

-Eu... sou curiosa. -sorri amarelo, e abaixei a cabeça me escondendo em meu cabelo. Um sorriso involuntário surgiu em meus lábios.

-Senhor Byun. -o chamei e ele ergueu a sobrancelha. -já está na hora do almoço?. -perguntei e ele negou.

-Ok... então eu... já vou. -as palavras saíram enroladas e eu passei rapidamente por ele, mas o mesmo pegou em meu braço me assustando.

-Não quero ver você novamente tentando abrir portas por aí. -ele sussurrou perto de mim, mentiria se eu dissesse que não me arrepiei. Se Ele não quisesse me ver não me procurasse, se convivesse comigo mais um pouco saberia que em uma semana eu teria rondado toda a casa. Ele colocou os grampos em minha mão. Me virei, coloquei os grampos na boca e andei tentando fazer o coque.
Achei as escadas e desci. Fui na direção contrária da sala de jantar.
Ele devia ter coisas mais pra fazer, então não devia vir atrás de mim. Eu pensava a toda hora o que ele fazia. Não tinha ideia.
Entrei em um corredor, o clima mudou, ficou tenso, eu não pensava em abrir nenhuma porta que estivesse trancada.
No fim do corredor tinha um grande quadro. Deduzi que era a foto ou pintura de Byun.

Andei mais rápido para chegar a foto. Olhei cada detalhe, como alguém pode ser tão absurdamente bonito? Até em uma pintura.
Bem no canto, palavras escritas em um chinês tradicional.

-Byun Baekhyun. -falei e sorri -nome bonito.

-Obrigado. -

-Caramba Byun que fetiche é esse de me assustar? -fiz um pergunta retórica com a mão no coração.

-Como você chegou aqui? -pergunta pacifista. Ele é tão calmo que da vontade de bater.

-Virando o corredor a direita da cozinha e depois dois a esquerda. -falei com um sorriso orgulhoso por ter boa memória .

-Mas só tem um corredor a esquerda depois do da direita. -ele fala e junta suas mãos atrás de seu corpo. Ele estava fazendo um jogo comigo?
Franzi o senho em sinal de confusão.

-Claro que não, eu estou aqui! Não brinque comigo. -sorri levemente.
Foi repentino o frio que se instalou ali naquela hora. Meu sorriso sumiu. Junto com a felicidade que fui juntando ao longo do dia.

-Baekhyun. Estou com medo. -falo me abaixando e abraçando meu corpo.

-Kyungsoo!! -a voz de Baekhyun soa brava e uma risada ecoa pelo corredor.

Unknown • /Onde histórias criam vida. Descubra agora