Fudeu!

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Alguém bate na porta.

-Larissa! Estava te procurando filha... -a mãe de Larissa bate na porta.

Rapidamente eu soltei ela e a olhei desesperada com os olhos arregalados. Ela me olhou com a mesma cara e ajeitou a roupa.
Eu fiz mimica para ela falar que estava cagando ou coisa do tipo para distrair a mãe dela.

-Mãe... Eu to com dor de barriga... -ela faz uma voz convincente.

-Quer um remédio? Alguma coisa? -ela pergunta preocupada.

-Não. Não precisa. Eu vou ficar bem. -Larissa fala, mas a mãe dela insiste.

-Larissa. Abre a porta, deixa eu entrar ai... -a mãe dela começa a ficar irritada.

-Mãeee... -ela resmunga fazendo sinal para eu me esconder.

Descobri que o banheiro é o pior lugar do mundo para se esconder... Mas me escondi no box e fiz um sinal para Larissa que ela estava toda borrada e ela tava tentando se limpar.

-Anda logo Larissa! Não me faça perder a paciência... -a mãe de Larissa fala impaciente.

-Ta mãe... -Larissa da descarga,  desabotoa o botão do short e abre a porta. -Fala...

A mãe de Larissa examina todo o banheiro como uma detetive. E não demorou muito para ela ver o batom espalhado pelo corpo da filha, o nervosismo de Larissa também e o principal, deixei meu celula em cima da pia do banheiro. Desde ai já tinha cagado tudo!

-Quem tá aqui com você? -a mãe dela logo pergunta e Larissa abaixa a cabeça já sabendo que ia dá merda.

Então como eu também ja sabia que ia dar merda, levantei e sai do box olhando para Larissa que só faltava no momento, chorar.

-Olha só! Eu não acredito nisso! -a mãe de Larissa brigava com ela que só faltava bater nela -Não foi essa educação que eu te dei! Adeus celula! Adeus mesada! Adeus sair com os amigos. Você ta de castigo e você também vai ver quando a gente chegar em casa! -ela só não gritava para não causar tumulto no churrasco.

-Senhora, por favor, se acalme. É tudo culpa minha... Fui eu que trouxe ela pra cá. Desculpa. -falo tentando aliviar o lado de Larissa.

-Você... A culpada é você mesmo! Minha filha nunca faria isso sem dedo podre de amiguinha ou seja lá o que você for... Meu Pai! Eu tô com nojo de vocês! -A mãe de Larissa não parava -Nunca mais ouse falar com a minha filha! Ta entendendo? Não quero você nem perto dela!

Larissa começou a chorar e a mãe dela deu uns dois tapas no braço dela que ficaram vermelho rápido. Eu só pedia para a senhora se acalmar e não fazer aquilo, mas se eu não respeitasse os mais velhos eu viraria a mão nela também, eu não tinha coragem. Mas depois daqueles tapas, vontade não me faltava...

Eu sai do banheiro depois de a mãe dela ter ameaçado me bater também, fui pra cozinha com uma cara de bunda terminar de comer minha salada e com a câmera frontal do meu celula fui vendo e tirando algumas marcas de batom do meu pescoço.
Eu ficava pensando o quanto seria bom se a mãe dela não tivesse atrapalhado, eu só imaginava...
Alguns minutos depois Larissa e sua mãe sairam do banheiro e Larissa foi pro quarto, a mãe dela voltou pro churrasco e ficou me observando lá de fora para ver se eu teria a audácia de sair dali. Eu apenas congelei e continuei me limpando enquanto comia a minha salada.
Mas como eu sou um pouco perturbada... Eu levantei e fui pro quarto quando ela se distraiu. Entrei e Larissa estava sentada na cama chorando.

-Desculpa... -eu falo logo assim que entro e ela me olha com os olhos inchados de tanto chorar.

-Não foi sua culpa... -ela fala e seca uma lágrima que cai.

-Se não fosse por mim você não tava nessa furada... -a olho.

-Fui eu que pedi... Você não tem culpa. Minha mãe que não aceita mesmo. -ela me olha.

Sento do lado dela na cama.

-Você beija muito bem, sabia? -a olho e sorrio.

-Você também, e pra completar tem uma pegada... Olha só, eu que quando vi você na escola pensei que era santinha... Toda quietinha, não falava com ninguém... Nunca pensei que fosse assim. -ela me olha sorrindo.

-E eu de cara me apaixonei nesse sorriso... -olho a boca dela -Droga... -desvio o olhar dela.

-O que houve? -ela pergunta depois de eu desviar o olhar.

-Eu to ficando maluca, eu não sou assim, eu sou do mundo! Eu não posso me apegar... -Ponho a mão na cabeça -Desculpa. Eu vou acabar te iludindo... E eu não quero isso, eu sei o quanto dói e não desejo isso para ninguém. -A olho e ela segura meu rosto.

-Como assim? Calma... -ela acaricia meu rosto.

-Eu sempre magoo as pessoas, porque tenho medo delas me machucarem antes. -ponho uma mão em sua perna e a olho -Não é uma coisa que eu escolhi... Eu só percebo quando já fiz, e também, eu não quero te machucar...

Ela naquele momento me abraçou e eu só retribui. Estava precisando daquele abraço... Depois de beijar tantas pessoas que eu nem conhecia e também alguns que eu não tinha nem trocado uma palavra, eu precisava de um abraço, ou melhor, do abraço dela.
Uns dois minutos de abraço nos olhamos e nos beijamos, sem nenhuma palavra, apenas um beijo calmo como uma despedida, simples.
Logo depois eu dei um beijo na bochecha dela e sai. Assim que passei pela porta e prometi pra mim mesma que esqueceria aquele final de semana, ou pelo menos tentar.

Deitei no sofá e lá fiquei mexendo no celula, só quando bateu a vontade de comer um doce que eu levantei, fui no armário e peguei o primeiro biscoito doce que eu vi, então voltei para o sofá, comi, deitei e acabei pegando no sono.

Quando Der Meia-NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora