Sexta-Feira

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Sexta feira, minha mãe foi viajar de novo, meu padrasto sumiu também e a sogra da minha mãe tinha levado o meu irmão, voltamos à estaca zero.
Eu queria sair hoje, eu estava estudando tanto que estava começando a ficar maluca! Não aguentava mais ver livros na minha frente, então decidi chamar Larissa para sair.

-Amor. -falei assim que ela atendeu o celular.

-Oi amor! A quem devo a honra da sua ligação? -ela riu.

-Vamos sair? Com o meu irmão. Pra qualquer lugar, shopping, praça, pizzaria, qualquer lugar! Eu quero sair de casa! -falei rápido e ela gargalhou.

-Vou perguntar pro meu pai. -te mando a resposta por mensagem.

-Ok. -falei e ela desligou.

Liguei para a sogra da minha mãe e mandei ajeitar a bolsa do meu irmão, que ele ia passar a noite comigo.
Aquela mulher me odiava com todas as forças dela, aquela crente maldita.
Não que eu odeie pessoas da igreja, eu só devolvo o desprezo que elas me dão por eu ser lésbica, só isso.

No começo ela falou não, mas aí eu gritei uns palavrões e falei algumas merdas até ela me responder que sim.
Eu adorava fazer a vida dela um inferno! Só porque ela fez todo mundo me odiar quando eu me assumi.
Ela ia provar do próprio veneno, e eu estaria ali, vendo ela se engasgar.

Larissa falou que o pai dela ia deixar se me visse, e eu falei que tava tranquilo. E que em meia hora estaria lá.

Estava frio, então, como sempre, eu coloquei uma calça, um coturno preto, um casaco fino branco e por fim, minha jaqueta de couro preta.
Eu amava esse look.
E o melhor, tinha chegado a minha encomenda, uma jaqueta de couro pro meu irmão, igual a minha, eu tava doida para ele experimentar.

Desci as escadas com o celular na mão e a jaqueta do meu irmão, indo em direção a chave da moto do meu padrasto, ela era maior, e eu estava com uma habilitação temporária, ia dá pra andar com ela, e se não desse, eu ligava para os amigos do meu pai para me liberarem.
Peguei dois capacetes e um menor para o Zac, e fui em destino a casa da bruxa.

Chegando lá ela estava arrumando ele ainda, então eu tive que ficar esperando no sofá, até que a minha meia prima veio correndo e pulou em cima de mim.
Eu sinceramente, tomei um baita susto. Eu estava mexendo no celular e não percebi quando ela entrou.

-Que saudade que eu tava de você! -ela me abraçou forte.

-Eu também estava! -retribui o abraço.

-Ah! Vem pra cá mais vezes! Vamos fazer igual quando você morava aqui, maratona de séries, comendo chocolate! Eu sinto saudade disso! -ela falou meio triste, sentada em meu colo.

-Eu vou tentar. Ok? -sorri e ela sorriu de volta.

-Gabriela, sai de cima dela agora! -a bruxa falou e ela saiu rapidamente.

Meu irmão quando me viu foi logo correndo para os meus braços, eu o abracei e o coloquei de volta no chão.

-Olha o que a sua irmã trouxe pra você! -falei sorrindo e mostrei a jaqueta. Ele adorava a minha jaqueta e falou que queria uma também assim que eu ganhei a minha, então eu decidi dar esse presente para ele.

-Tira vovó! -ele falou para a avó dele, tentando tirar o casaco. A mulher com uma cara de poucos amigos, tirou o casaco do menino e ele correu para o meu lado, para eu poder colocar a jaqueta nele.
Eu coloquei e ele ficou muito fofo. Realmente um playboyzinho, eu estava com vontade de aperta-lo!
A mulher me deu a bolsa e falou que ele teria que voltar inteiro no dia seguinte.
Eu concordei e fui falar com Gabriela.

Quando Der Meia-NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora