Papai

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Quando todos dormiram, eu fui para a varanda, meu irmão estava no meu quarto, então eu não queria perturba-lo. Antes dele entrar no quarto, acabei com o meu vidro de perfume para tirar aquele cheiro de cigarro que estava impregnado no quarto, mesmo eu não fumando mais. Sim, eu parei. Eu vi que isso não fazia sentido para a minha vida.
Lá no muro da varanda eu sentei e fiquei observando a linda vista das luzes da cidade naquela noite. Era 23:04 da noite, o céu estava lindo mesmo as luzes e fumaças da cidade o deixando escuro e sem brilho.
Meu celular anunciou que alguém tinha mandado mensagem e eu prontamente o peguei para ver quem era.

-Oii! Tô c/ sdd! Vc n fala mais cmg... -Era Larissa, eu ri ao ver a mensagem. Como aquela menina abreviava as palavras!

-Me desculpa. Eu só estou um pouco cheia de tudo, pra vc ver, eu não tô nem indo pra balada mais. -respondi.

-Qr te ver... Qr seus lábios... Qr vc. -Essa mensagem me deixou sedenta, agora eu que estava desejando ela. Já conseguia sentir seus lábios nos meus.

-Sua mãe está em casa? -perguntei.

-N, ela foi trabalhar, mas meu pai tá aqui... -o pai dela, esse cara não saia de casa. Ele não trabalha não? Essa era a minha dúvida de sempre, mas eu não ia perguntar. Isso não é da minha conta.

-Quando der meia-noite, vai pra janela do seu quarto, eu vou estar lá. -escrevi aquela mensagem sorrindo.

-Ok. -foi a última mensagem que eu vi dela antes de saltar do muro e ir pro meu quarto trocar de roupa.

Entrei no quarto na ponta do pé, meu irmão tinha um sono muito leve, então qualquer barulho ele acordava.
Coloquei uma blusa branca apertada no corpo e coloquei uma social de manga curta por cima, uma calça jeans preta com uma bota e peguei minha jaqueta de couro que minha mãe tinha me presenteado hoje.
Sai do quarto bem devagar, desci as escadas pegando a chave da moto, peguei um pote com salada de fruta pra ela, pois eu sabia que ela amava, e fui em disparada para a casa da mesma.
Já eram 23:50 da noite e eu estava no meio do caminho para a casa dela. Eu fui parada pela polícia que estava fazendo uma ronda pelo bairro e fui notificada por não está usando capacete, só não levei uma multa porque os policiais conheciam o meu pai.

Eu não ia conseguir chegar meia-noite em ponto, ela ia ficar uma fera... E pra piorar, começou a chover. Tudo estava começando a me irritar.
Cheguei na casa de Larissa era 00:18. As luzes estavam apagadas e a janela fechada, acho que ela acabou achando que eu não vinha.
Subi na janela dela, que foi uma tarefa bem difícil pois ela era um pouco alta e bati no vidro da janela.
Com uma mão eu segurava a salada de frutas e batia na janela e a outra eu me segurava. Eu estava toda molhada e ela não abria a janela.
Até que eu senti que tinha um buraco nas minhas costas quando eu ia pular da janela para o chão, eu cai para trás nesse buraco.
Ela abriu a janela! Mas eu cai.
Ela de imediato riu da minha cara de dor enquanto eu estava esparramada em seu tapete.

-Desculpa... -Ela fala secando algumas lágrimas em seu rosto, ela tinha chorado.

-Não... Tá tudo bem. -Me levantei -Você tava chorando? -perguntei preocupada.

-É... Você vai me achar boba, mas eu estava chorando porque eu pensei que você tinha me dado um bolo. -Ela falou envergonhada e eu sorri.

-Ei... Eu não te acho boba por isso, te acho fofa. -eu falei e ela sorriu.

-É que eu tô de TPM. -agora estava tudo explicado, mas eu ia gostar de cuidar dessa bebê hoje.

-Entendi. -Sorri e levantei o saco de salada de fruta -Trouxe pra você. -dei pra ela.

-O que é isso? -ela pegou o saco curiosa e abriu o pote -Ahh! Eu amo salada de frutas com chocolate! -ela falou animada.

-Você gosta de qualquer coisa que tiver chocolate Larissa... -falei rindo.

Quando Der Meia-NoiteOnde histórias criam vida. Descubra agora