❁ sixteen ❁

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Enquanto ajeito o casaco em meu corpo, desço as escadas correndo. Quando chego na cozinha, encontro minha mãe perto do fogão. Ela se espanta quando me vê.

— Já está acordada? – ela questiona intrigada, e checa a hora no relógio de pulso. – Ainda são seis e meia.

— Ah, a Maju me ligou, e quer que eu vá com ela até o hospital. – dou de ombros, e pego uma banana. Teria que matar minha fome, já que de jeito nenhum Maju iria esperar o café da manhã ficar pronto, e me esperar comer também.

— Hospital? O que vocês vão fazer lá? – ela pergunta, e noto uma ruga de preocupação em sua testa.

— Ah, um amigo do namorado dela está lá, e ela não quer ficar lá sozinha com os amigos dele. – digo, omitindo o fato de que Matthew bebeu até quase ter um coma alcoólico.

— O que aconteceu com ele? – minha progenitora se apóia na bancada da pia, e quando estou pronta para inventar uma desculpa qualquer, quando uma buzina soa lá fora.

— Hm, tenho que ir, mãe. Volto em mais ou menos uma hora. – digo, e saio apressadamente da cozinha. – Nos vemos depois! – grito quando já estou fechando a porta da sala.

Atravesso o jardim bem cuidado rapidamente, e fecho o portão atrás de mim, correndo até o carro de Aaron em seguida. Quando entro sinto a enorme diferença de temperatura.

— Ainda bem que você veio! – Maju exclama afobada, e solto uma risada nasal. – Tenho que te contar tudo o que aconteceu na festa!

— Na verdade, não aconteceu nada de novo. Só jovens bêbados​, pessoas se pegando, música alta, e muita gente dançando. – Aaron diz, e sorri antes de arrancar com o carro. – E bom dia, Evie.

— Bom dia, Aaron. – digo retribuindo o sorriso. – E você, sua louca, nem ouse me acordar mais as cinco e pouco da manhã, okay? – digo para Maju, que apenas dá de ombros, sorrindo convencida. – Idiota.

— Pense pelo lado bom, pelo menos você vai ter mais tempo para conversar com o seu amiguinho, já que acordou cedo. – ela alfineta, e eu reviro os olhos, colocando um dos fones no ouvido. – E nem adianta fazer essa cara de tacho, porque eu sei que você gasta quase 99% do seu tempo falando com ele.

— Você é minha sombra ou o que? Não tem como saber se eu falo com ele quando não estamos juntas. – digo, já sentindo que provavelmente ela tirou o dia para me irritar.

Minha relação com Maju era assim. Ela tinha o poder de me deixar muito puta, e eu fazia o mesmo com ela. Mas apesar disso, nós quase nunca brigamos – se você não contar as discussões de cinco minutos, que sempre acabavam em gargalhadas.

— Eu instalei várias câmeras na sua casa, Evie. – ela zomba, e dou risada.

— Idiota. – murmuro, e dou um peteleco​ em sua cabeça.

O resto do caminho vamos conversando sobre coisas aleatórias, e quando percebo Aaron já está entrando no estacionamento do hospital. Por conta de minha mãe ser médica e trabalhar aqui, já estou familiarizada com o ambiente, e algumas enfermeiras até me conhecem.

Sigo Maju e Aaron – que estão de mãos dadas sendo o casal vinte do ano – até a sala de espera, e quando chegamos lá, encontro mais ou menos uns trinta e cinco garotos.

𝐝𝐫𝐮𝐧𝐤 ❀ 𝐦.𝐞𝐬𝐩𝐢𝐧𝐨𝐬𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora