m a t t h e w
Parei no meio do caminho, sem saber ao certo se eu estava alucinando, ou se a figura de Evie para em frente a minha casa era real mesmo. Ela estava com a mesma roupa de ontem, e abraçava a si mesma. Provavelmente a jaqueta jeans não era o suficiente para a proteger do vento frio matinal.
Engoli em seco, e continuei caminhando, até parar exatamente atrás de Evie. Nem precisei dizer nada, pois a mesma percebeu minha presença, e se virou de frente para mim. Nossos olhares se conectaram, e senti como se um peso enorme estivesse saindo dos meus ombros. Independente do que acontecesse daqui pra frente, eu não precisaria fingir ser outra pessoa.
Agora eu entendia o real significado de alívio.
— Oi. – ela diz, e abre um sorriso pequeno. – Eu tinha quase cem por cento de certeza que você não estava em casa. Sorte a minha que não tentei tocar a campainha, e resolvi seguir o meu... Instinto? – dou risada, e enfio as mãos no bolso do meu jeans. – Será que a gente pode conversar?
— Hm, claro. Tem uma cafeteria aqui perto, a gente pode ir lá, se você quiser. – digo, e ela balança a cabeça afirmativamente.
Nos pomos a caminhar, e começo a tentar prestar atenção em tudo, menos em Evie. O fato é que eu não estava nem um pouco preparado para ter essa conversa. Eu nunca tinha conversado abertamente com alguém sobre meus sentimentos pessoalmente, e isso estava prestes a acontecer, acho. A única coisa que eu consiga sentir era pavor.
Quando chegamos na cafeteria depois de um enorme silêncio desagradável, fizemos nossos pedidos, que chegaram depois de mais ou menos cinco minutos.
Dou um gole em meu chocolate quente, enquanto observo Evie mexer nas suas unhas.
— Então... Como foi a festa? – ela pergunta.
Uma merda, penso em responder, mas seguro minha língua, e dou de ombros.
— Acho que foi boa.
Ela balança a cabeça em concordância, e mais uma vez ficamos em silêncio. Evie se abaixa, e meu cenho se franze em confusão.
— Eu... Fiquei com o seu celular. Desculpa sair correndo da festa ao invés de agir como uma pessoa normal, e conversar com você. – ela ri sem humor, e me entrega o aparelho. – Eu fiquei meio histérica, talvez. Não sei lidar direito comigo mesma. – ela encolhe os ombros.
— Não era para as coisas serem assim. – solto um pigarro estranho, e ela ri. – Eu até tentei preparar alguma coisa, mas a gente estava em um casa lotada de adolescentes bêbados... Enfim. Mas não era pra você descobrir desse jeito. Acho que acabou um pouco com a magia "da coisa". – faço aspas imaginárias com os dedos.
— Não, não. Na verdade, não. Quero dizer, eu não esperava muita coisa. – Evie diz, e finjo estar ofendido. – Ai, como eu vou explicar isso? Eu só queria que a gente pudesse conversar, ou sei lá. - ela dá de ombros, e suspira.
— Desculpa te decepcionar em todos os sentidos. – encolho os ombros, e Evie coloca sua mão sobre a minha. Meu coração acelera um pouco, e tenho vontade de dar um murro em minha própria cara.
— Você não me... Okay, na verdade eu me decepcionei um pouquinho. Eu estava te idealizando demais, Matt. Quando eu descobri que você era o Alien, só conseguia pensar em quão ruim isso era. – okay. Um tapa na cara doeria menos. – Mas agora que eu estou mais calma, isso me parece bom, até.
Ela sorri, e morde o lábio inferior. Suspiro.
Eu estou tão fodidamente apaixonado.
— Isso é algo bom...? – pergunto, e ela ri.
— Acho que sim.
Balanço a cabeça em afirmação, e termino de beber meu chocolate quente. Evie apóia o rosto na palma da mão, e fica me observando por um tempo. Imito seu gesto, e ela sorri.
— Erin ficou com o Taylor. – ela comenta, e gargalho alto.
— Eu sempre soube que havia alguma coisa entre os dois.
— Ódio e amor andam lado a lado, não é? – concordo, e dou mais um gole em minha bebida.
Terminamos nosso café - que na verdade era chocolate quente -, e me ofereço para levar Evie até a casa de Luke, namorado da sua mãe. [n/a: gente, não sei se vai ficar confuso, but a Evie vai pra casa do Luke porque a mãe dela tá lá, ok?]
— Não é muito longe, acho. Você não precisa ir, se não quiser.
— Mas eu quero. – digo, e ela morde o lábio inferior.
— Okay.
O caminho todo fomos conversando sobre trivialidades. Eu tentava evitar falar sobre qualquer coisa que envolvesse nós dois, porque não sabia exatamente o que dizer. Tinha que chamá-la para sair? Perguntar se ela ainda estava interessada em mim?
Tudo que eu menos queria era levar um fora.
— Chegamos. – Evie diz assim que paramos em frente a uma casa com a fachada branca, com detalhes de madeira marrom. Notei que tinha alguém na varanda, mas não deu pra ver direito, já que a pessoa logo entrou para dentro. – É isso.
— Hmm, nos vemos segunda na escola? – coço a nuca, e ela sorri.
— Claro.
Ficamos nos encarando por um tempo. Já estava prestes a ir embora quando Evie se aproximou, e me abraçou. Demorou um pouco até eu entender o que estava acontecendo, e envolver a cintura dela com meus braços. Sorri com a nossa diferença de altura.
— Durma um pouco quando chegar em casa. Essas olheiras não combinam com você. – ela diz, e dou risada. Nos separamos, e Evie sorri.
— Até.
— Até. – observo ela entrar, e sumir dentro da casa após fechar a porta.
Fico mais uns segundos alí, tentando processar que isso tinha acontecido.
Eu estava mesmo fodidamente apaixonado.
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𝐝𝐫𝐮𝐧𝐤 ❀ 𝐦.𝐞𝐬𝐩𝐢𝐧𝐨𝐬𝐚
Fanfiction[hiatus] ❝eu estou bêbado, evie. bêbado de amor por você.❞ matthew espinosa fanfiction. copyrighted © 2017, magconudez. cover by @bwbepoetry. ˚₊· ͟͟͞͞➳ melhor posição no ranking: #51 em fanfic. 23 de janeiro, 2018.