𝐝𝐫𝐮𝐧𝐤 ❀ 𝐦.𝐞𝐬𝐩𝐢𝐧𝐨𝐬𝐚

❁ eighty-six ❁

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— Você tem que admitir que eu tenho um gosto para milk shake melhor do que o seu. – Matthew disse. Tive que me forçar a engolir o milk shake de banana que estava tomando, para não cuspir nele. A vontade de rir foi inevitável.

— Só se for lá na Rússia. – digo, e reviro os olhos. Ele ri, e dá de ombros.

— Banana é infinitamente melhor que céu azul.

— Nunca. – digo, enquanto brinco distraidamente com o canudo do meu copo. – Mas de qualquer forma, é bom que pelo menos por enquanto, meu principal problema seja fazer você aceitar que céu azul é o melhor sabor de sorvete. – consequentemente de milk shake, completei mentalmente.

Matthew e eu começamos a passar bastante tempo juntos. As vezes ele tentava me ajudar com o dever de química; em outros momentos apenas saímos e jogávamos conversa fora. Hoje era um desses dias. Fazia pouco mais de uma hora que nossas aulas tinham acabado, e ele me chamou para fazer um intercâmbio de gostos. Provavelmente ele tinha inventado isso recentemente, mas a ideia era legal: cada um provar a bebida (ou comida) que cada um mais gostasse. Começamos por uma sorveteria gourmet que tinha perto do colégio. O sabor de milk shake favorito de Matt era banana, e o meu, céu azul.

— Principal problema? – ele pergunta, e franze o cenho. Suspiro.

Estamos no início de setembro, e isso quer dizer que daqui há uns meses, as aulas iriam acabar. Consequentemente o vestibular estava se aproximando, e eu não fazia ideia de qual curso escolheria para fazer na faculdade. Ainda faltava bastante tempo, eu acho, mas minha mãe tinha começado a tocar nesse assunto com bastante frequência. E como se não bastasse, eu ainda tentava entender minha relação com Matt. Éramos amigos, mas apesar disso, eu gostava dele. Só que ao mesmo tempo era difícil me fazer entender que Matthew e o Alien são a mesma pessoa.

Matt era o cara que sempre enchia a cara nas festas, ficava com várias garotas, e que eu tentava manter distância. Já o Alien era quem conversava sobre Ariana Grande comigo, e dizia coisas fofas. Eles são a mesma pessoa, mas parece que não.

Percebi que estava demorando demais para responder, e abri um sorriso amarelo.

— Não sei o que quero cursar ainda.

— Ah. – ele morde o lábio inferior, e tento não ficar encarando muito. – Mas ainda tem tempo para você decidir.

— Eu sei. Mas minha mãe tem conversado comigo sobre isso. Acho que ela quer que eu faça medicina, mas eu não sei quase nada sobre a profissão, e tenho certeza de que não me interessaria. – dou de ombros, um pouco frustrada. – E não tem nada que eu queira fazer de verdade. Talvez vender artesanato hippie na praia, mas isso deve estar fora de cogitação.

Matthew ri um pouco, e apóia os cotovelos na mesa, ficando com o corpo inclinado um pouco para frente.

— Não seja tão dura consigo mesma. Você não tem obrigação nenhuma de entrar em uma universidade agora. As vezes você pode acabar tomando decisões precipitadas, sei lá.

— Obrigada. – sorrio, e entrelaço meus dedos nos de Matt. – E você? Já sabe o que quer cursar?

— Teatro. Sempre quis atuar. Deve ser incrível dar vida a um personagem. – ele sorri, e percebo um brilho que nunca tinha visto em seus olhos antes.

Será que eu ficava assim quando olhava pra uma pizza?

Afastei o pensamento, e soltei nossas mãos para arrumar meu cabelo. Termino meu milk shake, e me recosto confortavelmente no banco estofado.

— Vai ter uma festa sábado. Hazel Stanley. Já ouviu falar dela? – ele pergunta, e apenas balanço a cabeça em negação. Matt não parece surpreso. – Ela é líder de torcida. A festa vai ser em comemoração ao aniversário de dezessete anos dela.

— Hmm. – murmuro, meio desinteressada.

— A gente podia ir, se você quiser. Ou a gente podia fazer outra coisa... – ele dá de ombros.

— Acho melhor descartamos a opção festa. Mas se você quiser fazer outra coisa, eu topo. – digo, empolgada. Ele relaxa os ombros, e então começa a batucar os dedos no tampo da mesa, pensativo.

Eu gosto de sair com Matt. Apesar da conversa pouco esclarecedora que tivemos, eu sentia que não havia necessidade de conversamos sobre isso. Pelo menos não agora.

O tempo passou mais rápido do que eu gostaria, e logo eu já estava em casa. Matt disse que já sabia exatamente onde iríamos no próximo final de semana, mas não quis revelar mais que isso. Maju quis saber como tinha sido nosso “encontro”, e ficou desapontada ao ver que as coisas não estavam progredindo lentamente ainda.

Apesar disso, não me importei muito. Provavelmente não poderia fugir do que sentia por ele para sempre, mas gostava do que eu e Matt tínhamos.

Por ora, isso bastava.

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VOCÊS GOSTARAM DO CAPÍTULO????

o que vocês querem cursar (na faculdade)?

GENTE, DRUNK JÁ TÁ COM 60K!!!!!!! OBRIGADA POR LEREM, EU AMO VCS PORRAAAAAAAAAAAA