❁ sixty-seven ❁

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Suspirei, desanimada, e encarei minhas unhas recém pintadas por Erin. Enquanto Maju fazia uma trança boxeadora em meu cabelo, Luna pedia pizza não muito longe de mim; Melanie procurava alguma coisa no meu guarda roupa, e Arabella mexia na minha maleta de maquiagem.

Elas tinham decidido que seria uma boa ideia me fazerem companhia. Eu não recusei, mas me senti mal por prenderem elas aqui. Meu humor não está um dos melhores, e parece que vai continuar assim por uns dias.

Bom, pelo menos até eu parar de sofrer por macho, penso, e comprimo os lábios em uma linha fina.

— A gente podia ir tomar um sorvete. – Bonnie sugere, me livrando de meus pensamentos. Ela para ao lado de Melanie, e observa o vestido que a mesma segura. – Ou ir em um restaurante. É só cancelar a pizza.

— Se for restaurante japonês, eu tô fora. – Ellie diz, e se joga em minha cadeira giratória. – Tô enjoada já.

— Comida italiana? – Izzy sugere, e dá de ombros quando Ellie nega com a cabeça freneticamente.

— Eu realmente estou muito grata por vocês terem vindo ficar comigo. Sério, isso tá sendo muito legal da parte de vocês. – começo, atraindo atenção das meninas para mim. – Mas eu realmente quero ficar em casa, sabe? Se vocês quiserem, podem ir, mas eu vou ficar aqui comendo pizza e assistindo um filme.

— A gente pode ficar falando mal do “Alien”, se você quiser. – Anne diz. – Se você quiser, a gente faz até um burn book.

Sim! – Skyllar concorda, e bate palminhas, animada.

— Quando vocês vão aprender a parar de falar mal uma das outras? – Arabella se vira para nós, e cruza os braços. – Nós, mulheres, devemos nos unir, e não fazer isso. Até parece que vocês assistiram Mean Girls errado, e não entenderam qual a real mensagem do filme.

— Concordo com a Arabella. – Nina diz, e sorri. – Rivalidade entre mulheres é totalmente idiota. Cadê o empoderamento, gente?

— Que orgulho de vocês. – comento, rindo. – Criei assim mesmo.

— Okay. Depois a gente aprende mais sobre  feminismo e empoderamento.  Mas mudando de assunto... – Alisson diz, e levanta os olhos da revista que estava folheando. – Já que a gente está aqui, podemos fingir que estamos em um filme americano, e fazer aquelas coisas que as garotas sempre fazem em festas de pijamas.

— Nós já estamos fazendo isso, tecnicamente. – Maju diz, e solta uma risada nasalada. – Isso é legal, e me faz sentir como uma pessoa normal. Rimou!

— Ah, claro. Como se você fosse uma pessoa super anormal. – Erin debocha. – Oh, coitada. Olhem essa pobre garota!

— Vocês não entenderam o que eu quis dizer. Talvez normal não seja a palavra certa. Parece que os problemas somem quando eu passo um tempo com vocês. Talvez eu pare de pensar um pouco, e passe a curtir o momento. – Maju suspira, e percebo que ela está sendo sincera. – As vezes parece que tudo vai dar errado, sabe? Há alguns as coisas não estão como antes. Meu relacionamento com Aaron parece desgastado, meu rendimento escolar caiu muito, e parece tudo que eu tento fazer para melhorar isso, é em vão.

Ficamos em silêncio. Maju se senta ao meu lado, e a puxo para um abraço lateral. A verdade, é que todo mundo está passando por alguma coisa desagradável. Tudo nessa fase da vida parece ter uma proporção maior, e nós dramatizamos bastante as coisas. Só que agora, nós temos problemas de adolescentes, – tipo brigar com o namorado, a espinha enorme que apareceu na sua testa em um dia importante, os pais que as vezes nos proíbem de sair de casa... – e daqui uns anos, vamos ter problemas de adulto: pagar contas, trabalhar, se lembrar de ir no mercado.

E nós vamos fazer as mesmas coisas que fazemos agora, na adolescência: pintar esses problemas como um monstro de sete cabeças.

— Acho que é só uma fase. – digo. – Tipo, a gente vai passar por coisa pior ainda, né? Mas não vai ser ruim pra sempre. Uma hora a gente vai ficar bem. – dou de ombros.

— Seria clichê se eu dissesse que é um dia ruim, não uma vida ruim? – Anna pergunta retoricamente, e nós rimos.

— Tá mais pra ano ruim. – Nina diz, e concordo com ela.

— Como você está com essa coisa toda de traição e tudo mais? – Bonnie pergunta, e se senta no chão, perto de mim, Maju e Erin. Mordo a parte interna da minha bochecha, enquanto penso em uma resposta.

— Eu não acho que tenha sido traição; eu e ele nem namoramos. – digo, e ela balança a cabeça em concordância. – Eu fiquei triste e tudo mais, porque eu depositei minha confiança nele, de certa forma. Me abri com ele sobre meus sentimentos, e posso estar sendo motivo de piadas nesse exato momento. – suspiro, e massageio minha têmpora esquerda. Tinha pensado bastante sobre isso já, e estava ficando um pouco irritada. As vezes seria bom se a gente conseguisse desligar o nosso cérebro, como uma televisão, que têm um botão de liga e desliga, ou um controle. – Uma parte de mim quer bloquear ele da minha vida, mas a outra ainda quer conhecê-lo.

— Isso é bom. – Erin diz, e aperta meu ombro. – Ele foi um cretino, mas tenho certeza de que gosta de você de verdade

— E provavelmente já está arrependido. – Maju acrescenta. – Dê um tempo á ele, Evie.

— Se alguém aqui precisa de um tempo, esse alguém é a Evie. – Arabella diz. – Quer dizer, ela disse que não se sentia ela mesma fazia um tempo. Talvez essa relação esteja ficando tóxica, ou...

— Não é esse problema. – a interrompo. Me jogo de costas na cama, e fecho os olhos. – É que isso é meio novo pra mim. Todo crush que eu tive, foi sempre platônico. E agora, de uma hora para outra, tem uma pessoa me mandando mensagens, dizendo que gosta de mim. E eu também gosto dessa pessoa. Essa reciprocidade me deixa confusa, e as vezes eu não consigo parar de pensar que algo vai dar errado. – me sento na cama novamente, e olho para elas. – Eu não quero me machucar. Vocês me entendem?

— É claro que sim. – Luna diz suavemente, e se senta de frente para mim. Entrelaço nossos dedos, e ela sorri. – Independente do que acontecer, nós vamos estar aqui por você. Pode contar sempre com a gente. O que tiver ao nosso alcance, vamos fazer para ajudá-la.

— Isso inclui roubar celulares e colocar fogo nas coisas. – Arabella diz, fingindo seriedade.

— Independente de qualquer coisa? – pergunto, e nós sorrimos.

Qualquer coisa. – Maju assegura, e apoio minha cabeça em seu ombro.

Ficamos até às cinco da manhã vendo filmes, e as meninas só foram embora quando eu jurei estar recuperada de toda a situação estilo dramalhão mexicano.

Quando entrei para dentro de casa, me apoiei na porta, e sorri, feliz por saber que se tudo desse errado, pelo menos eu poderia contar com elas.

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OIEWOEIEIDO

tudo bem com vocês?

aaaaaaaaaa, gente, acho que esse é um dos meus capítulos favs até agora. acho mt importante falar sobre amizade, pq né, quem segura a gente nessa desgraça de vida são nossx migx

! me contem como é a relação de vocês com seus amigos, vamos interagirrrrr !

ah, eu já tava quase esquecendo, rs. essa semana começam minhas provas (elas vão até semana que vem), e eu vou ter que me matar de estudar, então não vou atualizar a fic *crying*
provavelmente eu vou atualizar só em dezembro (o que nem vai demorar mt, pq a gente tá praticamente no final de novembro né?), mAS EU VOU FAZER UMA FUCKING MARATONA ASSIM QUE O SUPLÍCIO ACABAR

mas gente, falando sério agora. obrigada por lerem a fic, aguentarem os dramas de mavie e minha chatice interminável. vocês são incríveis p porra, e se drunk chegou onde chegou, foi graças a cada de vocês ♡

agora deixa eu parar de enrolação, rs

stay safe, tia amanda ama vcs ♡

𝐝𝐫𝐮𝐧𝐤 ❀ 𝐦.𝐞𝐬𝐩𝐢𝐧𝐨𝐬𝐚Onde histórias criam vida. Descubra agora