Capítulo 3

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— Aí, acho que seu amigo feioso está acordando!

— Nossa... ai... putz, Minora, tem algum remédio para dor de cabeça aí? Tá... ruim... a coisa...

— Calma, Erak. Já vamos cuidar de você, tudo bem?

E de calma, aquela criatura entendia perfeitamente. Nunca soube que tipo de recursos ou aparelhos a ordem Jedi disponibilizava para essa galera, mas eles eram muito bons. Depois da rendição, Minora usou aquele truque magnético para recolocar as mesas no lugar e nos "convidou" a sentar. Sentei ao lado do Niyv e o bichano se acomodou à nossa frente.

— Espero que fiquem em paz. Vou ali cuidar do Erak e já volto. – disse a magrela, estendendo os braços compridos e tocando na minha cabeça e na do Niyv. Devia ser uma dessas coisas de Jedi.

Quando ela disse "paz", não imaginei que seria algo tão literal. "Grande Sarlacc, o que aconteceu aqui?" Perguntei para mim mesmo, embasbacado. Ao nos tocar enquanto falava, ao menos eu fui tomado por uma tranquilidade e um sossego que não experimentava há décadas.

Normalmente eu odeio silêncio e não suporto ser sociável. Quando se está em constante estado de alerta, o silêncio parece perturbador, ninguém ao redor é confiável e manter a mente ocupada é manter a calma. Parece uma sensação falsa de segurança, mas o que é verdadeiro para nós, afinal? No fundo, nossas mentes gostam de ser enganadas. No entanto, naquele instante, tudo parecia sereno. Não havia preocupações, nada mais importava. Tudo finalmente estava bem.

O tal Erak esquisitão foi posto sentado na nossa frente também. Por fim, Minora tomou seu lugar entre os dois Jedi.

— Ok, meninos! Podem começar a contar o que aconteceu.

— Espera, e esses dois aí? Estão vivos por quê?

— Eles resolveram cooperar conosco enquanto você dormia. Sugiro aos dois que voltem ao começo da história.

E lá fui eu de novo...

— Bom, eu sou Shizo Katarn e esse é meu companheiro Niyv. Trabalhamos como mercenários já tem um tempo. Talvez não tenha ouvido falar de nós porque normalmente costumamos rastrear e adulterar nossos registros. A verdade é que, mais cedo, nosso sinal foi interceptado por um cara esquisito que nos ofereceu um belo dinheiro por um artefato misterioso que ele descreveu apenas como um cubo.

— Calma lá, você disse um cubo? – Interrompeu o Kel-Dor.

— Sim, um cubo. Sabe, um cubo? – retrucou Niyv, gesticulando. – Seis faces planas e tal...

— Pessoas, vocês podem me explicar o que está acontecendo aqui? – Interveio Hachi.

— E por que vocês abordaram o coitado do Hachi, posso saber?

— É que, quando entramos no prédio, o localizador indicava que o alvo que nosso contato enviou estava aqui, nessa lanchonete. Quando chegamos, esse bicho peludo estava quase dormindo no banco de tanto tédio.

— Pelo visto, aquela ideia de deixarmos um cubo falso com o Hachi valeu a pena, Minora.

— E pelo visto algum lorde Sith entrou em contato com esses dois para virem atrás de nós. Muito provável que aqueles aprendizes que vieram aqui tenham nos interceptado e invadido o prédio para garantir que o holocron seria dele.

— Como é que é, minha senhora? Rolo de que? — Perguntei, sem saber se havia entendido bem a palavra.

— Olha, Shizo... aqui não é o lugar mais apropriado para falarmos disso. E vocês têm uma informação valiosa aí. Acho melhor vocês virem com a gente até o templo Jedi e ajudarem a explicar tudo isso para o conselho — ponderou Erak.

Star Wars - O Esquadrão AmareloOnde histórias criam vida. Descubra agora