Me lembro de certas histórias para assustar crianças que os fazendeiros em Tatooine contavam lá e cá. Histórias sobre seres translúcidos providos de uma luz própria azulada que vagavam pelo deserto. Alguns afirmavam que esses seres eram pessoas mortas que vinham prestar com quem ainda estava vivo a respeito de sua própria morte.
Não me recordo de ter matado ninguém em toda minha vida. Sim, eu ando armado, só que meus tiros costumam ser de aviso, nada letal. Quanto aos Jedi, não posso afirmar o mesmo. Seria esse o espírito de alguma guerreira morta indiscriminadamente por esses energúmenos sem coração? Tá, posso estar pegando pesado e, na verdade, a fantasma era de alguma vilã galáctica que veio atrás de vingança...
Bom, acho melhor contar o que aconteceu de uma vez, não é mesmo? Onde foi que eu parei... Lembrei! O fantasma daquela mulher veio nos interrogar:
— Vocês são Jedi, não são?
— Não, não somos! Estamos apenas...
"Zuom"
EU IRIA DIZER que éramos apenas exploradores perdidos patrulhando o templo. Daí fui interrompido pelo barulho dos sabres de luz do Erak. Aparentemente ele não estava com cara de bons amigos depois de ter passado raiva nas armadilhas do lugar.
Ouvi o barulho, olhei para trás e lá estava ele em posição de combate. Daí eu te pergunto: como se luta com uma criatura que, em teoria, não é tangível?
— Sim, Jedi! E, se não sair da nossa frente, você vai morrer de novo!
A primeira reação no rosto dela foi uma cara de estranhamento. Mas logo pareceu aliviada e animada com a nossa presença. Imagino. Deve ser um pouco solitário ser um fantasma vivendo em um planeta que não existe e morar em uma casa caindo de velha.
— Puxa, nunca achei que algum Jedi fosse capaz de chegar a este ponto da galáxia, em um planeta que sequer existe nos mapas. De verdade, estou feliz por terem chegado até aqui.
— Tá bom, minha querida. E você, quem é? — Perguntou Haquim, intrigada.
— Eu? Ah, onde estão meus modos? Permita que eu me apresente: meu nome é Jasper! Eu estou aqui faz um tempo, aprisionada neste lugar, de castigo. Longa história, sabe? Caras maus espalhados por aí, daí a gente tenta resolve as coisas e, como agradecimento, ganhamos a morte e o castigo dos caras maus. Daí eu fiquei por aqui.
— Ai, que triste! — Exclamou Minora. — Poxa, se eu pudesse, eu te ajudaria a sair daqui.
Eu olhei para trás e prestei atenção no rosto da Haquim. Havia um ar de desconfiança em seu semblante. Imagino que sua mente sequer estivesse ali, presente conosco.
— Mas e aí, dona fantasma! Muito legal toda essa história, só que, como te falei, a gente tá meio perdidinho aqui, sabe? Como é que se sai daqui dessa sala? — Perguntei.
— Espera, deixa eu ver...
A fantasma veio até o chão, deu uns dois passos e encostou a mão na minha testa. Durante um tempo, não consegui fazer mais nada além de admirar sua silhueta: um corpo feminino bem torneado, de cabelos bem compridos. Obviamente não dá para se observar muito de um espectro azulado; mas, se pudesse arriscar, posso dizer que talvez fosse uma daquelas humanas de pele morena e feições bem marcantes.
— Já entendi! Vocês estão atrás da pecinha que está presente no núcleo desse planeta! Bom, nesse caso, o caminho a seguir está atrás daquele sarcófago. Eu até os ajudaria a chegar lá, o problema é que esse artefato é tão protegido que nem eu mesmo consigo acessá-lo.
— O negócio é tão forte assim a ponto de nem você chegar perto? — Perguntou Erak, espantado.
A mulher fantasma fechou o semblante, suspirou e disse:
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Star Wars - O Esquadrão Amarelo
Fiksi PenggemarEsta é a grande era dos heróis da Velha República. Em uma época em que a Força nunca esteve tão presente na galáxia, dois grandes grupos brigam para impor sua ideologia e manter, à sua maneira, o equilíbrio e restaurar a ordem através das estrelas...