Star Wars - O Esquadrão Amarelo

Capítulo 8

— Então vocês são os investigadores que vieram nos ajudar a solucionar o mistério dos empregados desaparecidos da empresa? Me desculpem o transtorno, só que quando fui comunicado da visita, a informação é de que seriam apenas quatro pessoas. — Indagou o chefe de setor. 

— Nós é que pedimos desculpas, trouxemos um técnico e um segurança pra verificar as imagens que o circuito de monitoramento capturou durante esse tempo. Imagino que os registros ainda estão salvos, certo? — Perguntou Erak. O técnico e o "segurança" nesse caso eram, respectivamente, eu e o Niyv. 

— Essa parte não é comigo, mas eu os acompanho até o departamento de segurança patrimonial, lá eles saberão te responder. 

Bom, depois do grude ruim na cantina da fábrica, ficamos esperando de molho na recepção da empresa até sermos recebidos pelo líder de manutenção. As caldeiras funcionavam sem intervenção externa, de modo que os únicos habilitados a operar eram justamente os mantenedores da fábrica. 

Atravessamos uma porta de metal e entramos em um corredor completamente branco com hologramas expositivos dos objetos manufaturados naquela indústria: grandes pedaços da fuselagem de naves de combate, carcaças de hiperpropulsores, canhões de íons, painéis de comando, etc. Apenas carcaça e metal para veículos de grande porte. 

Ao fim, cruzamos uma outra porta de metal e viramos à direita para um novo corredor, dessa vez com um aspecto mais acinzentado e com três portas: uma a nossa frente dava acesso às linhas de produção em si, a da esquerda era a sala da segurança patrimonial. O que havia na porta da esquerda, eu nunca soube. 

A segurança patrimonial me dava uma sensação de frio só pelo aspecto das luzes muito brancas, e paredes mais brancas davam um aspecto de que a sala era muito maior do que seu tamanho real. A sala continha poucos móveis e aparelhos. Na parede oposta à porta ficavam Três conjuntos de nove monitores cada, um conjunto no meio e os outros colocados à direita e à esquerda 45 graus em relação ao conjunto central, com dois droides observando atentamente cada um desse grupo de nove monitores. 

Nas paredes laterais, os mainframes iam quase até o teto com suas luzes piscando em uma aleatoriedade psicodélica que me deixou perplexo por um momento e tonto em outro.

Os discos de memória para back-up ficavam em slots embutidos na parede da porta, devidamente identificados, era lindo. Um tipo de eficiência e organização que apenas uma empresa nas mãos da república pode contar. E sim, por mais que eu tenha minhas críticas, dou meus quatro braços a torcer que em matéria de organização, as instituições públicas funcionavam muito bem.  

Enquanto caminhávamos por aquele ambiente quase hospitalar, o líder da manutenção se encarregou de nos dar mais detalhes do que supostamente estava ocorrendo: 

— Ninguém sabe explicar exatamente o que acontece de verdade. A segurança só alardeou que os desaparecimentos estavam ocorrendo dentro da própria fábrica quando notaram um padrão nas imagens em cada caso. Mesmo assim, a princípio pensávamos se tratar de abandono de emprego ou até mesmo de sequestro. Mandamos vasculhar o perímetro, enviamos uma notificação para o Senado para que uma busca fosse feita nas demais cidades do planeta, só que tudo isso não deu em nada. 

— Quando você diz dentro da própria fábrica, quer dizer o que especificamente? —Perguntou Erak. 

— Esperamos a resposta do Senado sobre os resultados das buscas, para depois divulgar o que vimos. Cada vez que alguém sumia, havia uma mancha preta na tela, depois a imagem ficava cheia de estática e por fim voltava ao normal, e o empregado havia sumido. 

— Credo gente, que horror! Alguém fez vistoria nessas câmeras? — Questionou Haquim. 

— Levou um tempo até conseguirmos inspecionar, porque ninguém queria entrar lá. Os rapazes da vigilância retiraram a câmera para inspeção, só que não encontraram nenhuma anormalidade. Ainda assim, os desaparecimentos persistiam, debaixo do nosso nariz. Perdemos cinco funcionários ao todo.