Capítulo 11

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— Péssima hora para brincadeira, Erak! SE SEGURA TODO MUNDO! — Gritou Minora, voltando imediatamente para o cockpit da nave para se desvencilhar dos asteroides que compunham o cinturão onde havíamos caído.

Normalmente campos de asteroides são fáceis de navegar, existe um espaço bom entre eles. Entretanto, pela galáxia, existem alguns aglomerados cuja proximidade de uma pedra para a outra torna a navegação quase impossível, e sair acelerando ao máximo pode ser suicídio. Por esse ponto de vista, sair exatamente ali foi uma sorte, já que isso me deu uma chance de concentrar toda a potência da nave para os motores e mover parte da energia para os canhões. O risco de explodirmos persistia, só que agora garantimos um pouco mais de tempo. Mas quanto?

— Haquim! Os canhões estão funcionando, volta pra lá e tenta pulverizar alguma dessas pedras pra abrir caminho!

A nave voava sem uma direção definida, fazendo zigue-zague e manobras malucas para escapar das grandes rochas que colidiam entre si e, com o impacto, mudavam abruptamente de direção e vinham para cima de nós. Em condições assim era muito complicado acertar alguma coisa. Nesses momentos, não existe cético no espaço, e a pessoa se agarra a qualquer coisa que lhe dê esperança. Para mim, foi acreditar que toda essa coisa de Jedi e Força fosse de verdade. E por algum momento, ela foi. E, claro, teve suas consequências.

Enquanto os lasers verdes iam e vinham pelo vácuo do espaço sem uma direção precisa, Haquim conseguiu alvejar alguns bem grandes em franca rota de colisão, abrindo um caminho seguro em linha reta para sair desse cinturão que parecia interminável. Tudo ia bem até um deles, ao ser atingido, espalhar pedacinhos de pedra em varias direções diferentes, e uma dessas direções coincidia exatamente com o sistema que mantinha a pressurização da nave. Ou seja, nosso ar estava indo embora.

Essa é a parte onde você pergunta: "Shizo, é uma regra básica de segurança que todos os veículos tenham cilindros de ar individualizados para cada membro da tripulação"! Então, eu procurei! E você acreditaria se eu disser que os Jedi do templo  sequer providenciaram isso?

— VOCÊ ESTÁ DE SA-CA-NAGEM COM A NOSSA CARA, NÃO É MESMO? — Esbravejou Minora, com os olhos arregalados.

— Acha mesmo que eu faria uma coisa dessas sabendo que eu vou morrer também, ô palitão? — Retruquei.

— Gente, Calma! Respirem, mas pouco porque o ar tá acabando! Não adianta nada discutirmos agora! Shizo, quanto tempo temos aqui dentro ainda? — Perguntou Haquim.

— Vinte minutos-padrão, sem colocar o bruxão aqui na conta porque a máscara dele aguenta! — Respondi.

— Então a senhorita se concentra nos controles e vamos dar um jeito de sair daqui! — Completou Haquim, focada na artilharia.

— Nos controles vai ficar complicado, temos uma pane elétrica aqui nos painéis e eles não estão respondendo direito! — Devolveu Minora, olhando os painéis.

— Calma, eu vou me concentrar e ajudar você a nos guiar até fora daqui! — Falou Erak, se sentando no meio da ponte de comando com as pernas cruzadas.

"Isso lá é hora para rezar?", pensei. Entretanto, minutos antes eu estava rezando para esse papo de Força ser verdade, então eu seria a última pessoa ali a ter alguma moral para censurar alguém por esse tipo de comportamento. E se a tal Força existe, ela deve ir mais com a cara do Kel-dor do que com a minha. E isso prova que beleza não é o único critério para se conquistar alguém. Veja a própria Força em questão.

Seja como for, nada é melhor do que uma boa dose de confiança para um piloto quando ele está em situação de dificuldade. Com manobras mais suaves e certeiras, Minora se desvencilhou dos asteroides como não havia conseguido até o momento. O caminho até a saída parecia bem mais fácil. Foi então que...

Star Wars - O Esquadrão AmareloOnde histórias criam vida. Descubra agora